Você pisa em território indígena e O Estranho expõe isso

Cena do filme O Estranho. Ao fundo, vemos um avião no lado direito da imagem. Em primeiro plano, uma grade divide o aeroporto das duas mulheres que estão do lado de fora da grade. Ao lado esquerdo, Sílvia está apoiada na grade. Utiliza uma tiara colorida, uma blusa vermelha com uma abertura nas costas e calça jeans. Mais a direita, Alê está de braços cruzados. Utiliza uma camisa cinza, calça jeans e seu cabelo está amarrado com uma trança.
Ao longo de 1 hora e quarenta minutos, vemos a história de Guarulhos por diversas perspectivas (Foto: Embaúba Filmes)

Marcela Lavorato

Qual seria o seu sentimento se, ainda criança, tivesse o território invadido, a casa demolida e a vida inteiramente mudada, para sempre, para dar lugar a um aeroporto? O Estranho se apresenta dessa forma, como uma ficção, mas entrega um caráter mais documental pelo motivo de que essa é a história de muitas pessoas que são afetadas pela colonização, seja a de 500 anos atrás ou a de ontem. 

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Carvão queima o retrato da família tradicional brasileira

O enredo explosivo de Carvão faz parte da lista da seção Mostra Brasil da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Pandora Filmes)

Jamily Rigonatto 

Quão falsas podem ser as interações da família que vemos todos os domingos com suas bíblias e crucifixos em mãos? Essa e outras reflexões similares são a proposta de Carvão, filme brasileiro dirigido por Carolina Markowicz. Entre tons hiperbólicos e reviravoltas, a produção se debruça sobre as contrariedades da moral humana. Parte da seção Mostra Brasil da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o longa desmonta a farsa do conservadorismo e a transforma em cinzas. 

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