Estante do Persona – Maio de 2024

Em Maio, o Estante do Persona faz ode aos inícios (Texto de abertura por: Guilherme Machado Leal/ Artes: Julia Rodrigues)

Se apaixonar e se encantar por um livro pela primeira vez é uma das experiências mais marcantes de qualquer leitor. Seja fantasia, drama ou romance, as narrativas literárias transportam o público para as páginas e escritos de um autor. Por isso, o Estante do Persona deste mês celebra as primeiras indicações dos novos membros da Editoria com uma lista seleta de obras marcantes.

De suspenses literários brasileiros a clássicos mundiais, as recomendações atravessam os mais variados gêneros e atingem todos os públicos. Entre histórias em quadrinhos e livros sobre a iminência da vida adulta, algo que une todas as indicações do mês de Maio é o amor pela Literatura e pelas histórias contadas. Das narrativas infantojuvenis às poesias profundas de Sylvia Plath, o cardápio de obras literárias oferece arcos envolventes de personagens e tramas de tirar o fôlego. 

Em suma, para este mês, as indicações se pautam em liberdade. Drama, distopia, aventura e muitos outros gêneros são encontrados no Estante do Persona de maio. Pegue uma pipoca, se aconchegue e se prepare para receber inúmeras recomendações de narrativas literárias. Do tradicional ao moderno, a lista a seguir é para quem pode se chamar de ávido leitor!


Capa do livro Uma Família Feliz. O nome do autor, em letras maiúsculas e na cor preta, está centralizado na parte superior da capa. Logo abaixo do nome, encontra-se a cabeça de um bebê reborn de perfil. O bebê reborn tem um coração desenhado no pescoço e os olhos rabiscados. Abaixo da ilustração da cabeça do bebê reborn, está o título do livro: Uma Família Feliz. Na parte direita, no canto inferior, encontra-se a logo da editora Companhia das Letras. O fundo da capa é rosa e possui ilustrações que se assemelham a um papel de parede infantil, com nuvens, luas minguantes e estrelas.
“A história absurda e violenta que se escuta da amiga de uma amiga” (Foto: Companhia das Letras)

Raphael Montes – Uma Família Feliz (352 páginas, Companhia das Letras)

O novelista, roteirista e escritor Raphael Montes está de volta com uma nova narrativa repleta de suspense e mistério. Em Uma Família Feliz, o autor nos apresenta Eva, uma artesã que faz bebês reborn e se descobre grávida de uma criança real, o primogênito Lucas. O núcleo familiar aparentemente perfeito conta ainda com as enteadas gêmeas, Sara e Ângela, e o marido, Vicente.

Em um condomínio de luxo onde as aparências enganam, a vida dos sonhos da família nos moldes de comercial de margarina se torna um pesadelo quando o recém-nascido Luquinhas e suas irmãs idênticas aparecem violentados. Com reviravoltas a cada capítulo, até o personagem mais inocente é considerado suspeito pela protagonista, que, inclusive, passa a desconfiar de si mesma.

Sucesso de crítica e público, o livro ganhou uma adaptação audiovisual homônima estrelada por Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini na pele do disfuncional casal que fisgou os vorazes leitores de Raphael Montes. O roteiro do longa-metragem é assinado pelo autor da trama literária que inspirou o filme. Outras obras do escritor, inclusive, já foram adaptadas para o audiovisual, como Bom Dia, Verônica e Dias Perfeitos– Felipe Nunes


capa do livro Os Diários de Sylvia Plath. Nela, está uma foto da escritora sentada em uma cadeira num jardim. O enquadramento da imagem permite que visualizemos apenas a parte superior do corpo de Sylvia Plath, que não olha diretamente para a câmera - vemos o seu perfil. A autora veste um top branco de renda, com uma flor vermelha presa em seu elástico de cima, enquanto segura um dente-de-leão e olha para ele. Além disso, Plath, mulher branca de cabelos loiros e curtos, está de batom vermelho - mesma cor de seu esmalte. Na foto, ela aparenta falar algo e o dia parece ensolarado. O título do livro posiciona-se entre o rosto da escritora e sua mão - segurando o dente-de-leão. Abaixo do título, há informações adicionais: anos em que os diários foram escritos e o nome de Karen V. Kukil, responsável pela organização deles. A logo da Editora Biblioteca Azul está no canto inferior direito.
“De repente, penso ‘onde está a garota que eu era ano passado? Há dois anos? O que ela pensaria de mim agora?’” (Foto: Editora Biblioteca Azul)

