20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey

Leandro Gonçalves

A voz única e expressiva que embalou os americanos ao cantar sobre a sua visão do amor, compartilhando suas emoções, experimentou o até então auge de seu sucesso ao declarar estar sonhando acordada. Em 1995, com pouco mais de cinco anos de carreira, Mariah Carey desfrutava do próspero caminho que trilhara desde seu álbum de estreia autointitulado. Daydream (1995), seu quinto disco de estúdio, sustentava o sucesso conquistado pelo seu popular antecessor e estabelecia números expressivos, tanto para Carey quanto para a indústria fonográfica. Continue lendo “20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey”

Melhores discos de Agosto/2017

"emoji pensando", uma pintura de Matheus "Copa" e retrato da incredulidade na Internet em 2017.
“emoji pensando”, uma pintura de Matheus “Copa” e retrato da incredulidade na Internet em 2017.

Leonardo Teixeira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em 1987, a saudosa Kátia bradava não está sendo fácil. Trinta anos depois, é triste ver o quanto a canção ainda permanece atual: entre passeatas nazistas, políticos recebidos com ovada e problemas pessoais em pleno recesso, o mundo continua marcado pelo caos generalizado em 2017.

Mas como os trabalhos não podem parar, cá vão nossas escolhas para trilha sonora em meio à toda essa discórdia: Continue lendo “Melhores discos de Agosto/2017”

30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo

Capa

Leonardo Teixeira

Pioneiro em quase tudo o que diz respeito à música que pop que consumimos hoje, Michael Jackson aparentemente ainda tinha muito o que provar ao mundo em 1987: o sucesso violento que Thriller (até hoje o álbum mais vendido da história da música) havia feito com público e crítica era intimidador, e ninguém acreditava que o ex-Jackson 5 seria capaz de novamente alcançar o altíssimo parâmetro que ele mesmo estabelecera. No entanto, o que ficou óbvio com o lançamento de Bad (1987, Epic Records), sétimo álbum de estúdio do cantor, foi que nem a indústria da música e nem o mundo estavam preparados para o artista que Michael foi. Continue lendo “30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo”

A primeira viagem do Pink Floyd completa 50 anos

O primeiro dos prismas do Pink Floyd
O primeiro dos prismas do Pink Floyd

Guilherme Sette

A estreia do Pink Floyd, lançada há 50 anos, tem o mesmo título de um dos capítulos de um livro infantil, The Wind in The Willows (1908) de Keneth Grahame. O episódio em questão conta a história de uma topeira e de um rato, que saem a noite pela floresta em busca de um bebê lontra, que estava desaparecido.

Continue lendo “A primeira viagem do Pink Floyd completa 50 anos”

Arcade Fire: tudo e nada ao mesmo tempo

everything now

Egberto Santana

De uma forma inusitada, o sexteto canadense Arcade Fire anunciava em sua conta do Twitter o comercial de uma caixa de marshmallows com o nome da quarta faixa do novo álbum, “Creature Comfort”. Colorido e infantilizado, o vídeo é rápido e acompanha a voz de Régine Chassagne cantando o refrão da música. Voltando no tempo e acompanhando essa jogada de marketing, era possível perceber a forte oposição entre o eletrônico e letras carregadas de críticas sociais e reflexivas que a banda entregou no seu quinto álbum de estúdio, Everything Now. Continue lendo “Arcade Fire: tudo e nada ao mesmo tempo”

Em Ritmo de Fuga é música para os olhos

GTA: Atlanta City?
GTA: Atlanta City?

Nilo Vieira

Após a estreia em cinemas brasileiros ontem (27), as comparações mais constantes em críticas sobre Baby Driver (ou Em Ritmo de Fuga) serão com o clássico Cães de Aluguel (1992) e/ou a obra-prima de Nicolas Winding Refn, Drive (2011). Justo, dado a proposta comum de uma violência classuda em todos. No entanto, estes paralelos parecem tirar o foco do real diferencial do novo filme de Edgar Wright: a abordagem da música. Continue lendo “Em Ritmo de Fuga é música para os olhos”

20 anos depois, Dominatrix mostra que o riot grrrl não morreu

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old is cool

Bárbara Alcântara

“Depois eles falam que as mulheres não são unidas”, ironizou a vocalista da banda paulistana Dominatrix, Elisa Gargiulo, no último sábado (22). Ela disse isso no camarim da Associação Cultural Cecília, logo após se apresentar na 3ª edição do Distúrbio Feminino Fest – em comemoração aos 20 anos de lançamento do álbum de estreia da banda, Girl Gathering (1997). Continue lendo “20 anos depois, Dominatrix mostra que o riot grrrl não morreu”

Guns N’ Roses: 30 anos depois, o apetite ainda é insaciável

A capa original do álbum
A capa original do álbum

João Pedro de Lima Fávero

Apesar do discurso outsider desde a sua origem nos anos 70 (e que perdura até hoje), o rock pesado e o heavy metal estavam no auge do sucesso na segunda metade dos anos 80 tanto nos Estados Unidos como em outros lugares do mundo. Continue lendo “Guns N’ Roses: 30 anos depois, o apetite ainda é insaciável”

The End of Evangelion e a transcendência violenta

O pôster original traduzido em inglês: bastante convidativo para um programa de fim de semana
O pôster original traduzido em inglês: bastante convidativo para um programa de fim de semana

Nilo Vieira

Os 26 episódios de Neon Genesis Evangelion já bastariam como justificativa para o culto quase fervoroso acerca do anime: seu teor filosófico ainda ecoa fortemente na geração Y, cada vez mais acometida pela depressão, e dialoga também com a parte de pancadaria da série. O único possível porém seria para o final que, apesar de compreensível em seu tom mais leve (não à toa, virou meme), talvez não fosse o ideal e nem o mais realista – nós adoramos desfechos felizes para distúrbios existenciais, mas não nos contentamos sem ver toda a trajetória sofrida do protagonista que, no fim, tomamos como projeções de nós mesmos. Continue lendo “The End of Evangelion e a transcendência violenta”

Tribalistas e a minha velha infância

tribalistas capa 15 anos já sei namorar

Elisa Dias

A possibilidade de escrever crítica musical foi anulada automaticamente do meu plano de ideias no momento em que a cogitei. Simplesmente porque, em segundos, um pequeno fluxo de pensamentos a respeito me mostrou quão complexa é a minha relação com a música. Complexa porque, a meu ver, a minha visão a respeito é a mais baudelairiana possível, sem indícios de qualquer análise técnica que comprove de alguma forma o que eu quero dizer. Um texto crítico sem embasamento é mais um achismo pro mundo – e o mundo já está bem cheio disso, convenhamos. Continue lendo “Tribalistas e a minha velha infância”