Nietzsche recomenda Carmen

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Eli Vagner F. Rodrigues

A ordenação hierárquica das artes é controversa na história da estética. Para Hegel a Poesia seria a Música plástica, uma arte suprema que pode expressar o pensamento por imagens. Para Schopenhauer a música seria a mais elevada das artes, expressão direta da Vontade, a essência do mundo dos fenômenos. Maurice Nédoncelle considera o problema da Hierarquia das Artes uma questão estéril para nossos dias.  Para Nédoncele, não devemos impor às Artes uma ordem de precedência, pois todas teriam valor igual, apenas são julgadas de perspectivas diferentes. O que é inegável, mesmo com todas as polêmicas classificações é que a música sempre ocupou lugar de destaque como forma de expressão artística. Na Alemanha do século XIX, a filosofia se debruçou com especial atenção sobre as possibilidades estéticas da música. Neste panorama de autores, ideias e disputas as análises de Friedrich Nietzsche da música da época são, a meu ver, essenciais para a compreensão de alguns problemas estéticos característicos do final do século XIX e que influenciaram autores fundamentais para a crítica do século XX, nomes como Adorno, Horkheimer e Foucault. Nietzsche se arriscou não somente na “crítica” mas também esboçou alguns exercícios de composição, hoje disponíveis até por streaming. Um dos pontos centrais de sua obra crítica foram suas considerações sobre a música de Richard Wagner.

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O Soul e o Sou de Liniker

O cantor agitou a cidade de Bauru com seu ritmo, sua voz e seu estilo

linikerO cantor durante apresentação no SESC Bauru (Foto: Vinicíus Gálico)

Vinícius Gálico

A black music de Liniker invadiu a cidade de Bauru e levou uma multidão para o show do cantor e seu grupo, os Caramelows, no ginásio do SESC na última quarta-feira (20). O show faz parte da turnê de seu novo EP “Cru”, lançada pelo selo independente Vulkania.  Com apenas três músicas – “Zero”, “Caeu” e “Louise du Brésil”, Liniker agitou as redes sociais alcançando mais de 1 milhão de visualizações no YouTube em apenas uma semana. Sem divulgação ou assessoria de comunicação para anunciar o lançamento, o cantor pegou muita gente de surpresa, e desde então continua surpreendendo a todos por onde passa com sua voz, estilo e atitude – e em Bauru não foi diferente.

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Trupe Chá de Boldo em São Paulo: Temperatura Inconstante

Banda empolgou o público com seu maior hit, mas decepcionou no desfecho do espetáculo

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A Trupe já conta com 10 anos de estrada (Foto: Divulgação)

Victor Pinheiro

O grupo musical Trupe Chá de Boldo trouxe seu repertório experimental para duas apresentações no Sesc Santana, em São Paulo, no sábado (16) e domingo (17). O setlist foi repleto de faixas do novo álbum da banda, Presente (2015), mas  também contou com sucessos da obra anterior, Nave Manhã (2012).

 Usando toda sua potência instrumental, a Trupe mostrou seus arranjos característicos para começar o espetáculo com força total e  arrancar aplausos, gritos e dança. O marcante trio feminino formado por Ciça Goés, Julia Valiengo e Leila Pereira, nos vocais, o rodízio de instrumentos entre os integrantes e as simpáticas performances no palco foram essenciais para levantar a apresentação.

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Los Hermanos: Amor e Ódio

loshermanos2A banda no show de São Paulo (foto: Vinícius Gálico)

Vinícius Gálico

O cenário musical brasileiro de 2015 foi marcado pelo inesperado reencontro da banda Los Hermanos. A princípio seria apenas uma apresentação no aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, mas não demorou muito para que anunciassem mais dois shows na capital carioca, a fim de atender a demanda dos fãs. O anúncio se tornou viral nas redes sociais e fãs do país inteiro mobilizaram pedidos de shows em suas cidades. A partir disso, o que era pra ser um único show se transformou numa turnê nacional.

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