Sylvia Plath – Os Diários de Sylvia Plath (840 páginas, Editora Biblioteca Azul)

A coletânea Os Diários de Sylvia Plath, publicada em novembro de 2017, reproduz os manuscritos originais que a enigmática escritora Sylvia Plath redigiu entre os últimos anos de sua vida – de 1950 a 1962. A leitura, por sua vez, assinala os meandros do amadurecimento feminino, bem como a inquietude de uma das maiores poetisas do século XX. Com suas reflexões, Plath revela a genialidade com que lidava e escrevia sobre as angústias mais íntimas. 

Sob a tradução de Celso Nogueira, os diários da autora servem como um alívio: ela possui a notória habilidade de converter sentimentos, muitas vezes indescritíveis, em palavras. Os pensamentos melancólicos, comportamentos excêntricos e questionamentos existenciais, de forma inesperada, são reconfortantes. Através deles, Sylvia Plath reforça a mensagem de que não estamos sós na escuridão de nossa subjetividade. – Esther Chahin 


Capa do livro Diário de uma paixão, escrito por Nicholas Sparks. Publicado pela editora Arqueiro. A imagem de fundo é uma fotografia de uma mulher adulta de frente para o mar. Ela está agachada em um deck e se segura em uma estrutura que remete a uma escada submersa na água. Ela usa um vestido vermelho, seu cabelo está preso em um coque com uma flor. No topo da capa lê-se "o amor é a força mais poderosa do universo". Foram vendidas mais de 100 milhões de cópias do livro.
“[…] O meu nome, em breve, será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou.” (Foto: Editora Arqueiro)
Nicholas Sparks – Diário de uma Paixão (256 páginas, Editora Arqueiro)

Em 1996, Nicholas Sparks escreveu em seis meses o premiado Diário de uma Paixão, que passou 56 semanas na lista de best-sellers do New York Times. O clássico romance, traduzido pela Viviane Diniz, conta a história de Duke, um homem simples que amou muito uma pessoa sua vida inteira. Na clínica de repouso em que mora, ele lê a linda e emocionante história do casal Allie Nelson e Noah Calhoun para uma senhora com Alzheimer, à espera de um milagre.

Sparks é reconhecido pelos seus diversos romances com escritas simples, cativantes e dramas profundos sobre o amor, e seu livro de estréia não podia ser diferente. Com Diário de uma Paixão, o autor nos leva a questionar o que vale mais: uma vida estável ou a emoção de um amor de verão que sempre ficou na sua cabeça. Apesar de o início da obra não conter tanta riqueza e descrição das cenas, o livro termina com uma amarração perfeita. Podemos compreender Duke e nos solidarizar com toda a sua história, esperando, um dia, amar alguém como ele amou. – Marina Iwashita Canelas


Capa do livro As vantagens de ser invisível. No centro da imagem vemos o desenho da silhueta de um garoto em cima de uma caminhonete. Seus braços estão erguidos para o alto como se estivesse sendo liberto e ficando livre de qualquer sentimento ruim. Na parte superior, o título da obra está escrito em letras pretas, o nome do autor aparece na cor branca. O nome da Editora Rocco encontra-se na parte inferior direita da imagem, na cor verde limão. Na parte esquerda central lê-se “nova edição com trecho inédito”, já na parte inferior esquerda está escrito “o livro que inspirou o filme”, em branco. A capa da obra é verde com detalhes em tons variados.
“Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.” (Foto: Editora Rocco)

Stephen Chbosky – As vantagens de ser invisível (224 páginas, Editora Rocco)

Considerado um dos best sellers mundiais, As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky, é um romance epistolar que aborda o drama adolescente da maneira mais sincera possível. A obra, traduzida por Ryta Vinagre, conta a história de Charlie, um garoto introvertido que escreve cartas a um querido amigo, uma pessoa anônima. Com uma construção muito bem equilibrada, a história é intimista e envolvente, o que permite ao leitor acompanhar de perto o crescimento emocional e psicológico do protagonista.

