Matheus Fernandes
Há pouco mais de uma década, o roteirista Charlie Kaufman era um dos principais nomes no cinema americano, com obras autorais que fugiam do padrão hollywoodiano e abordavam temas complexos e surreais. Junto do diretor Spike Jonze, fez “Being John Malkovich”, sobre a possibilidade de entrar na mente do famoso ator, e “Adaptation”, um filme meta-referencial sobre bloqueio criativo, seguindo a herança de “8 ½”. O ponto alto de sua carreira veio em 2004, com “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, dirigido por Michel Gondry, romance de ficção científica que ocorre dentro de uma mente humana em processo de apagamento, em uma das melhores representações do funcionamento cerebral já feitas, muito antes de “Divertida Mente” abordar o tema.