BRAT não reinventa a roda, ele queima pneu

Capa do álbum brat, da cantora Charli xcx. A capa é totalmente verde neon com o escrito “brat” em letras minúsculas, em preto e pixeladas.
Uma jogada de marketing e tanto: qualquer um pode fazer o que quiser com o conceito de BRAT em bratgenerator.com (Foto: Atlantic Records)

Henrique Marinhos

Provando por ‘A+B’ que opera nas margens do mainstream, não por falta de talento ou oportunidade, mas porque simplesmente quis assim, Charli XCX tornou-se uma força motriz na Arte contemporânea. Um álbum. Um movimento. Um estilo de vida. BRAT é quase inadjetivável e não tem espaço para introspecções ou profundidades poéticas excessivas. É o agora.

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O Exorcismo se perde em várias ideias

Anthony, interpretado por Kurt Russell está sozinho no quadro. Ele está com as bochechas cortadas e veste uma roupa toda preta de padre. A tela é iluminada por uma cor esverdeada.
“Este é um drama psicológico envolto na pele de um filme de terror” (Foto: Imagem Filmes)

Guilherme Moraes

Em 1973, William Friedkin lançava O Exorcista, uma película de terror que logo se tornaria um clássico e mudaria o modo de se fazer filmes de demônio. No início da década de 2010, longas de terror psicológico começaram a fazer sucesso no Cinema pelas metáforas de medos sociais reais, como o racismo, a misoginia e a depressão, os transformando em algo concreto, como um ser místico ou, até mesmo, assassinos. Esse é o caso de filmes como A Bruxa (2015), Corra! (2017) e O Babadook (2014). Nesse sentido, O Exorcismo, de Joshua John Miller, tenta emplacar uma narrativa sobre depressão, alcoolismo, abuso e paternidade, ao mesmo tempo que faz uma referência ao clássico, porém, a obra acaba se tornando enxuta em seu conteúdo e rasa em sua forma.

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O Mal Não Existe coloca a natureza como uma presença que pode ser destrutiva para aqueles que a profanam

Aviso: o texto contém spoilers.

Texto alternativo: Ao fundo há um rio congelado. No centro da foto há uma parte descongelada desse rio que reflete a imagem de algumas árvores. Mais próximo da câmera está o personagem Takumi, agachado, de costas para a câmera e olhando o rio.
Em 2022, Ryusuke Hamaguchi levou o Oscar de Melhor Filme Internacional por Drive My Car (Foto: NEOPA)

Guilherme Moraes

Depois de lançar duas obras-primas, Roda do Destino (2021) e Drive My Car (2021), Ryusuke Hamaguchi retorna com O Mal Não Existe, ou melhor, Aku Wa Sonzai Shina, no original. O filme conta a história de um vilarejo que vive em harmonia com a natureza até a chegada de uma empresa, que pretende fazer um camping em meio a floresta, o que ocasionaria em alguns problemas ambientais e afetaria a vida de todas as pessoas locais.

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Sex and the City, o poder do streaming e a cultura dos revivals

Na imagem, da esquerda para a direita, estão as personagens Miranda, Samantha, Charlotte e Carrie. Elas estão em uma festa, rindo juntas enquanto seguram copos de coquetel. Miranda está vestida com um vestido vermelho sem mangas, Samantha usa um vestido vermelho com detalhes de acessórios brilhantes, Charlotte está com um vestido preto e uma expressão alegre, e Carrie veste um vestido preto com detalhes brancos, com o cabelo preso em um rabo de cavalo. Ao fundo, outras pessoas participam da festa.
Sex and the City é um dos pilares da cultura da década de 2000 (Foto: HBO)

Arthur Caires

Em Abril de 2024, Sex and the City entrou no catálogo da Netflix e foi novamente popularizada. Originalmente, a série esteve no ar de 1998 a 2004, mas foi com o poder da maior plataforma de streaming do mercado que se tornou, mais uma vez, o assunto do momento. E assim, de uma hora para outra, as redes sociais foram dominadas pelas frases de efeito de Carrie, discussões sobre como a protagonista é uma péssima amiga e vários tutoriais de como fazer o famoso drink Cosmopolitan.

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O amor, a fé e a cultura em Planeta dos Macacos: O Reinado

Aviso: o texto contém spoilers.

