That! Feels Good! transporta a Música disco reimaginada ao contexto do pop contemporâneo

: Capa do álbum “That! Feels! Good!”, uma fotografia da cantora Jessie Ware, mulher branca de cabelos longos lisos, em um fundo rosa claro, de costas olhando de lado para nós. Ela usa um coque alto preto, delineador preto, um brinco de pérola branco na orelha direita, e alguns colares de pérolas brancas de diferentes comprimentos. Ela está descamisada, e segura o braço direito um pouco acima do cotovelo com a mão esquerda, sugerindo que ela está de braços cruzados
Fazendo jus ao título, That! Feels! Good! entrega sensualidade, energia, glamour e elegância (Foto: Andrew Benge)

Gustavo Capellari

Em 2020, a cantora Jessie Ware, já consolidada na época no mercado fonográfico britânico com três álbuns lançados, entrava em uma empreitada importante para sua carreira: o lançamento do seu quarto disco, intitulado What’s Your Pleasure?, que trouxe uma sonoridade diferente da que a artista vinha explorando anteriormente. Naquele ano, Ware explorava a pergunta “qual é o seu prazer?”. Já em 2023, That! Feels! Good! é lançado e faz uma afirmação na qual o prazer é celebrado. Esse pequeno detalhe, embora pareça pouco importante, nos ajuda a entender as transformações nos estilos explorados pela cantora.

O que os dois álbuns mais têm em comum talvez seja a presença da Música disco, juntamente com as letras e melodias cativantes que compõem a trajetória da diva. Investindo em ritmos dançantes e com um apelo comercial maior do que seus primogênitos – Devotion (2012) e Tough Love (2014) –, ela passa a ganhar cada vez mais espaço nos charts e admiração da crítica.

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PC Music (2013-2023): o pós-pop reencarnado e virtualizado

No seu aniversário de dez anos, em 2023, a PC Music lançou um mix multiautoral de 100 minutos e anunciou o encerramento do selo (Arte: Aryadne Xavier)

Gustavo Capellari

Em 23 de Junho de 2013, o selo e coletivo Personal Computer Music, mais conhecido por seu nome encurtado PC Music, disponibilizava seu primeiro lançamento musical, o single Bobby, da cantora GFOTY. A empresa foi fundada pelo produtor britânico A.G. Cook, que um ano antes já testava um protótipo de selo independente, a Gamsonite.

Embora Cook tenha sido essencial para a sua construção, quando ouvimos falar de PC Music, mais do que uma história linear ou um conceito fechado em uma empresa do Reino Unido, é aberta uma multiplicidade de significados, auras artísticas, gêneros musicais e estéticas (im)possíveis da pós-modernidade tecnocapitalista. O decênio do selo não pressupõe que as histórias das mais variadas subversões da música pop mainstream tenham começado apenas em 2013. A construção da PC Music e, juntamente, de gêneros musicais recentes como o hyperpop e o bubblegum bass, é produto direto e indireto da música que os antecede e da que é criada no mesmo período.

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