A Semente do Fruto Sagrado planta um bom roteiro em solo fértil

Longa-metragem alemão, A Semente do Fruto Sagrado concorre a Melhor Filme Estrangeiro na 97ª edição do Oscar (Foto: Films Boutique)

Jamily Rigonatto

Frondosas e firmes, as figueiras são vistas em todo o mundo como uma representação da longevidade. Com frutos adocicados e nutritivos, os figos, remete a aconchego, segurança e estabilidade. No islamismo, um juramento é amplamente conhecido pelos seguidores da religião “pelo figo e pela azeitona”, um simbolismo da importância de respeitar o sagrado. Esse elemento estimado por diversos povos está presente no título de um dos concorrentes a Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2025, mas, ao contrário do esperado, A Semente do Fruto Sagrado mostra que a colheita nem sempre é boa.

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O Oscar é passageiro e Ainda Estou Aqui é eterno

Aviso: o texto contém spoiler e aborda temas sensíveis.

Na imagem, Eunice olha para frente com expressão de tristeza e olhos marejados. A cena possui tons de azul e verde, cores melancólicas. O cenário é de um restaurante, ao fundo há mesas e um homem em desfoque à esquerda. Eunice é uma mulher na faixa dos 60 anos, de pele clara, cabelos escuros e lisos na altura do pescoço. Ela usa brincos grandes, pretos e arredondados. Ela está vestindo uma camisa de botões, com a gola aberta. A roupa é na cor verde escura e estampas de flores.
O filme levou 350 mil pessoas aos cinemas no fim de semana de estreia (Foto: Globoplay)

Davi Marcelgo e Guilherme Machado Leal 

O Cinema de Walter Salles se concentra em temáticas semelhantes, principalmente em Terra Estrangeira (1995) e Central do Brasil (1998), histórias sobre memória, esquecimento e a relação de suas personagens com o Brasil. No primeiro, Fernanda Torres interpreta Alex e, no segundo, é a sua mãe, Fernanda Montenegro, quem dá vida à professora Dora. Em 2024, com Ainda Estou Aqui, adaptação de livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o diretor retoma a parceria com as atrizes para abordar um outro período da história: a Ditadura Militar brasileira. Ambientado no Rio de Janeiro da década de 1970, o longa-metragem acompanha a vida de Eunice Paiva (Fernanda Torres) e seus filhos após o desaparecimento de Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado engajado na luta contra o regime ditatorial. 

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