Cena do filme Planeta dos Macacos: O Reinado Na imagem, o personagem Proximus, criado digitalmente, está olhando para frente, com a cabeça inclinada para a esquerda. Ele está com a expressão tranquila e com a boca aberta mostrando os dentes. Proximus é um chimpanzé com os pelos e face escura. Ele usa uma coroa na cor bronze, com pontas nos cantos e no meio. Ele também usa um colar com ombreiras, feito de couro e metal. Atrás dele há bandeiras vermelhas.
Planeta dos Macacos: O Reinado é o décimo filme da franquia (Foto: 20th Century Studios)

Davi Marcelgo

Em Planeta dos Macacos: A Guerra (2017), Caesar (Andy Serkis) foi inserido numa narrativa inspirada na trajetória de Moisés e a terra prometida; levar seu povo a um lar sem violência. O novo Planeta dos Macacos: O Reinado (2024), persiste na dinâmica religiosa, mas não ficando somente no terreno da referência e, sim, tornando-a temática. Décadas após a morte de Caesar, o jovem Noa (Owen Teague) é a única esperança de salvar sua aldeia da tirania do rei Proximus (Kevin Durand). 

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Após 24 anos de Segura a Onda, Larry David não aprendeu nenhuma lição

Cena da série Segura a Onda. O protagonista Larry David é um homem branco, calvo, com cabelos brancos nos lados da cabeça e óculos. Ele está sentado em uma mesa de tribunal, de costas para as pessoas sentadas nos bancos atrás dele. Ele está com os braços levantados e as mãos atrás da cabeça
A última temporada de Segura a Onda fecha as portas no estilo que Larry David sabe fazer melhor (Foto: Max)

Giovanna Freisinger

Eu tenho 76 anos e eu nunca aprendi uma lição em toda a minha vida”. Essa é uma fala de Larry David no último episódio da décima segunda temporada de Segura a Onda (Curb Your Enthusiasm, no original). Quando a série começou a passar na TV, em 2000, o cenário cultural dos Estados Unidos e do mundo era bem diferente. Desde então, os tempos mudaram, mas Larry não. A comédia concorre pela última vez ao Emmy 2024, em quatro categorias, inclusive a de Melhor Série de Comédia. Ela aparece consistentemente nas indicações da premiação desde o seu início, acumulando ao todo 55 indicações e – inexplicavelmente – apenas duas vitórias.

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A segunda temporada de Invencível não faz jus ao nome e perde outra batalha

Cena da 2 temporada de Invencível. Da esquerda para a direita, temos a presença de Eve Atômica/Samantha Eve Wilkins, uma jovem branca, com olhos verdes e cabelo ruivo, ela está vestindo um uniforme e um capacete rosa. Ao seu lado temos a presença de Invencível/Mark Grayson, um jovem de dupla nacionalidade (norte americano e coreano), com cabelo preto. Ele também está vestindo um uniforme e uma máscara de super heroi na cor amarela, azul e preta. Ao seu lado, mais ao fundo, temos a presença de Rudy/Rudolph Conners, um robô laranja de olhos verdes. Ao lado temos o Imortal, um homem adulto, branco, de cabelo e barba escura. Ele está vestindo um uniforme de heroi na cor azul, branca e amarela. Depois temos o Supermorfo, um jovem branco, com cabelo castanho. Ele está vestindo um uniforme azul e laranja. Ao lado está a Menina Monstro, uma jovem branca, de cabelo comprido castanho claro, ela está vestindo um macacão azul. Por último está Sansão Negro, um homem adulto, negro, de olhos escuros e careca. Ele está vestindo um uniforme cinza claro com detalhes de cinza escuro. Eles estão em uma espaçonave cinza, com assentos e uma tela de comando.
Após quase três anos de hiatus, Invencível retorna ao catálogo do Amazon Prime Video com uma narrativa mais melodramática e escolhas nada óbvias (Foto: Amazon Prime Video)

Ludmila Henrique 

Ser um herói configura em deixar sua marca por onde passa, seja isso algo bom ou ruim. Agir em defesa da vida de uma sociedade tem seu peso e nem sempre pode sair da maneira em que foi planejado, ainda mais quando o destino do defensor não está alinhado com fazer o bem. Indicado pela primeira vez ao Emmy, na categoria de Melhor Dublagem de Personagem, Invencível renasce das ruínas e apresenta um roteiro maduro em comparação à temporada anterior, explorando as conexões emocionais de seus personagens. 

