O filme ganhou o prêmio de Melhor Longa-Metragem de Ficção no Festival do Rio 2024 (Foto: Vitrine Filmes)
Davi Marcelgo
No momento em que o diretor Marcelo Caetano filmou ‘Baby’ (João Pedro Mariano) – ainda Wellington naquela cena – na FEBEM, um nome ecoava de dentro da cela: Héctor Babenco, seja nas ideias, estilização em cores, Fotografia ou iluminação. Ainda assim, Baby transpira personalidade e dor. Selecionado para a seção Mostra Brasil, o filme faz parte da programação da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
O produtor do longa esteve presente nas sessões da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e distribuiu cartões-postais temáticos (Foto: Mei Shuxuan)
HenriqueMarinhos
Em exibição na seção Perspectiva Internacional da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Uma Terra Deixada para Trás (Nei Sha, no original), dirigido por Yang Yishu, é o testemunho de uma colisão lenta e inevitável entre a modernidade capitalista e a serenidade da tradição. Em uma pequena ilha do rio Yangtze, sentimos o peso de um mundo que se infiltra, pesado, nas rachaduras da tranquilidade. Como a maré que não se detém, forças globais encontram caminho até o canto mais remoto e aquilo que parecia isolado revela-se vulnerável.
Assim como a protagonista, a diretora do longa-metragem também é uma artista plástica (Foto: Amora Filmes)
Henrique Marinhos
Em competição na seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Lispectorante se destaca como um delírio surrealista, cheio de luzes esverdeadas e paralelos poéticos. A diretora Renata Pinheiro nos entrega um Recife que é mais do que um cenário – é um ser vivo, em estado de abandono e renascimento.
O longa é uma produção de Benedict Cumberbatch (Foto: Imagem Filmes)
Davi Marcelgo
Ao assistir a um filme, a atividade é inconsciente. O cérebro vai interpretando através do olhar, dos ouvidos e das convenções e elementos em cena que são familiares. Uma pessoa andando sozinha em uma noite escura é sinal de que o assassino vem aí, já um parceiro novo em uma franquia de ação, na certa, é um agente duplo. Na Comédia romântica, clichês não faltam, mas são justamente eles que fazem tantas pessoas terem como confort movie 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999), por exemplo. Nesse sentido, Todo Tempo que Temos é o mais novo candidato para entrar na lista de filmes que assistimos quando precisamos.
Longa fez sua estreia em terras brasileiras através da Perspectiva Internacional na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Good Movies)
Guilherme Veiga
Quando o Dr. Manhattan está farto da humanidade, ele adota Marte como sua nova terra e divaga sobre a vida e o universo em toda sua divindade no silêncio da atmosfera marciana. Sem todo o complexo de Deus, o diretor Jeffrey St. Jules disse, em exibição de O Planeta Silencioso na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que o filme “é um sonho de infância, de imaginar um lugar totalmente vasto e novo para explorar”. Mas entre pensar e executar, há um abismo ainda mais vasto.
Pertencente à seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Sem Vergonha é musical, biografia e saldo positivo para o Cinema brasileiro (Foto: Dilúvio Produções)
Jamily Rigonatto
O que faz um artista ser reconhecido como transgressor? Caso seu pensamento tenha sido direcionado a elementos como roupas, maquiagens e outros compositores estéticos, repense todas as suas certezas, pois Sem Vergonha te mostra que o segredo está na alma livre. Estrelado por Maria Alcina, o musical biográfico fez parte da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Mostra Brasil, e, como a artista que o protagoniza, estabeleceu que limites não são uma opção válida. Afinal, se não for para ultrapassar as barreiras, de que vale fazer qualquer coisa nessa vida?
Longa teve recepção calorosa em suas exibições na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: A24)
Guilherme Veiga
Se tem um tema que o Cinema injetou no debate público nos últimos tempos foi o da busca por padrões. Com o sucesso estrondoso de A Substância (2024), Um Homem Diferente chegava às telas da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo através da seção Perspectiva Internacional com cara de mais do mesmo: alguém insatisfeito com seu corpo, um tratamento milagroso e o mais puro caos. Porém, o longa entrega uma intrigante e curiosa abordagem sobre perda e subversão da identidade.
O filme é sobre o luto de Cronenberg pela morte de sua esposa (Foto: SBS)
Guilherme Moraes
Sempre muito aguardado pelos críticos e cinéfilos, o novo filme do consagrado diretor David Cronenberg, O Senhor dos Mortos, chegou na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo dividindo opiniões, como parte da seção Perspectiva Internacional. O longa já se tornou o clássico ‘ame ou odeie’ pela frieza mórbida que o canadense adotou, além de conter uma narrativa confusa e, ao mesmo tempo, cômica. Ainda que esses pontos possam soar mal, o idealizador consegue utilizá-los de maneira interessante em seu conto sobre si mesmo. Cronenberg fala sobre o luto da sua esposa e abraça sua fama de cineasta mórbido e esquisito por seus longas de body horror; assim, ele se assume como O Senhor dos Mortos.
O filme é uma adaptação da peça Ubu Rei, de Alfred Jarry (Foto: Uma Pedra no Sapato)
Guilherme Moraes
A adaptação da peça Ubu Rei, distribuída pela Medeia Filmes Cinemas,chegou sem muito alarde na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo como parte da seção Perspectiva Internacional, captando poucas pessoas para suas sessões. No entanto, aqueles que deram a chance para a obra de Paulo Abreu viram um dos filmes mais divertidos do evento. Ubu fez a sessão gargalhar com a teatralidade cômica satírica e escrachada, que flerta com o teatro Shakespeariano.
O longa foi selecionado para a 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Ocean Films)
Davi Marcelgo
Selecionado no Festival de Brasília e no Festival do Rio, No Céu da Pátria Nesse Instante é um documentário dirigido por Sandra Kogut que também faz parte da seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O filme narra as eleições presidenciais de 2022 que culminam nos ataques de 8 de Janeiro de 2023 contra o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Em entrevista para o Canal Brasil, a diretora diz que começou o projeto no final de 2021. O ato dos apoiadores de Bolsonaro é o calcanhar de Aquiles não só da democracia, mas da produção também.