Melhores discos de Agosto/2017

"emoji pensando", uma pintura de Matheus "Copa" e retrato da incredulidade na Internet em 2017.
“emoji pensando”, uma pintura de Matheus “Copa” e retrato da incredulidade na Internet em 2017.

Leonardo Teixeira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em 1987, a saudosa Kátia bradava não está sendo fácil. Trinta anos depois, é triste ver o quanto a canção ainda permanece atual: entre passeatas nazistas, políticos recebidos com ovada e problemas pessoais em pleno recesso, o mundo continua marcado pelo caos generalizado em 2017.

Mas como os trabalhos não podem parar, cá vão nossas escolhas para trilha sonora em meio à toda essa discórdia: Continue lendo “Melhores discos de Agosto/2017”

30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo

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Leonardo Teixeira

Pioneiro em quase tudo o que diz respeito à música que pop que consumimos hoje, Michael Jackson aparentemente ainda tinha muito o que provar ao mundo em 1987: o sucesso violento que Thriller (até hoje o álbum mais vendido da história da música) havia feito com público e crítica era intimidador, e ninguém acreditava que o ex-Jackson 5 seria capaz de novamente alcançar o altíssimo parâmetro que ele mesmo estabelecera. No entanto, o que ficou óbvio com o lançamento de Bad (1987, Epic Records), sétimo álbum de estúdio do cantor, foi que nem a indústria da música e nem o mundo estavam preparados para o artista que Michael foi. Continue lendo “30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo”

Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza

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Lorde cresceu e está cheia de histórias tristes, eufóricas e coloridas pra contar: que Melodrama seja só a primeira de muitas outras (Foto: Universal Music New Zealand Limited)

Leonardo Teixeira

Na madrugada de seu aniversário de 20 anos, Lorde publicou uma carta aberta para seus fãs. Matando a jovem introvertida e quase blasé que surgiu em 2013 e pondo-a num “mausoléu adolescente”, Ella Marija Lani Yelich-O’Connor descrevia os últimos tempos como cruciais para a novíssima pessoa que o mundo estava prestes a conhecer. “Pure Heroine foi o meu jeito de consagrar a nossa glória adolescente, iluminando-a para sempre para que essa parte de mim nunca morra, e esse álbum — bem, este é sobre o que vem depois”. Continue lendo “Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza”

Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra

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Leonardo Teixeira e Matheus Dias

“Eles estão pouco se fodendo para a Harriet Tubman!”, grita Coco Conners (Antoinette Robertson) na desesperadora cena de abertura de Cara Gente Branca (Dear White People), produção da Netflix concebida por Justin Siemen e lançada em abril deste ano. A referência à importante figura do ativismo negro é apenas um exemplo do alerta importante que a série faz: temos medo de tocar nos assuntos espinhentos. Uma festa de blackface (em que se pinta o rosto de preto, numa tentativa infeliz de incorporar uma identidade visual negra) é o ponto de partida da obra para dissecar o racismo institucional nas universidades, a militância negra e, por tabela, a sociedade pós-moderna. Continue lendo “Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra”

40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou

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Leonardo Teixeira

Nas décadas de 60 e 70, a indústria fonográfica lidou com o hedonismo entorpecido reproduzido na cultura. Em 1977, no entanto, a ressaca já havia chegado para alguns: concebido sob tretas homéricas entre os membros do Fleetwood Mac, Rumors é um desabafo sobre as implosões internas que, no fim das contas, não impediram a banda de conceber um clássico. Continue lendo “40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou”

Os melhores álbuns de 2016

melhores álbuns 2016

Que ano foi 2016 para a música! Tivemos grandes perdas, é claro, mas também lançamentos impactantes. Aliás, os que se foram deixaram obras fundamentais. A lista dos cinco melhores discos do ano do Persona exalta as inovações dos artistas mais jovens, assim como põe abaixo o horrível clichê de que os veteranos da música popular não têm mais nada a dizer.

Continue lendo “Os melhores álbuns de 2016”

Joanne: Lady Gaga faz as pazes com o público

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Leonardo Teixeira

Quase uma década se passou desde que Lady Gaga surgiu no cenário musical. Com visual desafiador e produções contagiantes para as pistas, a nova-iorquina foi um sopro de ar fresco na cena pop, que à época encontrava-se saturada pela mistura prolífica de dance e hip hop, encabeçada por produtores como Timbaland e Jermaine Dupri — atualmente considerados datados, apesar de sua grande contribuição à cultura popular — e lugar comum da criação radiofônica da primeira década do século XXI.

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LEMONADE: Amor, confiança e empoderamento

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Leonardo Teixeira

Beyoncé tem se tornado uma artista que dispensa apresentações. Desde sua juventude à frente do R&B empoderado do Destiny’s Child, passando por seus incontáveis hits cuidadosamente moldados pelos produtores mais competentes que sua gravadora pôde conseguir, a cantora tem se esforçado para ganhar lugar de respeito em uma indústria que, no fim das contas, ela domina. Lançando em meio a polêmicas, o aguardado Lemonade é uma narrativa sobre solidão, confiança (ou a falta dela) e contestação social. Continue lendo “LEMONADE: Amor, confiança e empoderamento”