Luisa Rodrigues
Em 2017, Rihanna fundou sua marca de beleza Fenty Beauty e passou a se dedicar ao empreendimento. Expandindo seus negócios, um ano depois, ela lançou a linha de lingerie Savage X Fenty. A partir de 2019, os desfiles da marca começaram a ser lançados pelo streaming Amazon Prime Video e, no dia 24 de setembro deste ano, o terceiro volume do show chegou ao serviço, mais uma vez com um belo desfile de Moda imersiva e inovadora, combinando Música, coreografia e performances incríveis.
O Volume 3 é diferente da primeira edição, que trazia toda a inovação da junção de coreografia e Moda, além de mostrar os bastidores do processo criativo, e da segunda, que tinha a tarefa de adaptar todo o show para um ambiente sem público. Essa terceira parte veio com uma intenção de ser “nervosa, divertida, sedutora e selvagem”, nas palavras de Rihanna durante a coletiva de imprensa.
O desfile reuniu estrelas como a atriz Vanessa Hudgens se arriscando nas passarelas, o cantor Troye Sivan, Sabrina Carpenter, a incrível Erykah Badu, o ator Jeremy Pope, que arrasou em sua parte, o skatista Nyjah Huston e a atriz Thuso Mbedu e aparições das modelos Adriana Lima, Alek Wek, a consagrada Cindy Crawford, Gigi Hadid, Irina Shayk, a novata Lourdes Leon, as drags Symone e Gottmik e muitos mais. Além de performances incríveis dos cantores Nas, Daddy Yankee, Bia, Jazmine Sullivan, Ricky Martin, Jade Novah e Normani, que já virou tradição nos eventos da marca.
Já no ato de abertura, o show mostra para o que veio, com uma coreografia excepcional, um ar clássico, ao mesmo tempo o som se tornando mais latino e fechando com a experiente Cindy Crawford subindo uma escadaria ao som de Jade Novah e dando início ao desfile oficialmente. Essa primeira parte dará tom a todo o espetáculo, que celebra a diversidade de culturas, corpos e gerações. No elevador acontece a transição do início para a performance da cantora Bia, destacada por danças e bailarinas com corpos despadronizados.
Logo após chega a vez de Normani, que nas duas últimas edições roubou a cena. Na primeira, com uma apresentação de tirar o fôlego e, na segunda, com apenas segundos conseguiu ser um dos grandes destaques do Savage X Fenty Show. Na terceira edição não poderia ser diferente, inovando na performance, a cantora entregou muita coreografia em uma caixa vermelha. E Lourdes Leon, pela primeira vez desfilando no Fenty Show, não ficou para trás, aproveitando-se de uma presença marcante, a modelo consegue manter os olhos apenas nela.
Uma das melhores partes dessa terceira edição é que o show não fica restrito a apenas um espaço, ele circula por todo lugar que pode. Já em uma ambientação externa, há um desfile mais tradicional com modelos muito diversos entregando Catwalk de qualidade, além de uma apresentação energética de Ricky Martin.
É muito interessante observar as escolhas certeiras escolhidas, saindo de uma apresentação pop e latina, o desfile retorna a um ambiente interno e sonoramente R&B com a cantora Jazmine Sullivan, o desfile se torna sedutor com uma coloração alaranjada e novamente retorna ao ambiente externo para um reggaeton do cantor porto-riquenho Daddy Yankee. O melhor é que todas essas transições podem não fazer tanto sentido, mas elas são feitas de uma forma ímpar e muito bem amarradas.
O Savage X Fenty Show é conhecido por coreografias e uma montagem inesquecíveis, a primeira e a segunda edição foram indicadas ao Emmy por conta desses critérios, e nesta terceira edição, mais uma nomeação fica mais perto de se tornar realidade. Muitas cenas são memoráveis, mas Erykah Badu introduzindo Jeremy Pope e o desfile de corpos masculinos, com muita coreografia e ao som de Diddy e Pharrell Williams, superou qualquer expectativa.
O maior sonho de qualquer fã de pop é Rihanna cantar novamente, mas enquanto não acontece, todos somos muito bem alimentados com performances da (ex) cantora durante os desfiles. Dessa vez, não foi diferente, com muita coreografia sedutora e selvagem como estamos acostumados, ela entregou tudo, à sua maneira. A montagem e direção do show, a cargo de Alex Rudzinski e Scott Weintrob, aproveitaram muito bem a arquitetura, saindo da Rihanna e mostrando modelos e dançarinos nos corredores circulares, dando um ar de clipe musical a toda essa cena.
Já na finalização de todo o Volume 3 do show, ele mostra modelos e dançarinas ao redor delas, destacando ainda mais o desfile e tornando o que seria simples e tradicional em algo artístico, uma pintura coreografada. A última performance fica com o rapper Nas, e o encerramento de fato é de Rihanna, como não poderia ser diferente, indo para o heliporto junto com modelos.
Pela primeira vez, o Savage X Fenty não mostra os bastidores, o que enriqueceu a experiência imersiva. Deixando o público focado apenas no espetáculo que se torna um show, ou um teatro gravado, os modelos e dançarinos são os atores, as apresentações dão o tom, a iluminação e o cenário enriquecem a experiência e quando você percebe, está imerso no mundo de Moda criativa criada por Robyn Rihanna Fenty.
O Savage X Fenty Vol. 3 reafirma porque é uma das marcas de lingerie mais inclusivas de todos os tempos, modelos de todas as cores, raças e tamanhos podem ser vistos com os novos rostos da marca, demonstrando que não existe um padrão de beleza exigido para se sentir bem e sensual em sua pele. No fim, Rihanna, nos dá mais uma aula de que não é sobre chegar ao topo, mas reconhecer e valorizar quem abriu esse caminho, mas ainda assim incluir e inovar.