 Através de suas cartas, Charlie revela seus desafios de adaptação à sua nova escola, encontrando amizades significativas. Em As vantagens de ser invisível, Chbosky conta uma história honesta e emocionante sobre os desafios da adolescência, sobre o enfrentamento de demônios internos e até mesmo sobre a paixão não correspondida. Em 2012, a obra chegou a ser relida nas telas do cinema e conta com Logan Lerman, Ezra Miller e Emma Watson no elenco. – Vitória Borges


Capa do livro legend. Na parte superior está escrito “Autora bestseller do New York Times” em dourado. Ainda na parte superior, logo abaixo, está escrito “Marie Lu” em dourado. Na parte central está um símbolo criado para representar a República. O símbolo é contornado por uma cor dourada. A letra “R” está no centro do símbolo. Acima dele está uma estrela. Na parte inferior está escrito “Legend” em dourado. Mais abaixo está escrito “A verdade se tornará lenda” em preto. Mais abaixo está escrito “Rocco” em dourado.
Legend é o primeiro livro de uma trilogia, que se completa com as obras Prodigy e Champion – alguns anos depois a autora publicou Rebel, uma continuação direta da trilogia (Foto: Editora Rocco)

Marie Lu – Legend (256 páginas, Editora Rocco)

Em um contexto em que se publicava e produzia muitos livros e filmes sobre distopias adolescentes, Marie Lu escreveu Legend, um livro menos lembrado que outros clássicos infanto-juvenis recentes como Divergente e Jogos Vorazes. No entanto, isso não o torna menos qualificado. Apesar de manter alguns elementos típicos das distopias, a escritora utiliza os clichês a favor da sua trama e não como muleta narrativa. É importante destacar que a responsabilidade de traduzir para o público brasileiro ficou por conta da muito competente Andréia Castro Alves. Marie Lu também se diferencia ao colocar o romance como o ponto central da obra, em que todas as mudanças na narrativa se dão em torno do amor dos dois protagonistas.

A obra divide os capítulos entre os pontos de vista dos dois protagonistas: Day e June. Day é um fora da lei, que vive à margem da sociedade e comete crimes para sobreviver e ajudar a sua família. June é uma prodígio da República, que vive na parte mais abastada da sociedade. O destino junta os dois, quando o irmão de June é assassinado e Day se torna o principal suspeito. A obra traz tudo que se pode esperar de uma distopia: analisa a desigualdade e o sistema autoritário, explora a juventude dos personagens e, principalmente, envolve com o romance e o mistério – Guilherme Moraes


Na ilustração, o personagem Diomedes está no centro, ele pula por cima do título “Diomedes” que está escrito na parte de baixo da capa, em cor preta e letras maiúsculas. O personagem é um homem branco, baixinho e gordo. Ele tem o bigode comprido. Ele usa um chapéu e um terno, ambos. A cor cinza escuro. Veste calça cinza, usa meias cano alto e usa um sapato social marrom. Na sua mão esquerda, segura uma pistola, na direita uma ferramenta pé de cabra. No fundo, a capa está dividida na vertical, a direita é na cor vermelha e a esquerda amarela. Na parte de cima está o nome do autor, Lourenço Mutarelli, logo abaixo do logo da editora Quadrinhos na Cia. Na parte de baixo, além do título, no canto direito está escrito A trilogia do acidente edição completa.
Publicado pela primeira vez em 1999, Diomedes é um clássico dos quadrinhos brasileiros (Foto: Quadrinhos Na Cia.)

Lourenço Mutarelli – Diomedes (A trilogia do acidente) (432 páginas, Editora Quadrinhos Na Cia)

Esqueça tudo que você conhece sobre detetives, Sherlock Holmes e Hercule Poirot nunca serão Diomedes (e ainda bem)! Covarde, interesseiro e com um casamento falido, o detetive particular não tem nenhuma das características do deus grego homônimo ou de qualquer detetive da ficção. Lourenço Mutarelli cria uma atmosfera noir e autodepreciativa que prende o leitor em um verdadeiro enigma. O quadrinho extremamente pessoal, foi escrito no período em que o pai do autor faleceu, o escritor até assume em nota da edição que as piadas contadas pelo personagem foram contadas pelo seu pai. 

