Nathan Nunes
Desde que nos entendemos por gente, somos ensinados a não julgar um livro pela capa. Esse ensinamento é válido em diversos contextos, e um deles é o Cinema. Uma prova recente disso é a comédia Cidade Perdida, cujo pôster principal possui duas imagens pavorosamente retocadas e artificiais dos protagonistas Channing Tatum e Sandra Bullock na parte superior, além de uma colagem dos coadjuvantes Brad Pitt, Oscar Nunez e Da’Vine Joy Randolph em meio a um efeito de explosão que parece saído do pacote mais básico do Photoshop.
Não bastasse isso, seria fácil olhar com desdém para um filme como esse baseando-se em sua premissa, que já foi retratada diversas vezes no Cinema e cujas batidas se repetem: o romance desenvolvido em meio a uma trama de arqueologia, o casal que não se gosta no começo e vai se aproximando ao decorrer do filme, o vilão caricato, entre outros. De fato, Cidade Perdida não se distancia de nenhuma dessas convenções e nunca tenta reinventar a roda desse subgênero, assumindo-se como pleno entretenimento escapista do início ao fim; e é justamente por isso que funciona tão bem.
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