As Marias do hip hop

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As mulheres sempre presentes nos eventos, mostrando que o protagonismo é delas também (Foto: Bruno Figueiredo)

Bárbara Alcântara (com colaborações de Giovana Moraes, Daiane Tadeu e Ingrid Watanabe)

É pedrada atrás de pedrada: desde as duas séries da Netflix, “The Get Down” e “Luke Cage”, até a recente notícia do disco póstumo do Sabotage, que já está disponível no Spotify. O ano de 2016 está marcado por uma porção de lançamentos, referências e homenagens ao hip hop. Se, por um lado, toda essa repercussão colabora para a difusão dessa cultura de resistência e contestação social, os projetos de grande impacto também retratam o evidente protagonismo masculino na cena. Por essa perspectiva, infelizmente ainda não há nada novo sob o sol.

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Vislumbrando um futuro além das águas claras de Aquarius

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Adriano Arrigo, estudante de jornalismo da Unesp Bauru

Há de se frutarem as pessoas que forem ao cinema assistir Aquarius e não verem o nascer da nova Esquerda Brasileira a partir do cruzamento entre Lula e Sônia Braga. Ora, o borbulho foi tanto em torno do filme (“o dever das pessoas de bem é boicotar Aquarius”, disse o amargurado jornalista Reinaldo Azevedo) que se criou expectativas que ultrapassam o senso lógico de interpretação de um filme. Continue lendo “Vislumbrando um futuro além das águas claras de Aquarius”

Mayhem em São Paulo: uma celebração macabra

Nilo Vieira

Poucos artistas conseguem ter uma relação tão estreita com um gênero musical a ponto de serem capazes sozinhos de representá-lo, não somente no som, em sua integridade. As transformações de Madonna ao longo de sua carreira condensam boa parte da história da indústria pop, os Stones são a mais certeira representação do estereótipo “sexo, drogas & rock ‘n’ roll”. Todavia, é em um nicho bem mais obscuro que podemos observar o quão influente culturalmente uma banda pode ser: trata-se do black metal, cuja força mais representativa são os noruegueses do Mayhem.

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Regina Spektor – Remember Us to Life: um novo gosto à memória

Embora previsível, o sétimo álbum da cantora emerge sentimentos e faz convite ao cultivo de lembranças

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Luis Felipe Silva, estudante de jornalismo da UNESP-Bauru

Como quem musicou um velho diário, Regina Spektor lançou, no último dia 30 de setembro, seu mais recente álbum. Sem muitas surpresas, Remember us to life – o sétimo de estúdio da cantora – vem a público depois de um pseudo-hiato de mais de quatro anos. Nesse meio tempo, Regina foi mãe e emplacou “You’ve Got Time” como tema de Orange is the new Black (série original da Netflix), que lhe rendeu a indicação de Melhor Canção Composta para Mídia Visual no Grammy Awards em 2014. Continue lendo “Regina Spektor – Remember Us to Life: um novo gosto à memória”

As disruptivas associações de Boi Neon e o Brasil que não conhecemos

Gabriel Mascaro junta os cacos de um Nordeste que já passou e o transforma em um novo mosaico brasileiro

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Adriano Arrigo

O quase continente chamado Brasil é objeto fílmico de toda a sorte. Sorte, nesse sentido, cai lhe bem, já que a quantidade de produções nacionais que tenta recriá-lo através dos vários estilhaços que lhe compõem às vezes consegue retratá-lo fielmente; porém, é grande a frequência de projetos que distorcem a realidade e, quando não, mentem para o espectador, seja por interesses econômicos ou por padronização estética do mercado. Continue lendo “As disruptivas associações de Boi Neon e o Brasil que não conhecemos”

Os melhores discos de Setembro/2016

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Após quatro meses de seca, enfim habemus discos de real destaque em 2016 novamente! Vários lançamentos aguardados estavam agendados para este mês, e felizmente não fizeram feio – alguns já se mostram concorrentes fortes para as derradeiras listas do final do ano. Confira abaixo a nossa seleção, com os mais variados gêneros.

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Legião Urbana XXX anos: Ainda é cedo para dizer adeus

Criticidade, emoção e nostalgia marcaram a passagem da banda por Bauru

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Tão correto e tão bonito: Legião Urbana em ação na cidade de Bauru (Foto: Rogério Avelino/JCNET)

Heloísa Manduca

Um show clássico e atual, foi assim que a banda Legião Urbana marcou presença pela primeira vez na noite bauruense do último  17 de setembro, no Sagae Eventos. O espetáculo faz parte do projeto especial que a banda começou em 2015, com previsão de término para este ano, sendo uma comemoração dos 30 anos do lançamento do seu primeiro disco. Com capa branca e uma foto enegrecida dos integrantes, o álbum homônimo foi lançado em 1985 contendo 11 faixas, tais como: ‘Será’, ‘A Dança’, ‘Geração Coca-Cola’, ‘Soldados’ e ‘Por enquanto’.

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Nirvana: 25 anos depois, o espírito adolescente permanece mais forte que nunca

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Você deveria ter um exemplar desse álbum em casa

Nilo Vieira

Apenas colocar Nevermind como o disco mais importante da década de noventa não apenas é redundante, como se revela um reducionismo. É justamente pelo fato do álbum ter se tornado “vaca sagrada” em tão pouco tempo que reside o grande conflito de ser mais discutido do que, propriamente, ouvido. Os embates nem sempre são prolíficos: existem os detratores sórdidos, que opinam que uma banda citada como influência por um segmento de qualidade questionável no rock (o “pós-grunge”, cujos maiores representantes são os odiados Nickelback e Creed) não pode ter credibilidade, ao mesmo passo em que tem-se os admiradores ferrenhos ou até os pouco críticos (do tipo que opina “eu detesto esse disco, mas ele é sensacional, porque é importante”). Continue lendo “Nirvana: 25 anos depois, o espírito adolescente permanece mais forte que nunca”

Vitor Assis Brasil: entre Berklee e o beco das garrafas

Eli Vagner F. Rodrigues

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No seleto grupo de colecionadores de LPs da música instrumental brasileira, aqueles que possuem o álbum Desenhos, de Vitor Assis Brasil, podem se vangloriar de ter um dos documentos fonográficos mais importantes do jazz brasileiro. A gravação de 1966 completa 50 anos e é uma das primeiras mostras do talento daquele que foi considerado o maior saxofonista brasileiro. O álbum foi gravado pelo quarteto integrado pelo pianista Tenório Júnior, morto pelo regime militar argentino em 76, Edison Lobo, no contrabaixo (com apenas 19 anos) e Chico “Batera”, cujo nome dispensa a menção ao instrumento. Continue lendo “Vitor Assis Brasil: entre Berklee e o beco das garrafas”

Em exposição inédita no Sesc Bauru, crianças e adultos são cativados pela arte contemporânea

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Entrada da exposição Arte à Primeira Vista: que linha é essa? Foto: Adriano Arrigo.

Adriano Arrigo

No último 27 de Agosto, o Sesc Bauru abriu suas portas para receber a exposição Arte à Primeira Vista: que linha é essa?. Essa exposição com curadoria de Renata Sant´anna e Valquíria Prates faz parte do programa Arte à Primeira Vista que como objetivo a aproximação da arte contemporânea com as crianças através de um ambiente lúdico e informativo. Continue lendo “Em exposição inédita no Sesc Bauru, crianças e adultos são cativados pela arte contemporânea”