No Céu da Pátria Nesse Instante tem desfecho nublado para o Brasil

Cena do filme No Céu da Pátria Nesse InstanteNa imagem, um homem dirige uma moto, enquanto uma mulher com um colete escrito Justiça Eleitoral nas costas está na garupa. Eles estão de costas e na frente deles, em desfoque, há uma caminhonete com pessoas em cima que vestem camisetas verdes e amarelas, uniformes da seleção de futebol brasileira e usam bandeiras do país. Há também motos com pessoas que vestem o mesmo tipo de roupa. Também é possível ver casas no horizonte. A mulher e o homem estão na faixa dos 40 anos.
O longa foi selecionado para a 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Ocean Films)

Davi Marcelgo

Selecionado no Festival de Brasília e no Festival do Rio, No Céu da Pátria Nesse Instante é um documentário dirigido por Sandra Kogut que também faz parte da seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O filme narra as eleições presidenciais de 2022 que culminam nos ataques de 8 de Janeiro de 2023 contra o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Em entrevista para o Canal Brasil, a diretora diz que começou o projeto no final de 2021. O ato dos apoiadores de Bolsonaro é o calcanhar de Aquiles não só da democracia, mas da produção também.

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Persona Entrevista: Lírio Ferreira

Cineasta discorre sobre o impacto do sertão na sua filmografia e o lançamento de seu novo filme, Acqua Movie, protagonizado por Alessandra Negrini

Arte do Persona Entrevista com Lírio Ferreira. À esquerda, o nome do quadro está na vertical em quatro linhas, duas brancas e pretas. No centro, há uma imagem em preto e branco de Lírio, um homem branco de 50 anos, que usa uma camiseta preta. À direita, há o poster do filme Acqua Movie, e, em cima, o nome do diretor em preto.
O último entrevistado do quadro de bate-papos do Persona foi o cineasta Felipe M. Guerra (Arte: Jho Brunhara)

Caroline Campos

Foi durante o governo de Fernando Collor que, em 1990, a Embrafilme, principal órgão de financiamento, coprodução e distribuição de filmes no país, foi extinta. O resultado não demorou para chegar e, sem incentivos fiscais, o Cinema brasileiro foi quase totalmente eliminado na época, quando cerca de apenas 3 longas-metragens chegavam às telas por ano. Com uma reestruturação gradual através de novas fontes de recursos, como a Lei de Incentivo à Cultura, em 1991, e a Lei do Audiovisual, em 1993, a produção cinematográfica nacional foi recuperando o fôlego e, hoje, chamamos essa fase regenerativa de Cinema de Retomada, entre 1995 e 2002.

Mas para que toda essa história? Hoje, o Persona Entrevista traz um dos cineastas que participaram dessa avalanche de novos filmes sedentos por vida. Ao lado de Paulo Caldas, Lírio Ferreira dirigiu o primeiro filme pernambucano em quase 20 anos sem produções no estado. Baile Perfumado, de 1996, traz um Lampião pop em uma narrativa influenciada pelo manguebeat, recriando as fotografias de Benjamin Abrahão do cangaceiro e seu bando. 25 anos depois, sob a sombra de um outro aniquilador cultural na presidência, Lírio comenta sobre a estreia de Acqua Movie em meio à pandemia e a importância da resistência artística durante o desgoverno Bolsonaro.

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