Que ano foi 2016 para a música! Tivemos grandes perdas, é claro, mas também lançamentos impactantes. Aliás, os que se foram deixaram obras fundamentais. A lista dos cinco melhores discos do ano do Persona exalta as inovações dos artistas mais jovens, assim como põe abaixo o horrível clichê de que os veteranos da música popular não têm mais nada a dizer.
Tag: Música
Há duas décadas, o Brasil invadiu o metal
Nilo Vieira
O heavy metal passava longe de ser uma novidade no Brasil: o primeiro álbum do estilo (a estreia homônima do Stress) estava quase com quinze anos, bandas já embarcavam em turnês internacionais e o mercado especializado era sólido, indo de selos independentes à programas na MTV. No entanto, não é exagero afirmar que o ano de 1996 viu o metal brasileiro firmar seu nome, definitivamente, no cenário mundial. Continue lendo “Há duas décadas, o Brasil invadiu o metal”
Após 20 anos, o que há ainda para compreender em Endtroducing…?
Endtroducing… é o disco que redefiniu gêneros músicas na década de 90 e ainda hoje tem muito a mostrar para os nascidos pós música digital.
Adriano Arrigo
Houve uma época em que se falava de boca cheia a quantidade de gigabytes que se possuía em uma mídia digital. Hoje, o brado do materialismo digital foi suprido por uma conta premium no Spotify. Há algo a se pensar nesse processo; porém, antes é de saber que a experiência proporcionada pela música independe dos meios pelos quais ecoa.
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Black Sabbath em São Paulo: o funeral elétrico
Gabriel Leite Ferreira
Horas antes do último show do Black Sabbath em terras brasileiras, o céu nublado já denunciava a chuva iminente. Era São Paulo, a terra da garoa, saudando os pais do heavy metal em sua turnê derradeira. A The End Tour teve início no dia 20 de janeiro de 2016, em Omaha, nos Estados Unidos, e acaba no dia 4 de fevereiro de 2017, em Birmingham, na Inglaterra, a terra natal de Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler. Foi lá que o trio mais o ex-baterista Bill Ward, afastado da excursão por questões contratuais, deu forma ao gênero mais controverso da história da música moderna na década de 70. Não por acaso, a noite foi tipicamente setentista – para o bem e para o mal.
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Descendents: Good good things about saturday
Bárbara Alcântara
“Today. Everything sucks today.” Milo (vocal), Bill (bateria), Stephen (guitarra) e Karl (baixo) entraram no palco no sábado (03) em São Paulo tocando esse som. Ao contrário do que dizia a letra da música, nada estava sendo um saco naquele dia. Para confirmar isso, era só ver a animação estampada na carinha de cada uma das pessoas lá no Tropical Butantã. Todo mundo cantando, gritando e chorando, emocionados, ao som do agressivo porém melódico e dançante hardcore punk da banda. Estavam todos nitidamente desacreditados de que, enfim, realizaram um sonho que tinha sido adiado por 20 anos: ver o Descendents ao vivo.
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10 anos de Skream!, 10 anos do melhor período do dubstep
Captando os sons urbanos e mesclando-os com sons tribais, Skream! é um dos melhores discos que a breve história do dubstep pode produzir.
Adriano Arrigo
Talvez o nome Oliver James, ou Skream, seja pouco conhecido por essas bandas. Talvez, para os menos avisados, o estilo de música tocado por essa pessoa também não seja lá muito apreciado para cá, o dubstep. O gênero não aguentou o peso do tempo e seus expoentes não ajudaram muito após os meados de 2000. Nesse período, o gênero foi sendo incorporado e misturado por outros estilos muito, mas muito distantes de sua origem e coube-lhe somente em ficar como plano de fundo para cenas de computação gráfica ou ser corrompido em concepções que não fazem muito sentido.
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Os melhores discos de Novembro/2016
Não bastaram os 31 dias do mês passado: o caos de outubro se alastrou em níveis alarmantes em novembro, com tragédias rolando soltas. Talvez por isso muitas publicações tenham optado por já lançar suas listas de melhores do ano agora; ninguém mais aguenta o ritmo pesaroso de 2016. Continue lendo “Os melhores discos de Novembro/2016”
A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia
João Pedro Fávero e Nilo Vieira
Este mês foi marcado por dois lançamentos muito aguardados de artistas seminais em suas áreas: o álbum final do grupo de rap A Tribe Called Quest, We Got It From Here… Thank You 4 Your Service e Hardwired… To Self-Destruct, nova empreitada do Metallica. Além de serem discos duplos com títulos enormes, possuem o apelo nostálgico como semelhança notável e são exemplos distintos de como construir o futuro se utilizando das raízes do passado. Continue lendo “A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia”
Tim Maia: o sonho todo azul que se tornou realidade
É tempo de reviver o ‘síndico’, os primeiros LPs retornaram às vendas
Heloísa Manduca
Preto, gordo e cafajeste. É assim que o pai da Soul Music brasileira, Tim Maia, se reconhecia. Autor de declarações críticas que incomodavam a sociedade, Tim era notado por sua sinceridade exagerada sobre tudo e todos, além da exigência com a inseparável banda ‘Vitória Régia’. Para ele, música era coisa séria. O som devia estar sempre perfeito, do contrário, o responsável era advertido assim mesmo, no meio no show.
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A literatura peculiar de Belle & Sebastian
Gabriel Leite Ferreira
No dia 13 de outubro, uma quarta-feira, o anúncio de que o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 era nada mais, nada menos que Bob Dylan pegou muitos de surpresa. Seguiu-se um debate acalorado: vale conceder um prêmio literário a um cantor e compositor? “Banalização da literatura!”, pretensos especialistas de internet decretaram. É fato que há casos em que as palavras são tão ou mais importantes que a música em si. Dylan é a mais plena personificação disso. Stuart Murdoch, um de seus tantos herdeiros, também.