Madvillainy: o rap pode (e deve) ser divertido

Gabriel Leite Ferreira

Madvillainy, o primeiro e único álbum da dupla MF Doom e Madlib, completou 15 anos na última semana e poderia muito bem ter saído ontem. Especialmente em 2018, sua influência ressoou em alto e bom som no hip hop com o some rap songs de Earl Sweatshirt. A produção lo-fi, as canções sem refrão, as letras enigmáticas e o fluxo contínuo entre as faixas: um filho direto da obra-prima de 2004. Os vilões mais daora do pedaço nunca foram tão relevantes.

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Ladrão: o resgate das origens

Capa do disco Ladrão, do rapper Djonga. Liberado primeiramente no Youtube, o disco já se encontra disponível nas principais plataformas de streaming. (Foto: Reprodução)

Elder John

“Irmão, quem te roubou te chama de ladrão desde cedo. Ladrão. Então, peguemos de volta o que nos foi tirado. Mano, ou você faz isso ou seria em vão o que os nossos ancestrais teriam sangrado. De onde eu vim quase todos depende de mim. Todos temeram meu não, todos esperam meu sim. Do alto do morro, rezam pela minha vida. Do alto do prédio, pelo meu fim. Ladrão”

Pelo terceiro ano consecutivo, no dia 13 de março, Djonga lança mais um álbum. Heresia (2017), O menino que queria ser Deus (2018) e agora Ladrão (2019). Um processo muito rápido de aparição, amadurecimento e afirmação do artista. Hat-Trick perfeito.

A principal temática do disco é resgatar as origens. Não só saber onde quer chegar, mas principalmente, não esquecer de onde veio. Na letra de Bença, Djonga traz essa reflexão: “Então volte pras origem, é o colo de quem cê ama / Será que entende do que eu tô falando? Dessas coisa que deixa acesa a chama”.

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Fabricio FBC e S. C. A., siglas decorativas, significados grandes

Gangsta lust!!!!!!!!!!!!!

Gabriel Leite Ferreira

“S. C. A.”, novo disco do rapper FBC, saiu no fim de outubro. Esbarrei com ele por acaso no Spotify, 30 minutos em poucas faixas, tava indo dormir, mas por que não? Vários dos discos do ano tiveram essa mesma duração, afinal…

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Wu-Tang Clan e MC Igu: não mexam com o rap ‘asiático’!

The game of chess is like a swordfight: you must think first before you move!

Gabriel Leite Ferreira

“Shaolin shadowboxing and the Wu-Tang swordstyle. If what you say is true, the Shaolin and the Wu-Tang could be dangerous. Do you think your Wu-Tang sword can defeat me? / En garde, I’ll let you try my Wu-Tang style.” Assim começa “Bring da Ruckus”, primeira faixa do lendário Enter the Wu-Tang: 36 Chambers, disco de estreia do Wu-Tang Clan que completou 25 anos na sexta passada. Samples de filmes de artes marciais dos anos 50 e 60 em um disco da costa leste durante a franca ascensão do gangsta rap? Baixe a guarda…

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Em ‘Gigantes’, BK com novos ritmos e a mesma essência

“Falando alto para sermos gigantes”: a capa, assinada pelo artista plástico Maxwell Alexandre, dá conta da versatilidade e variedade do segundo disco de BK’ (Foto: Reprodução)

Elder John

Após mais de dois anos do lançamento de Castelos & Ruínas (2016), BK lançou no dia 31 de outubro seu segundo disco, intitulado Gigantes, com 13 faixas. Anteriormente, o rapper carioca havia lançado dois EPs nomeados Antes dos Gigantes Chegarem Vol. 1 & 2 (2017), criando expectativa para o tão esperado álbum.

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