Churchill e a língua inglesa

Eli Vagner F. Rodrigues

Bertrand Russel desmascarou os grandes metafísicos do século XIX como autores de monstruoso embuste aplicado a gerações ansiosas por serem enganadas. A crítica à hipocrisia e à estupidez de um certo espírito vitoriano foi inspiração para a literatura posterior e se inspirava na postura niilista do final do século XIX. Desde então, na literatura como nas artes em geral, se cultivou o valor da contestação ao status quo. De Joyce aos beatniks, de Orwell à Salinger a hipocrisia do discurso é um alvo comum. Continue lendo “Churchill e a língua inglesa”

Cineclube Persona – Janeiro/2018

What a story, Mark!: Tommy Wiseau no Globo de Ouro, com sua estileira muito mais foda ainda

O primeiro cineclube de 2018 discute títulos premiados no Globo de Ouro e indicados ao Oscar, bem como mostra que há vida pulsante fora de Hollywood. Confere aí:

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Cineclube Persona – Setembro/2017

Clássico episódio de Mr. Bean no cinema: retrato ainda atual das reações adversas provocadas por filmes como mãe!

Após o sucesso da inauguração em agosto, o Cineclube retorna mais ousado™. Alternando entre os blockbusters comentados e produções polêmicas, selecionamos quatro filmes para tecer breves impressões. Confira: Continue lendo “Cineclube Persona – Setembro/2017”

Old Man Logan: o quadrinho inspirou o filme?

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Capa da edição 66 de Wolverine Volume 3, começo do arco Old Man Logan

Eli Vagner Rodrigues

Se você é daqueles que acham que os quadrinhos e os filmes de heróis infantilizam o público, tem alguma razão; mas, diante da atual indiferença em relação à própria crítica, sobretudo aquela que se coloca como resistência a sistemas culturais hegemônicos, este parece ser um problema menor.  Continue lendo “Old Man Logan: o quadrinho inspirou o filme?”

Estrelas Além do Tempo: Aristocracia matemática

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Eli Vagner F. Rodrigues

O título Estrelas além do Tempo não parece ser uma boa expressão para verter em português o original, Hidden Figures (figuras ocultas). Mesmo considerando que os títulos não devem ser, necessariamente, traduções e sim adaptações ou versões para um mercado específico, o título em português parece não dizer muita coisa sobre o filme. A obra, no entanto, diz bastante sobre temas que já conhecemos bem, segregação racial e preconceito de gênero. Por mais que estes temas sejam de grande importância e figurem como motivos culturais contemporâneos por excelência, não são suficientes, nesse caso, para levar o filme ao status de grande obra cinematográfica. Continue lendo “Estrelas Além do Tempo: Aristocracia matemática”

Vitor Assis Brasil: entre Berklee e o beco das garrafas

Eli Vagner F. Rodrigues

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No seleto grupo de colecionadores de LPs da música instrumental brasileira, aqueles que possuem o álbum Desenhos, de Vitor Assis Brasil, podem se vangloriar de ter um dos documentos fonográficos mais importantes do jazz brasileiro. A gravação de 1966 completa 50 anos e é uma das primeiras mostras do talento daquele que foi considerado o maior saxofonista brasileiro. O álbum foi gravado pelo quarteto integrado pelo pianista Tenório Júnior, morto pelo regime militar argentino em 76, Edison Lobo, no contrabaixo (com apenas 19 anos) e Chico “Batera”, cujo nome dispensa a menção ao instrumento. Continue lendo “Vitor Assis Brasil: entre Berklee e o beco das garrafas”

Born to be Blue: O Jazz e a Heroína

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Eli Vagner F. Rodrigues

Quando Charlie Parker morreu, em 12 de março de 1955, aos 34 anos, o médico legista testemunhou que seu corpo parecia o de um homem de 65, resultado de sua adição em heroína. Quando Chet Baker caiu da janela de um hotel em Amsterdam em 13 de maio de 1988, aos 58 anos, seu corpo aparentava ser de um homem de 80 anos, efeito da mesma devastação provocada por essa que foi a droga mais associada à história do jazz. Continue lendo “Born to be Blue: O Jazz e a Heroína”

Miles Ahead: muito pouco sobre o Dark Magus do jazz.

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Eli Vagner F. Rodrigues

Miles Ahead não segue o modelo de “cinebiografia hagiográfica”, característica de algumas produções cinematográficas que retratam vidas de artistas. Tampouco segue o padrão histórico-cronológico, que sintetiza os momentos mais expressivos da carreira de um artista tendo como pano de fundo um panorama sociocultural. Essas produções geralmente se baseiam em um retrato das dificuldades que o artista enfrentou até chegar ao estrelato, ressaltando as condições desfavoráveis de sua origem em contraste com o poder transformador de seu talento. Continue lendo “Miles Ahead: muito pouco sobre o Dark Magus do jazz.”

Bloomsday e o desafio Ulysses

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Eli Vagner F. Rodriguez

Aqueles que já contemplaram a literatura como algo mais do que um passatempo obrigação ou tortura, que acreditam na ideia de uma formação pessoal pela arte literária ou ainda, aqueles que, ansiosos por adquirir cultura, acompanham as listas dos 100 melhores do século (filmes, livros, músicas), já se depararam com o desafio de Ulysses. A obra de James Joyce, por ter sido considerada pela crítica como o romance do século XX assusta e atrai. Joyce é considerado o escritor que teria desconstruído as tradicionais estruturas do romance, seja lá o que isso signifique para nós que não somos especialistas em crítica literária. Continue lendo “Bloomsday e o desafio Ulysses”

Macbeth: ambição, sangue e fúria

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Eli Vagner Rodrigues

“A vida é uma história, contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum.” Macbeth, Cena V do Ato V.

A “peça amaldiçoada” de Shakespeare, lançada nos cinemas em 2015, chega ao Netflix como uma opção para quem deseja revisitar a tragédia mais sangrenta do bardo de Stratford-upon-Avon.  

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