De assassinato a magia, a história acompanha Diomedes numa caçada para encontrar o mágico Enigmo, que desapareceu. Porém, no meio da aventura, ele vai enfrentar duplas sanguinárias, detetives canalhas e aparições fantasmagóricas enquanto discute sobre a vida e felicidade. Com uma narrativa gráfica impecável e cinematográfica, o autor até indica músicas para ouvir durante a leitura nas notas de rodapé. A trilogia do acidente é indispensável para quem ama suspense e quadrinhos. – Davi Marcelgo 


A capa do livro "Noiva" de Ali Hazelwood apresenta um fundo cinza, com desenhos de pinheiros, que remete a uma floresta. Ela é monocromática e conta com ilustrações em estilo cartoon em destaque. No centro, há um desenho em branco de uma vampira vestida de noiva. Ela é alta, pálida e magra, seus cabelos estão trançados no topo da sua cabeça com flores, que também enfeitam seu vestido leve. Ela usa batom e unhas vermelhas, e seus olhos observam algo ao seu lado. Atrás dela há o desenho em cinza de um lobo com olhos acesos, e de uma lua branca. O título "Noiva" está escrito na parte inferior em letras grandes e vermelhas, e o nome da autora, Ali Hazelwood, aparece na parte de cima da capa em letras da mesma cor porém menores, com descrições com propósito de marketing à sua volta. No canto inferior em branco e em letras pequenas há um comentário sobre o livro, feito por uma autora identificada por letras do mesmo tamanho porém vermelhas.
Lançado em 24 de Março de 2024 pela editora Arqueiro, Noiva é o primeiro livro de fantasia de Ali Hazelwood. (Foto: Editora Arqueiro)

Ali Hazelwood – Noiva (368 páginas, Editora Arqueiro)

Uma aliança entre lados opostos e um acordo de paz. Misery Lark nunca imaginou que isso viria na forma de um casamento arranjado, e ainda mais que seu noivo fosse o chefe da matilha rival, Lowe Moreland, um lobisomem…Para encontrar sua melhor amiga desaparecida, Misery arriscaria sua própria vida em território inimigo. Mesmo sendo filha do vampiro mais poderoso, ela cresceu exilada da sociedade dos sanguinários, e mais uma vez é usada como moeda de troca para “um bem maior”.

Em meio a perigos, políticas e alianças entre vampiros e licanos, surge também uma atração inesperada. Em Noiva, traduzido por Raquel Zampil, Ali Hazelwood consegue trazer mistério, ação e romance em um formato intrigante. Mas afinal, uma paixão paranormal entre inimigos mortais pode ao fim resultar em paz? A aliança mais perigosa a se fazer talvez seja aquela acidental… E que melhor reviravolta se não o amor? – Léa Secchi


Capa do livro Girls Like Girls: Uma História de Amor Entre Garotas. Na foto, o título do livro está escrito com fonte branca na parte central superior da capa. O subtítulo aparece ao lado direito em um tom rosa. A capa apresenta duas meninas. Da esquerda para direita, uma menina de cabelos marrons com uma camiseta listrada e uma garota de cabelos escuros com uma jaqueta jeans. Elas estão se olhando, estão de mãos dadas e estão sentadas. Ao fundo da imagem, no canto inferior esquerdo da capa, há uma bicicleta. Além disso, a paisagem é composta por árvores e arbustos. Na parte central inferior da capa, o nome da autora Hayley Kiyoko aparece com uma fonte branca. Ao lado do nome da autora, há o nome da Editora Intrínseca em uma fonte branca com um círculo roxo ao lado.
Girls Like Girls fala sobre a descoberta da própria sexualidade e é perfeito para meninas LGBTQIAPN+ (Foto: Editora Intrínseca)

Hayley Kiyoko – Girls Like Girls: Uma História de Amor entre Garotas (320 páginas, Editora Intrínseca)

O livro Girls Like Girls de Hayley Kiyoko, traduzido por Helen Pandolfi no Brasil, acompanha Coley, uma adolescente cuja vida muda drasticamente após perder a mãe. Carregando um peso emocional enorme, ela embarca em uma jornada de autoconhecimento enquanto enfrenta o luto. Surge então Sonya, uma jovem popular com uma influência cativante, destacando-se por sua bondade, compaixão e genuíno cuidado com os outros, desafiando os estereótipos associados aos populares da escola.

A autora presenteia o leitor com uma narrativa sincera, o levando para uma viagem nostálgica à adolescência, em busca de aceitação e amor verdadeiro. A obra preenche uma lacuna na jornada de autoconhecimento, entregando uma história cativante que faz com que o público perca a noção do tempo, nos deixando ocasionalmente felizes batendo os pés na cama. Agradecemos a Hayley Kiyoko por esse presente carinhoso! – Eloah Kaway

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