Todo Tempo Que Temos é receita para filme conforto

Cena do filme Todo Tempo Que Temos. Na imagem, Tobias, Almut e a filha do casal estão juntos em um jardim. Eles estão enfileirados, a criança está no colo de Tobias, olhando para trás, o rosto dela não está visível. Atrás de Tobias, na direita, está Almut. Eles estão felizes, sorrindo. Ela é uma mulher na faixa dos 30 anos, de pele clara e cabelos loiros, lisos e compridos. Ela está vestindo uma camisa social de botões na cor branca com listras pretas na vertical. Tobias é um homem branco, na faixa dos 40 anos, de cabelos curtos na cor castanho claro. Ele usa um suéter azul marinho. A criança também possui pele clara, cabelos castanhos com um penteado de tranças nos dois lados da cabeça. Ela usa uma jaqueta jeans e calça moletom na cor verde escuro. Na mão direita ela segura um ursinho de pelúcia com o corpo branco e orelhas e rabo na cor preta. O jardim possui muitas árvores secas, grama verde e flores vermelhas. No canto esquerdo há um espaço para descanso, com sofá com almofadas e uma cadeira de madeira.
O longa é uma produção de Benedict Cumberbatch (Foto: Imagem Filmes)

Davi Marcelgo

Ao assistir a um filme, a atividade é inconsciente. O cérebro vai interpretando através do olhar, dos ouvidos e das convenções e elementos em cena que são familiares. Uma pessoa andando sozinha em uma noite escura é sinal de que o assassino vem aí, já um parceiro novo em uma franquia de ação, na certa, é um agente duplo. Na Comédia romântica, clichês não faltam, mas são justamente eles que fazem tantas pessoas terem como confort movie 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999), por exemplo. Nesse sentido, Todo Tempo que Temos é o mais novo candidato para entrar na lista de filmes que assistimos quando precisamos. 

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O Exorcismo se perde em várias ideias

Anthony, interpretado por Kurt Russell está sozinho no quadro. Ele está com as bochechas cortadas e veste uma roupa toda preta de padre. A tela é iluminada por uma cor esverdeada.
“Este é um drama psicológico envolto na pele de um filme de terror” (Foto: Imagem Filmes)

Guilherme Moraes

Em 1973, William Friedkin lançava O Exorcista, uma película de terror que logo se tornaria um clássico e mudaria o modo de se fazer filmes de demônio. No início da década de 2010, longas de terror psicológico começaram a fazer sucesso no Cinema pelas metáforas de medos sociais reais, como o racismo, a misoginia e a depressão, os transformando em algo concreto, como um ser místico ou, até mesmo, assassinos. Esse é o caso de filmes como A Bruxa (2015), Corra! (2017) e O Babadook (2014). Nesse sentido, O Exorcismo, de Joshua John Miller, tenta emplacar uma narrativa sobre depressão, alcoolismo, abuso e paternidade, ao mesmo tempo que faz uma referência ao clássico, porém, a obra acaba se tornando enxuta em seu conteúdo e rasa em sua forma.

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Instinto Materno é alimentado por clichês, mas pelo menos conta com Anne Hathaway e Jessica Chastain

Cena do filme Instinto Materno. As personagens Céline e Alice interpretadas, respectivamente, por Anne Hathaway e Jessica Chastain, estão sentadas à mesa em uma varanda externa. Céline é uma mulher branca com cabelos castanhos e usa um vestido azul-claro típico dos anos 1960. Alice é uma mulher branca com cabelos muito louros e usa um vestido rosa. As duas estão com as mãos dadas.
Anne Hathaway e Jessica Chastain têm uma química que deveria ter sido ainda mais explorada (Foto: Imagem Filmes)

Ana Clara Archanjo

No primeiro ato de Instinto Materno, que se passa na década de 1960, as casas vizinhas e os filhos da mesma idade são o pano de fundo para a amizade entre Céline (Anne Hathaway) e Alice (Jessica Chastain). Como ponto de tensão, ocorre um acidente que transforma a relação entre as duas e desperta o que há de mais instintivo entre essas mulheres. O desenrolar, em um suspense fraco e previsível, é pautado em desconfiança e inveja, que interferem na amizade entre as protagonistas. Não é um exercício de criatividade muito complexo imaginar o final de Mothers’ Instinct (no original). Então, é preciso se esforçar para capturar os únicos acertos do filme: as atuações.

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Com Xuxa, nova adaptação de Uma Fada Veio Me Visitar tenta evitar um resultado decepcionante nos cinemas

A apresentadora Xuxa Meneghel aparece nos bastidores do filme Uma Fada Veio Me Visitar, caracterizada como a Fada Tatu. Ela veste um vestido azul esvoaçante, usa uma peruca colorida com tons de loiro, rosa e azul, e segura uma varinha ao lado do rosto, exibindo um sorriso radiante.
De volta aos cinemas depois de 14 anos, a Rainha dos Baixinhos tenta conquistar o público infantil com lição de moral sobre cancelamento na internet (Foto: Blad Meneghel)

Matheus Santos

A última aparição de Xuxa como protagonista em filmes infantis foi há 14 anos, na adaptação do livro O Fantástico Mistério de Feiurinha, escrito pelo renomado autor de literatura infanto-juvenil Pedro Bandeira. Na época, o longa-metragem, cheio de falhas de roteiro e clichês, foi responsável por levar aos cinemas pouco mais de 1.300.000 espectadores, número relativamente baixo se levarmos em consideração que Lua de Cristal foi o título brasileiro de maior bilheteria dos anos 1990.

Depois do fiasco de É Fada! (2016), a primeira versão para o audiovisual do best-seller de Thalita Rebouças, Uma Fada Veio Me Visitar, estrelada pela sensação do YouTube e atriz Kéfera Buchmann, foi a vez da Rainha dos Baixinhos interpretar a fada Tatu. Ambas as produções apostaram na presença de influenciadores digitais para chamar a atenção do público. Na montagem mais recente, por exemplo, a também youtuber Camila Loures aparece em cenas relativamente curtas e mal roteirizadas.

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