Zafari: uma metáfora de fuga e desespero

Cena do filme Zafari. Na cena vemos Ana, Bruno e Francisco olhando para algo. Ana, mulher branca com cabelos castanhos, veste uma blusa na cor azul. Bruno, adolescente branco de cabelos castanhos, usa uma camiseta de manga longa vermelha e cinza. Francisco, homem branco com cabelos e barba grisalhos, usa uma camiseta de botão listrada branca e amarela. Todos encontram-se na lateral direita da imagem, e, ao fundo, é possível ver árvores e vegetação.
Zafari também foi exibido no Festival de San Sebastián (Foto: Vitrine Filmes)

Vitória Borges

A produção venezuelana Zafari, presente na seção Perspectiva Internacional da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, conta a história de uma família em situações precárias vivendo em uma Caracas distópica. Produzido por Mariana Rondón, o longa mostra a cidade dividida entre uma sociedade que está à beira de desmoronar e a ânsia pela fuga do país – fazendo uma clara comparação com a situação da Venezuela contemporânea.

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Corisco e Dadá: o Terror à luz do dia revive em alta definição

Na imagem, vemos Chico Diaz e Dira Paes interpretando os personagens Corisco e Dadá no filme Corisco e Dadá. Corisco, ao centro, veste um chapéu típico de cangaceiro, adornado com estrelas de metal e enfeites, com olhar melancólico. Ele usa colares e uma faixa cruzada no peito. Atrás dele, à esquerda, está Dadá, com uma expressão intensa e observadora, também usando um chapéu ornamentado com conchas. Ao fundo, vemos um ambiente de pedras, remetendo à aridez do sertão nordestino, cenário onde a narrativa se desenrola, com luz clara e direta.
Após a emboscada que matou Lampião em 1938, Corisco e Dadá assumiram a liderança no cangaço (Foto: Sereia Filmes)

Henrique Marinhos

A chegada da versão restaurada em 4K de Corisco e Dadá às salas de cinema é uma oportunidade rara de revisitar uma obra que, 28 anos após seu lançamento, continua brutal e relevante. Dirigido por Rosemberg Cariry e estrelado por Chico Diaz e Dira Paes, o filme oferece mais do que uma simples narrativa sobre os últimos suspiros do cangaço: ele é uma meditação sobre violência, fé e resistência. A remasterização, meticulosamente conduzida, redescobre a visão original de Cariry, que sempre tratou o sertão não como mero cenário, mas como um personagem repleto de beleza e Terror, iluminado pela luz crua e implacável do cerrado e pelas cicatrizes deixadas pela aridez da terra ressecada.

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Você pagaria o preço para ter A Substância?

Cena do filme A Substância. Na imagem vemos Elizabeth, mulher branca com cabelos pretos, falando ao telefone. Ela veste um vestido na cor preta e usa brincos de prata. Com sua mão direita, segura um telefone vermelho e sua expressão parece preocupada. Ela está sentada em uma cama com lençol rosado. Ao fundo é possível ver uma parede na cor vermelha.
Demi Moore volta às telas do Cinema após 30 anos (Foto: MUBI)

Vitória Borges

Você já imaginou uma versão melhor de si? E se você soubesse que existe um produto que pode te mostrar uma parte mais jovem, bonita e perfeita? A Substância (The Substance, no original) pode te dar isso e um pouco mais. A produção, que promete revirar o estômago, é uma diversão exageradamente nojenta e bizarra sobre o espetáculo visual do Cinema e o gênero de horror corporal.

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O Exorcismo se perde em várias ideias

Anthony, interpretado por Kurt Russell está sozinho no quadro. Ele está com as bochechas cortadas e veste uma roupa toda preta de padre. A tela é iluminada por uma cor esverdeada.
“Este é um drama psicológico envolto na pele de um filme de terror” (Foto: Imagem Filmes)

Guilherme Moraes

Em 1973, William Friedkin lançava O Exorcista, uma película de terror que logo se tornaria um clássico e mudaria o modo de se fazer filmes de demônio. No início da década de 2010, longas de terror psicológico começaram a fazer sucesso no Cinema pelas metáforas de medos sociais reais, como o racismo, a misoginia e a depressão, os transformando em algo concreto, como um ser místico ou, até mesmo, assassinos. Esse é o caso de filmes como A Bruxa (2015), Corra! (2017) e O Babadook (2014). Nesse sentido, O Exorcismo, de Joshua John Miller, tenta emplacar uma narrativa sobre depressão, alcoolismo, abuso e paternidade, ao mesmo tempo que faz uma referência ao clássico, porém, a obra acaba se tornando enxuta em seu conteúdo e rasa em sua forma.

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O Mal Não Existe coloca a natureza como uma presença que pode ser destrutiva para aqueles que a profanam

Aviso: o texto contém spoilers.

Texto alternativo: Ao fundo há um rio congelado. No centro da foto há uma parte descongelada desse rio que reflete a imagem de algumas árvores. Mais próximo da câmera está o personagem Takumi, agachado, de costas para a câmera e olhando o rio.
Em 2022, Ryusuke Hamaguchi levou o Oscar de Melhor Filme Internacional por Drive My Car (Foto: NEOPA)

Guilherme Moraes

Depois de lançar duas obras-primas, Roda do Destino (2021) e Drive My Car (2021), Ryusuke Hamaguchi retorna com O Mal Não Existe, ou melhor, Aku Wa Sonzai Shina, no original. O filme conta a história de um vilarejo que vive em harmonia com a natureza até a chegada de uma empresa, que pretende fazer um camping em meio a floresta, o que ocasionaria em alguns problemas ambientais e afetaria a vida de todas as pessoas locais.

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