Descendents: Good good things about saturday

Uma banda que faz questão de passar sempre muita seriedade para o público
Uma banda que faz questão de passar sempre muita seriedade para o público

Bárbara Alcântara

“Today. Everything sucks today.” Milo (vocal), Bill (bateria), Stephen (guitarra) e Karl (baixo) entraram no palco no sábado (03) em São Paulo tocando esse som. Ao contrário do que dizia a letra da música, nada estava sendo um saco naquele dia. Para confirmar isso, era só ver a animação estampada na carinha de cada uma das pessoas lá no Tropical Butantã. Todo mundo cantando, gritando e chorando, emocionados, ao som do agressivo porém melódico e dançante hardcore punk da banda. Estavam todos nitidamente desacreditados de que, enfim, realizaram um sonho que tinha sido adiado por 20 anos: ver o Descendents ao vivo.

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10 anos de Skream!, 10 anos do melhor período do dubstep

Captando os sons urbanos e mesclando-os com sons tribais, Skream! é um dos melhores discos que a breve história do dubstep pode produzir.

capa disco skream

Adriano Arrigo

Talvez o nome Oliver James, ou Skream, seja pouco conhecido por essas bandas. Talvez, para os menos avisados, o estilo de música tocado por essa pessoa também não seja lá muito apreciado para cá, o dubstep. O gênero não aguentou o peso do tempo e seus expoentes não ajudaram muito após os meados de 2000. Nesse período, o gênero foi sendo incorporado e misturado por outros estilos muito, mas muito distantes de sua origem e coube-lhe somente em ficar como plano de fundo para cenas de computação gráfica ou ser corrompido em concepções que não fazem muito sentido.

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Os melhores discos de Novembro/2016

somebody once told me...
somebody once told me…

Não bastaram os 31 dias do mês passado: o caos de outubro se alastrou em níveis alarmantes em novembro, com tragédias rolando soltas. Talvez por isso muitas publicações tenham optado por já lançar suas listas de melhores do ano agora; ninguém mais aguenta o ritmo pesaroso de 2016. Continue lendo “Os melhores discos de Novembro/2016”

A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia

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João Pedro Fávero e Nilo Vieira

Este mês foi marcado por dois lançamentos muito aguardados de artistas seminais em suas áreas: o álbum final do grupo de rap A Tribe Called Quest, We Got It From Here… Thank You 4 Your Service e Hardwired… To Self-Destruct, nova empreitada do Metallica. Além de serem discos duplos com títulos enormes, possuem o apelo nostálgico como semelhança notável e são exemplos distintos de como construir o futuro se utilizando das raízes do passado. Continue lendo “A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia”

Tim Maia: o sonho todo azul que se tornou realidade

É tempo de reviver o ‘síndico’, os primeiros LPs retornaram às vendas

“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”, um dos grandes axiomas de Maia
“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”, um dos grandes axiomas de Maia

Heloísa Manduca

Preto, gordo e cafajeste. É assim que o pai da Soul Music brasileira, Tim Maia, se reconhecia. Autor de declarações críticas que incomodavam a sociedade, Tim era notado por sua sinceridade exagerada sobre tudo e todos, além da exigência com a inseparável banda ‘Vitória Régia’. Para ele, música era coisa séria. O som devia estar sempre perfeito, do contrário, o responsável era advertido assim mesmo, no meio no show.

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A literatura peculiar de Belle & Sebastian

if you're feeling sinister

Gabriel Leite Ferreira

No dia 13 de outubro, uma quarta-feira, o anúncio de que o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 era nada mais, nada menos que Bob Dylan pegou muitos de surpresa. Seguiu-se um debate acalorado: vale conceder um prêmio literário a um cantor e compositor? “Banalização da literatura!”, pretensos especialistas de internet decretaram. É fato que há casos em que as palavras são tão ou mais importantes que a música em si. Dylan é a mais plena personificação disso. Stuart Murdoch, um de seus tantos herdeiros, também.

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Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico

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Nilo Vieira

A relação de produções artísticas com o onírico é intrínseca desde as primeiras tentativas humanas em se expressar. De lá pra cá, artistas nos mais diversos segmentos marcaram época utilizando a estética dos sonhos em seus trabalhos: o pintor Salvador Dalí, o cineasta Luis Buñuel e o músico Jimi Hendrix são alguns exemplos mais básicos e conhecidos de arte surrealista, mas seria possível ficar meses comentando obras menos conhecidas que também merecem atenção. Por hora, vamos nos ater a duas, aniversariantes recentes: o disco Loveless, da banda My Bloody Valentine, e o filme Mulholland Drive (no Brasil, virou Cidade dos Sonhos), do cineasta David Lynch. Continue lendo “Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico”

Guns N’ Roses em São Paulo: os embalos da chuva de novembro

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A banda em seu show na cidade de Porto Alegre

João Pedro Fávero

A reunião mais esperada dos últimos vinte anos chegou ao Brasil. Em sua sétima passagem pelo país, o Guns N’ Roses trouxe a nostalgia do hard rock do começo dos anos 90 e lotou o Allianz Parque que esperava para ver Axl Rose, Slash e Duff McKagan lado a lado na Not In This Lifetime Tour.

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A poesia prevaleceu no adeus de Leonard Cohen

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Nilo Vieira

E 2016 continua impiedoso: começou levando o maior artista da década de 70, depois ceifou a figura mais emblemática da década seguinte e agora levou um dos grandes nomes dos anos 60. Morreu no último dia 7 o poeta, compositor e cantor canadense Leonard Cohen, aos 82 anos de idade e em menos de um mês após lançar seu mais recente álbum de estúdio, o bom You Want It Darker – escolhido por nossa curadoria mensal como um dos melhores álbuns do mês passado. Continue lendo “A poesia prevaleceu no adeus de Leonard Cohen”

40 anos de Ramones: Reacionarismo e revolução

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Da esquerda para a direita: Johnny, Tommy, Joey e Dee Dee. Guarde esses nomes!

Gabriel Leite Ferreira

1976. Seis anos sem os Beatles. O rock’n’roll havia alçado voos mais altos na era da psicodelia; o próximo passo foi a sofisticação do rock progressivo de Pink Floyd e Yes, que já soava redundante. Mesmo os expoentes com proposta mais direta apresentavam sinais de desgaste: o reinado do Led Zeppelin estava nos momentos derradeiros e a fase clássica do Black Sabbath findava com a saída do vocalista Ozzy Osbourne. Os rockstars, figuras com uma aura própria, entravam em decadência pelos excessos tanto musicais quanto pessoais. O Verão do Amor enfim tornara-se inverno. Ninguém esperava que a resposta a essa crise de identidade viesse na forma de quatro nova-iorquino maltrapilhos de semblante apático encostados a um muro.

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