Persona Entrevista: Lírio Ferreira

Cineasta discorre sobre o impacto do sertão na sua filmografia e o lançamento de seu novo filme, Acqua Movie, protagonizado por Alessandra Negrini

Arte do Persona Entrevista com Lírio Ferreira. À esquerda, o nome do quadro está na vertical em quatro linhas, duas brancas e pretas. No centro, há uma imagem em preto e branco de Lírio, um homem branco de 50 anos, que usa uma camiseta preta. À direita, há o poster do filme Acqua Movie, e, em cima, o nome do diretor em preto.
O último entrevistado do quadro de bate-papos do Persona foi o cineasta Felipe M. Guerra (Arte: Jho Brunhara)

Caroline Campos

Foi durante o governo de Fernando Collor que, em 1990, a Embrafilme, principal órgão de financiamento, coprodução e distribuição de filmes no país, foi extinta. O resultado não demorou para chegar e, sem incentivos fiscais, o Cinema brasileiro foi quase totalmente eliminado na época, quando cerca de apenas 3 longas-metragens chegavam às telas por ano. Com uma reestruturação gradual através de novas fontes de recursos, como a Lei de Incentivo à Cultura, em 1991, e a Lei do Audiovisual, em 1993, a produção cinematográfica nacional foi recuperando o fôlego e, hoje, chamamos essa fase regenerativa de Cinema de Retomada, entre 1995 e 2002.

Mas para que toda essa história? Hoje, o Persona Entrevista traz um dos cineastas que participaram dessa avalanche de novos filmes sedentos por vida. Ao lado de Paulo Caldas, Lírio Ferreira dirigiu o primeiro filme pernambucano em quase 20 anos sem produções no estado. Baile Perfumado, de 1996, traz um Lampião pop em uma narrativa influenciada pelo manguebeat, recriando as fotografias de Benjamin Abrahão do cangaceiro e seu bando. 25 anos depois, sob a sombra de um outro aniquilador cultural na presidência, Lírio comenta sobre a estreia de Acqua Movie em meio à pandemia e a importância da resistência artística durante o desgoverno Bolsonaro.

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