O Auto da Compadecida 2 e a reinvenção de si mesmo

O cenário mostra o exterior da igreja montada em um estúdio. Usando roupas velhas e rasgadas, sandálias típicas do povo nordestino e aparência de descuido com a pele no sol, os atores principais de O Auto da Compadecida voltam a encenar os malandros da cidade quente e seca do interior nordestino Taperoá.
Matheus Nachtergaele e Selton Mello voltam às telas de cinema como João Grilo e Chicó 25 anos depois (Foto: H2O Films)

Livia Queiroz 

Em Setembro de 2000, os brasileiros saíram de suas casas e foram para os cinemas de suas cidades assistir ao que viria a ser um dos maiores sucessos do Cinema do país: O Auto da Compadecida. Baseado na obra de Ariano Suassuna, o filme foi um sucesso comercial e social, e alcançou um recorde histórico de 2.157.166 pessoas (o filme nacional mais assistido daquele ano), além de uma arrecadação de mais de onze milhões de reais em bilheteria. Tornou-se um ícone para os ‘canarinhos’ e estrangeiros latino-americanos sobre a cultura nordestina e referência cinematográfica nacional. 

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5 anos de Velho Chico: a novela que foi uma obra de arte

Cena da novela Velho Chico. Na imagem, vemos a cerimônia de casamento do Coronel Afrânio Sá Ribeiro e Leonor. O Coronel está no altar, trajando um terno marrom, ao lado da sua noiva, que usa um véu transparente sobre o rosto.
Em retorno inédito à TV nacional, o astro Rodrigo Santoro deu vida ao coronel Afrânio Saruê na melhor fase da trama (Foto: Reprodução)

Vanessa Marques

Uma história de amor e guerra no sertão nordestino. Há cinco anos, Velho  Chico, do autor Benedito Ruy Barbosa (Rei do Gado e Pantanal), chegava ao horário nobre da Globo. A telenovela, marcada por uma tragédia em sua reta final, rompeu a hegemonia dos centros urbanos para levar o sotaque baiano e a paisagem sertaneja para as noites dos lares brasileiros. Com o forte apelo estético de Luiz Fernando Carvalho (Capitu), o melodrama desfrutou de uma tríade de peso: elenco, direção de arte e trilha sonora. Ambientada na cidade fictícia de Grotas do São Francisco, a narrativa reuniu a imagem de um Brasil esquecido e devastado pela seca — enquanto as águas do Rio São Francisco banhavam os conflitos de três gerações das famílias Sá Ribeiro e Dos Anjos.

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