A Procura de Martina busca a memória coletiva

 Cena do filme A Procura de Martina. Na imagem, está Martina, uma mulher branca de cabelos castanhos curtos. Ela tem mais de 60 anos e aparenta marcas de expressão no canto dos olhos e no entorno da boca. Usa um óculos dourado com um cordão também dourado e veste um casaco de frio bege de lona sintética. Ela está em frente a uma foto em preto e branco.
Pertencente à seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, A Procura de Martina faz um manifesto (Foto: Bretz Filmes)

Jamily Rigonatto

Desde seu surgimento, a humanidade tenta se fazer eterna de alguma maneira. De registros em paredes de cavernas a imagens perfeitamente impressas em papel filme, o objetivo é tentar manter um dos bens imateriais mais importantes vivo: a memória. No longa-metragem A Procura de Martina, exibido na seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, isso é amplificado com uma viagem particular pela lembrança que se universaliza para milhares de outras pessoas.

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Fernando Coimbra mistura filmes de gangue com Macbeth em Os Enforcados

O cenário é uma cozinha. Na cena, Valério está sentado com um canivete na mão, chorando, e com a cabeça deitada no peito de Regina. Ele veste uma camisa preta. Regina segura a cabeça de Valério contra o seu peito. Ela está com uma roupa branca manchada nas mangas.
Fernando Coimbra já trabalhou com Leandra Leal em O Lobo Atrás da Porta (Foto: Gullane Filmes)

Guilherme Moraes

Após um hiato de mais de dez anos, depois de lançar O Lobo Atrás da Porta, Fernando Coimbra retorna na direção de Os Enforcados, filme que debutou na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na seção Mostra Brasil. Na trama, Regina (Leandra Leal) influencia o marido a cometer um crime na busca por tomar o comando dos negócios, ao melhor estilo Lady Macbeth. No entanto, os planos dão errado e, conforme a narrativa avança, Valério (Irandhir Santos) vai assumindo cada vez mais a postura de gangster.

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O Palhaço de Cara Limpa é ‘faz-me rir’ para quem nunca perde

Cena de O Palhaço de cara limpa. Na imagem, um homem pardo aparece olhando para o céu. Ele veste camiseta vermelha e está no meio de uma manifestação que acontece a noite entre diversas pessoas. Sua feição é triste e tem lágrimas no canto do olho.
Retratando os reflexos das crises políticas na sociedade, O Palhaço de Cara Limpa fez parte da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Mostra Brasil (Foto: Lira Filmes)

Jamily Rigonatto

Estamos em Agosto de 2016. Depois de tanto pegar fogo, as grandes capitais percebem que lutar pela diminuição da tarifa dos circulares deu certo e decidem se engajar politicamente em outros espaços. O movimento amplificado em milhares de vezes chegou ao Congresso Nacional e a atual presidente, Dilma Rousseff, perde seu cargo por meio de um Impeachment feito às pressas e com consideráveis buracos constitucionais. O momento parece estranho, pessoas comemoram ativamente nas ruas e outras se preocupam. Estas, previam um futuro que sacrificaria muitos e, entre Arte e cotidiano, O Palhaço da Cara Limpa remonta uma partícula de pólvora dessa explosão catastrófica. 

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Enterre Seus Mortos quase soterra sua própria ambição

Na imagem, Nete está encostada na cabeceira de uma cama, com os dois braços apoiando a cabeça. Ela está com expressão de confiança. Nete é uma mulher na faixa dos 40 anos, de pele clara e cabelos longos de cor castanho escuro. No muque, ela possui uma tatuagem escrita.
O filme participou da Mostra Competitiva do Festival do Rio 2024 (Foto: Globoplay)

Davi Marcelgo

Marco Dutra é conhecido por suas colaborações com Juliana Rojas, mas, na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o diretor encara sozinho a missão de contar a história de Edgar Wilson (Selton Mello) e a cidade de Abalurdes, que está prestes a passar pelo apocalipse. Enterre Seus Mortos faz parte da seção Mostra Brasil e é uma produção Globoplay que adapta o romance homônimo de Ana Paula Maia. 

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Lispectorante é um espetáculo espectral

Cena do filme Lispectorante. Vista aérea de duas pessoas deitadas no fundo de um barco pequeno, com pintura verde central e madeira clara nas laterais. À esquerda está Glória, uma mulher de meia-idade, de cabelos curtos e ondulados, vestindo uma blusa escura e shorts vermelhos. À direita está Guitar, um homem branco com cabelo raspado dos lados e mais longo em cima, usando uma camisa aberta e calça dourada, exibindo uma expressão relaxada. Objetos como cordas e um salva-vidas branco estão espalhados ao redor. A água ao fundo e o verde vibrante da pintura evocam uma sensação de tranquilidade e liberdade.
Assim como a protagonista, a diretora do longa-metragem também é uma artista plástica (Foto: Amora Filmes)

Henrique Marinhos

Em competição na seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Lispectorante se destaca como um delírio surrealista, cheio de luzes esverdeadas e paralelos poéticos. A diretora Renata Pinheiro nos entrega um Recife que é mais do que um cenário – é um ser vivo, em estado de abandono e renascimento.

