Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição

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Victor Pinheiro

No dia 20 de maio, Roger Waters surpreendeu os fãs brasileiros ao postar em seu perfil oficial no Facebook uma foto do presidente Michel Temer acompanhada da escrita: “essa é a vida que realmente queremos?”. A publicação atingiu 32 mil reações na rede social e causou discussões de cunho político nos comentários. Embora tenha sido uma estratégia de marketing, o episódio reflete características do músico e de seu novo álbum solo, Is This The Life We Really Want?. Continue lendo “Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição”

American Gods e a fantasia possível do mundo contemporâneo

American-Gods-Key-Art-PicAdriano Arrigo

Numa arena de octógono de MMA, o pastor-treinador Roberto Pedroso, mais conhecido como pastor Giraia, ajuda jovens que um dia já foram usuários de drogas a competirem pelo “Reborn Team”, o novo time de lutas marciais da Igreja Apostólica Renascer, tradicional instituição evangélica neopentecostal brasileira. “Muitas vezes você convida as pessoas a uma igreja e elas não vão, mas a uma noite de lutas elas vão”, conta o pastor à BBC Brasil.

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Ziggy Stardust: há 45 anos, David Bowie entrava de vez para a história

Nilo Vieira

Bastante rústico e ainda obscuro ao grande público, o curta-metragem The Image (1967) é uma produção peculiar na carreira de David Bowie. Primeira aparição do camaleão no cinema, o filme dirigido por Michael Armstrong já mostrava o cantor no papel que marcaria sua trajetória: uma entidade fantástica – bem antes das fábulas de Major Tom no espaço sideral e indagações sobre a existência de vida em Marte. Continue lendo “Ziggy Stardust: há 45 anos, David Bowie entrava de vez para a história”

Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade

O Sepultura do presente: orgulho e resistência
O Sepultura do presente: orgulho e resistência

Gabriel Leite Ferreira

Manter-se relevante por mais de três décadas no show business é proeza para poucos. O Sepultura, mais do que ninguém, tem plena noção disso. Do início precário em Minas Gerais ao posto de uma das maiores bandas de heavy metal do mundo e os atritos posteriores, a banda fundada pelos irmãos Cavalera superou barreiras até então intransponíveis – e ainda hoje, sob a batuta do guitarrista Andreas Kisser, não pode se dar ao luxo de se acomodar como outras bandas do segmento. Logo, batizar um documentário sobre a trajetória do grupo como Sepultura Endurance (do inglês “resistência”) é, no mínimo, adequado; o problema é que o material não faz jus à carreira do Sepultura do Brasil.  Continue lendo “Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade”

House of Cards: “Nós criamos o terror!”

frank underwood house of cards temer

Na nova temporada, o casal Underwood vai ainda mais longe na busca pelo poder em trama recheada de paralelos com a política nacional e internacional.

Guilherme Hansen e Heloísa Manduca

Atenção! Daqui a duas semanas haverão novas eleições para a presidência dos Estados Unidos. De um lado, está o articuloso atual presidente Francis Underwood (Kevin Spacey). Do outro, o governador de Nova York e típico pai de família americana, Will Conway (Joel Kinnaman). Jovem, carismático, tem experiência militar e está em busca do poder máximo. E aí, já escolheu para quem vai seu voto? Continue lendo “House of Cards: “Nós criamos o terror!””

A divertida impronunciabilidade de Koenjihyakkei

banda koenjihyakkei

A banda japonesa completa 25 anos, com quatro discos experimentais sem nenhuma necessidade de coerência lírica. No lugar desta, entra a transcendência com instrumentais exóticos e divertidos, como conta o tecladista da banda exclusivamente para o Persona.

Adriano Arrigo

Eu sei, eu sei. Ninguém conhece Koenjihyakkei, o estanho grupo japonês que toca estranhas músicas. Como poderiam conhecer? Nos confins da Internet, em um grupo de experimental e rock progressivo, eu os conheci. Estava lá, escrito: Koenjihyakkei. Parecia feitiço. E uma imagem com muitos seres pequenos construindo uma ponte. Músicas com títulos ainda mais bizarros. “Molavena”, “Avedumma”, “Zoltan”. Todas pertencentes a um estilo musical ainda mais enigmático, o Zeuhl.

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O Rastro: Caminhando para o Terror Brasileiro

Divulgação/Imagem Filmes
Divulgação/Imagem Filmes

Matheus Dias

Em um cenário de pouca produção para o gênero de terror, o cinema brasileiro tenta ocupar um espaço pouco explorado. A última produção nacional desse gênero foi em 2014 com Isolados, um filme que usa a receita de bolo hollywoodiana para  garantir sustos e que acabou não obtendo grandes resultados. O Rastro lança-se em rumo a mesma fórmula, porém de um jeito moderno, dando enfoque na corrupção e na crise da saúde pública no país. Continue lendo “O Rastro: Caminhando para o Terror Brasileiro”

Eis a Mulher Maravilha que temos esperado

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Maria Gabriela Zanotti

E em sua melhor versão. Representatividade, de fato, pode movimentar um público há muito adormecido e desinteressado por mais do mesmo – para quem nunca simpatizou com filmes de super-heróis, as duas horas e vinte minutos de Mulher Maravilha podem assustar. Continue lendo “Eis a Mulher Maravilha que temos esperado”

Para além do gênero, Laerte-se

laerteseAdriano Arrigo

Laerte é uma ótima representação de como as HQs se comportaram nos últimos 30 anos no país. Ácidos e meio desengonçados, seus inúmeros quadrinhos também são palco para inúmeros personagens carismáticos em traços simples que sempre revelaram seu lado humorístico, surreal e onírico, típico do universo das tirinhas brasileiras. Com mais de 30 anos de carreira, foi somente nos últimos anos que Laerte tomou os holofotes brasileiros, porém não por causa de seu talento inquestionável, mas sim pela sua identidade de gênero. Hoje temos a Laerte que, além de cartunista, é, por bem ou por mal, um dos centros das discussões de identidade de gênero. Continue lendo “Para além do gênero, Laerte-se”

The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo

Imagem The Get Down

Matheus Rodrigo

Atualmente, o enfoque da indústria de entretenimento é atingir todos e todas. O plano é incluir, mas, às vezes, não necessariamente incluir representatividade. No momento da produção de conteúdo, procura-se atingir todos os nichos, ter demanda, falar com o público sobre assuntos complexos de forma simples. The Get Down é uma das séries da Netflix que aposta nisso. Continue lendo “The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo”