Blecaute! Uma década da ruína pública de Britney Spears

Leandro Gonçalves

Alternativa aos poderosos vocais, de Whitney Houston à Mariah Carey, e às açucaradas boybands e girlgroups vibrantes que dominavam as paradas musicais, Britney Spears surgiu como uma promessa revigorante ao cenário pop no final dos anos noventa. A ambígua imagem feminina da jovem conquistou rapidamente o público, e seu estrondoso sucesso fez com que seu nome fosse comparado, ainda que precocemente, a grandes mulheres da indústria, como Madonna. A figura eloquente que reunia nuances de inocência com características de Lolita encarnava a virtude atrativa do feminino, instrumento lucrativo aos monopólios fonográficos. Continue lendo “Blecaute! Uma década da ruína pública de Britney Spears”

20 anos de Homogenic: Björk retorna ao lar

(Foto: Phil Poynter)

Leonardo Teixeira

Em uma entrevista concedida à revista americana Raygun, Björk afirmou que “Possibly Maybe” (quinto single de seu segundo álbum solo, Post) é uma canção que lhe causava “vergonha”. A islandesa sentia-se constrangida por ter composto uma música que não desse esperança às pessoas. Com o estrelato trazido por seus dois primeiros trabalhos, ela se jogou nas maravilhas do mundo para divulgar sua arte. Continue lendo “20 anos de Homogenic: Björk retorna ao lar”

20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey

Leandro Gonçalves

A voz única e expressiva que embalou os americanos ao cantar sobre a sua visão do amor, compartilhando suas emoções, experimentou o até então auge de seu sucesso ao declarar estar sonhando acordada. Em 1995, com pouco mais de cinco anos de carreira, Mariah Carey desfrutava do próspero caminho que trilhara desde seu álbum de estreia autointitulado. Daydream (1995), seu quinto disco de estúdio, sustentava o sucesso conquistado pelo seu popular antecessor e estabelecia números expressivos, tanto para Carey quanto para a indústria fonográfica. Continue lendo “20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey”

30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo

Capa

Leonardo Teixeira

Pioneiro em quase tudo o que diz respeito à música que pop que consumimos hoje, Michael Jackson aparentemente ainda tinha muito o que provar ao mundo em 1987: o sucesso violento que Thriller (até hoje o álbum mais vendido da história da música) havia feito com público e crítica era intimidador, e ninguém acreditava que o ex-Jackson 5 seria capaz de novamente alcançar o altíssimo parâmetro que ele mesmo estabelecera. No entanto, o que ficou óbvio com o lançamento de Bad (1987, Epic Records), sétimo álbum de estúdio do cantor, foi que nem a indústria da música e nem o mundo estavam preparados para o artista que Michael foi. Continue lendo “30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo”

Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza

lorde-2017
Lorde cresceu e está cheia de histórias tristes, eufóricas e coloridas pra contar: que Melodrama seja só a primeira de muitas outras (Foto: Universal Music New Zealand Limited)

Leonardo Teixeira

Na madrugada de seu aniversário de 20 anos, Lorde publicou uma carta aberta para seus fãs. Matando a jovem introvertida e quase blasé que surgiu em 2013 e pondo-a num “mausoléu adolescente”, Ella Marija Lani Yelich-O’Connor descrevia os últimos tempos como cruciais para a novíssima pessoa que o mundo estava prestes a conhecer. “Pure Heroine foi o meu jeito de consagrar a nossa glória adolescente, iluminando-a para sempre para que essa parte de mim nunca morra, e esse álbum — bem, este é sobre o que vem depois”. Continue lendo “Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza”

40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou

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Leonardo Teixeira

Nas décadas de 60 e 70, a indústria fonográfica lidou com o hedonismo entorpecido reproduzido na cultura. Em 1977, no entanto, a ressaca já havia chegado para alguns: concebido sob tretas homéricas entre os membros do Fleetwood Mac, Rumors é um desabafo sobre as implosões internas que, no fim das contas, não impediram a banda de conceber um clássico. Continue lendo “40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou”

Joanne: Lady Gaga faz as pazes com o público

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Leonardo Teixeira

Quase uma década se passou desde que Lady Gaga surgiu no cenário musical. Com visual desafiador e produções contagiantes para as pistas, a nova-iorquina foi um sopro de ar fresco na cena pop, que à época encontrava-se saturada pela mistura prolífica de dance e hip hop, encabeçada por produtores como Timbaland e Jermaine Dupri — atualmente considerados datados, apesar de sua grande contribuição à cultura popular — e lugar comum da criação radiofônica da primeira década do século XXI.

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