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Continente e sua perturbadora sede de sangue

Cena do filme Continente. Na imagem vemos o rosto de Amanda coberto de sangue. Amanda, mulher branca com olhos e cabelos castanhos, encontra-se boquiaberta e com muito sangue ao redor de sua boca. Ao fundo da foto está escuro.
Davi Pretto recebeu o prêmio de Melhor Direção na categoria Novos Rumos do Festival do Rio 2024 (Foto: Vitrine Filmes)

Vitória Borges

Exibida nos prestigiados Festival Internacional de Cinema de Munich e Festival do Rio, a produção brasileira Continente faz parte da seção Mostra Brasil na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O longa, que acompanha a história de um simples vilarejo nas planícies do Sul do país, mostra uma narrativa muito distópica que aborda o colonialismo, misturando drama com horror. 

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Entre passado e futuro, o presente em Sem Vergonha é a Arte

Cena de Sem Vergonha. Na imagem, a cantora Maria Alcina aparece com o rosto pintado de branco, sombra preta e batom vermelho. Ela veste uma roupa vermelha cheia de babados. Está se apresentando em um palco em frente a uma cortina azul.
Pertencente à seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Sem Vergonha é musical, biografia e saldo positivo para o Cinema brasileiro (Foto: Dilúvio Produções)

Jamily Rigonatto

O que faz um artista ser reconhecido como transgressor? Caso seu pensamento tenha sido direcionado a elementos como roupas, maquiagens e outros compositores estéticos, repense todas as suas certezas, pois Sem Vergonha te mostra que o segredo está na alma livre. Estrelado por Maria Alcina, o musical biográfico fez parte da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Mostra Brasil, e, como a artista que o protagoniza, estabeleceu que limites não são uma opção válida. Afinal, se não for para ultrapassar as barreiras, de que vale fazer qualquer coisa nessa vida?

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Às vezes, nós não Precisamos Falar…

Cena do filme Precisamos Falar. Na imagem vemos Sandra e Paulo pensando em algo. Sandra, mulher branca com cabelos castanhos, veste um top azul e corta-vento cinza, seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo. Celso, homem branco com barba e cabelos grisalhos, veste uma camisa de botão listrada branca e vinho. Ao fundo dos dois é possível ver uma geladeira.
Precisamos Falar aborda negacionismo e narcisismo (Foto: Conspiração Filmes)

Vitória Borges

Nenhuma visão de mundo é igual. É isso que a produção brasileira Precisamos Falar mostra. O longa, exibido na seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, aborda os limites da moralidade e acompanha as turbulências no relacionamento intrafamiliar de duas famílias do Rio de Janeiro. Inspirado no livro O Jantar, de Herman Koch, o filme mostra a reflexão sobre até onde os pais vão para proteger seus filhos.

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A ruína dos homens em Oeste Outra Vez

Na imagem, em formato horizontal, Toto e Jerominho cavalgam por uma paisagem de mato amarelado e morros ao fundo. O fundo é azul com árvores. Toto está do lado esquerdo, mais atrás de Jerominho, em cima de um cavalo com pelagem cinza. Ele veste uma camisa de botão na cor branca e calça jeans. Ele é um homem na faixa dos 60 anos, de pele escura e cabelos grisalhos. Jerominho está mais à frente, montado em um cavalo branco, bem sujo. Ele veste uma jaqueta azul e calça cinza, Usa na cabeça um chapéu preto. Ele é um homem na faixa dos 80 anos.
As filmagens foram feitas no sertão de Goiás (Foto: O2 Play)

Davi Marcelgo

Já tem alguns anos que o Cinema, principalmente o western, tem desconstruído os mitos que solidificaram gêneros. Oeste Outra Vez, de Erico Rassi, segue pela mesma boiada, colocando em duelo os homens e seus relacionamentos. Nesse sertão, Toto (Ângelo Antônio) contrata um pistoleiro para dar um fim no homem que conquistou sua mulher. O filme faz parte da seção Mostra Brasil da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

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Mussum, o Filmis: o samba e o humor brasileiro agradecem

Maior estreia nacional em 2023, Mussum, o Filmis integrou a programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Downtown Filmes)

Vitória Gomez

Mussum, o Filmis chegou às telas em uma safra fértil para as personalidades brasileiras: alguns meses depois de Nosso Sonho, junto do documentário Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você e Meu Nome é Gal, e pouco antes de Meu Sangue Ferve por Você. Haja cultura e diversidade em um ano em que, independentemente dos desempenhos individuais de cada obra, o Cinema nacional mostrou a potência que é – e que poderia ser ainda maior com políticas públicas que verdadeiramente valorizassem esse potencial. Para melhorar, a envolvente cinebiografia do sambista, ator e comediante Mussum, eternamente conhecido pelo seu papel como um dOs Trapalhões, arranca risadas fáceis e, não por menos, estreou com seis Kikitos do Festival da Gramado na bagagem, além de passagens pelo Festival do Rio 2023 e pela 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Mostra Brasil.

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