O Batidão Tropical Vol. 2 está entre nós e a drag queen mais amada do Brasil mais uma vez não nos decepciona. Trazendo suas raízes do forró do Nordeste e Norte do país, Pabllo Vittar faz a releitura de alguns clássicos que marcaram sua vida, além de cantar músicas inéditas. O projeto da artista dá continuidade ao Volume 1 do álbum homônimo, que também conta com regravações de hits, como Zap Zum da Companhia Calypso.
Existir enquanto uma pessoa LGBTQIA+ é estar cercado de incertezas. Não se sabe em quem confiar, se seus comportamentos estão minimamente condizentes com o que a sociedade espera ou sequer se sua vida, antes de se descobrir, continua fazendo parte de quem você é. Apesar de acontecer de forma distinta para cada pessoa, esse processo sempre vem acompanhado de inseguranças. Retratando esses elementos pela visão do protagonista Jonas, Um milhão de finais felizes explora isso enquanto valoriza o resultado das etapas conturbadas: a cura.
Longe de se tratar de uma espécie de ‘cura gay’, essa descoberta está ligada ao próprio ser, a restauração que acontece em nós quando percebemos que não há nada de errado em ser como somos – seja na esfera da sexualidade, na forma como reagimos à vida ou até sobre a aparência física. Por meio dos receios do personagem, o autor Vitor Martins renova o fôlego de uma juventude que só quer amar e ser amada, sem sentir que o peso do mundo está prestes a desmoronar sobre os seus ombros.
De tempos em tempos, surge uma história de romance adolescente que se passa em um verão calorento e que envolve duas pessoas que acabaram de se conhecer. Um formato clássico sempre bem-vindo e que, se bem executado, pode facilmente entrar na lista de obras reconfortantes que revisitamos com carinho. O filme Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo almeja esse status e, de certa forma, quase chega lá, mas perde seu propósito no meio do caminho.
“Eu sou a artista favorita do seu artista favorito. Eu sou a garota dos sonhos da sua garota dos sonhos”. Foram com essas palavras que Chappell Roan se apresentou ao mundo, ‘de supetão’ mesmo. E nada mais justo. Hoje, o pop se mostra um gênero extremamente cruel, onde se consolidar nele é como lutar por sobrevivência na savana africana. E não foi só com sua personalidade, mas também com seu disco de estreia, The Rise and Fall of a Midwest Princess, que a intérprete chegou para impor seu lugar e permanecer no estilo.
“É como atravessar o espelho para o País das Maravilhas. Você entra nos bailes e sente-se 100% bem em ser gay. Não é assim no mundo, e deveria ser”
– Paris is Burning
Madonna, Ryan Murphy, RuPaul e diversos outros nomes influentes da cultura pop inspiraram-se na mesma fonte para criação de alguns de seus trabalhos. Estamos falando da cultura Ballroom, que dominou a cena afro-descendente, latina e LGBTQIAPN+ da periferia nova-iorquina em meados da década de 1980. As diversas categorias que compunham os bailes e parte das narrativas sensíveis dos membros da comunidade queer à época são expostas no documentário Paris Is Burning. Lançada em 1991, a obra foi produzida e dirigida pela cineasta Jennie Livingston, obtendo seu reconhecimento com prêmios como Teddy Award, no Festival de Berlim, e de Melhor Documentário, no Festival de Sundance.
Um tablado preto de teatro. Uma luz no fundo, de onde vem um par de pernas que veste uma calça cinza clara e um sapato terrivelmente branco. Essas pernas chegam até um microfone e então é posto um rádio ao lado. A mão do corpo a quem pertence tais pernas dá play no aparelho, e então uma bateria digital começa aquela que seria uma das versões mais emblemáticas de Psycho Killer. A câmera sobe até o vislumbre de um jovial David Byrne e o resto é história. Assim começa aquela que, posteriormente, seria considerada a obra definitiva quando o assunto é filmes-concerto: Stop Making Sense.
Descrever Ludmilla em termos simplistas e centralizados é uma tarefa cada vez mais difícil, afinal, a cantora está “Do funk ao pagode, dominando tudo”, com uma maestria que a MC Beyoncé – primeiro vulgo da artista – provavelmente não imaginava. Em faixas envolventes e dignas de serem chamadas de Arte, o trabalho mais recente da cantora, Numanice #3 (Ao Vivo), é um deleite para as mulheres que amam suas mulheres, as minas de periferia e, é claro, os apaixonados por sunsets e bons pagodes.
Com 18 faixas e sete parcerias, o disco gravado ao vivo materializa a brisa quente de uma tarde de domingo em volta da churrasqueira. Na multiplicidade de influências rítmicas que se juntam ao pagode, a sensação de improviso acertado das milenares rodas de samba se intensificam. Apesar de calculado, o mérito de Numanice #3 (Ao Vivo)está na facilidade com a qual conversa com diferentes manifestações musicais e seus públicos.
Apostar em uma maior cadência depois do sucesso do primeiro filme, que foi inspirado no clássico Lady Snowblood, é um desafio. No entanto, Kill Bill – Volume 2mostra que essa foi uma escolha acertada ao encerrar a saga dando mais substância à protagonista. Quentin Tarantino nos surpreende ao diminuir a violência em tela, mostrando que o caminho que a personagem trilhava era em direção ao fim do ciclo sangrento em que ela vivia, mas que, paradoxalmente, exigia o sacrifício de mais alguns personagens.
Em 2020, a cantora Jessie Ware, já consolidada na época no mercado fonográfico britânico com três álbuns lançados, entrava em uma empreitada importante para sua carreira: o lançamento do seu quarto disco, intitulado What’s Your Pleasure?, que trouxe uma sonoridade diferente da que a artista vinha explorando anteriormente. Naquele ano, Ware explorava a pergunta “qual é o seu prazer?”. Já em 2023, That! Feels! Good! é lançado e faz uma afirmação na qual o prazer é celebrado. Esse pequeno detalhe, embora pareça pouco importante, nos ajuda a entender as transformações nos estilos explorados pela cantora.
O que os dois álbuns mais têm em comum talvez seja a presença da Música disco, juntamente com as letras e melodias cativantes que compõem a trajetória da diva. Investindo em ritmos dançantes e com um apelo comercial maior do que seus primogênitos – Devotion (2012) e Tough Love (2014) –, ela passa a ganhar cada vez mais espaço nos charts e admiração da crítica.
A primeira segunda-feira de Maio é sempre marcada pela cerimônia do Met Gala, que simboliza a abertura da exposição anual do Metropolitan Museum Of Art (MOMA), em Nova Iorque. Todo ano há um código de vestimenta para os convidados, sempre relacionado a exibição. Para o tapete vermelho de 2024, o tema estabelecido foi Jardim do Tempo.