Vitória Lopes Gomez
Em uma época em que os slashers já estavam mais do que consolidados, Pânico se tornou um clássico por um motivo: o filme de Wes Craven revitalizou o subgênero ao se aproveitar das próprias convenções e regras e subvertê-las a seu favor. As fórmulas e os clichês viraram brincadeira nas mãos do diretor e do roteirista Kevin Williamson. Com muita referência, metalinguagem e, acima de tudo, autoconsciência, Pânico deu um jeito de satirizar o Terror ao mesmo tempo que se tornava um dos maiores clássicos do gênero.
Como a franquia de filmes apontou, “eles sempre voltam”. E assim foi: alguns anos e algumas sequências depois, a MTV resolveu dar continuidade às obras no formato televisivo. Afinal, “adolescentes” era basicamente o carro-chefe da emissora e, contanto que as vítimas agissem como a idealização das pessoas da idade, até um assassino à solta renderia conteúdo. O primeiro desafio veio, justamente, em adaptar os 120 minutos dos longas para os 10 episódios da primeira temporada de Scream. O próprio Noah avisou no piloto: slashers não duram muito tempo.