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A terceira temporada de Hacks é inconsistente, mas ainda consegue nos fazer rir

Cena da terceira temporada de Hacks. Na imagem estão Deborah e Eva dentro de um elevador. No centro esquerda está Deborah olhando para o terno de Eva. Ao centro direita está Eva olhando diretamente para o rosto de Deborah.
Jean Smart e Hannah Einbinder estão indicadas ao Emmy de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante em Comédia, respectivamente, na edição de 2024 (Foto: Max)

Guilherme Moraes

A terceira temporada de Hacks mantém o script das anteriores, com uma comédia metalinguística ancorada na amizade de Deborah Vance (Jean Smart) e Ava Daniels (Hannah Einbinder) que encontra, no drama pessoal da protagonista, a própria forma de fazer humor profissionalmente. Apesar das dinâmicas entre a dupla e das questões internas dos personagens funcionarem, a temporada demora para engrenar. Na dúvida se mantinham a fórmula vazia para gerar comicidade ou exploravam um caminho mais arriscado e profundo, os roteiristas deixaram boa parte da season inconstante. Por sorte, Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky reencontram o caminho do sucesso nos últimos episódios, o que garantiu várias indicações ao Emmy 2024, incluindo ao prêmio de Melhor Série de Comédia.

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Quantum Baby é para nós, sobreviventes de um coração partido

Imagem da Cantora Tinashe, uma mulher negra de cabelos loiros que veste brincos e pulseiras pratas. Ela está sentada em um chão de barro encostada em um pneu coberto de areia. Sua pele está manchada de graxa. Ela está apoiada com seu cotovelo no chão e sua mão acima de seu joelho. Suas roupas são um vestido preto curto com um o número 10 bordado na barriga. Sua saia é curta e vermelha.
Nasty foi nomeado a categoria Melhor Vídeo Viral no MTV Video Music Awards (Foto: Nice Life Recording Company)

Henrique Marinhos

Quantas vezes nos pegamos pensando em como nossas vidas poderiam ser diferentes se tivéssemos feito outras escolhas? A teoria quântica sugere que todos esses possíveis caminhos coexistem até o momento em que tomamos uma decisão, colapsando todas as outras possibilidades em uma única realidade. Em entrevista à revista ELLE, Tinashe associa Quantum Baby ao seu terreno pessoal, onde todas essas expectativas se concentram em uma única obsessão: o amor.

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Os sonhos arruinados dos Garotos do Ninho são o norte de Longe do Ninho

 Capa do livro Longe do Ninho, de Daniela Arbex. O fundo da capa é preto. Nesse fundo, há brilhos vermelhos representando estrelas. No centro da capa, em vermelho, há o nome da escritora Daniela Arbex. Logo abaixo, no centro, vem o título: Longe do Ninho. Por fim, ainda no centro: há a continuação do título: Uma investigação do incêndio que deu fim ao sonho de dez jovens promessas do Flamengo de se tornarem ídolos no país do futebol. Em torno desses dizeres há os bustos das dez vítimas: acima, da esquerda para direita, aparece Pablo Henrique (menino negro de , Vitor Isaías e Jorge Eduardo. Do lado direito, de cima para baixo, há Samuel Rosa e Rykelmo. No lado inferior, da esquerda para a direita, encontram-se Athila, Bernardo e Christian. Do lado esquerdo, de cima para baixo, há Gedson e Arthur. No centro superior direito aparece a logo da Intrínseca em vermelho.
Longe do ninho é um livro triste, mas necessário (Foto: Intrínseca)

Marcela Lavorato

Lançado cinco anos depois do incêndio no CT do Flamengo, que matou dez jogadores da base em Fevereiro de 2019, Longe do ninho: Uma investigação do incêndio que deu fim ao sonho de dez jovens promessas do Flamengo de se tornarem ídolos no país do futebol é um livro que honra as memórias daqueles se foram e dos dezesseis jovens que sobreviveram. Daniela Arbex, jornalista investigativa, não falha em trazer – assim como em  Holocausto Brasileiro (2013), Cova 312 (2015) e Todo dia a mesma noite (2018) – o desrespeito dos responsáveis pelo incêndio que vitimou Arthur Vinícius, Athila Paixão, Gedson Santos, Pablo Henrique de Souza, Vitor Isaías, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Jorge Eduardo dos Santos, Samuel Rosa, Rykelmo de Souza e seus sonhos. 

Com uma escrita impactante, a autora se debruça em dez mil folhas de arquivos sobre o caso para trazer à tona a imprudência da instituição do Flamengo e seus dirigentes. Durante as 266 paginas, acompanhamos a reconstituição do caso e nos é revelado que o local de ‘moradia’ – contêineres totalmente inadequados nunca deveriam ser chamados pelo termo –, localizado no centro de treinamento do Flamengo, Ninho do Urubu, não tinha alvará como alojamento. Determinado como estacionamento em um dos documentos, as famílias confiaram seus filhos à instituição, pensando que a mesma iria tratá-los com respeito e decência, mas o que é mostrado indica o contrário. 

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