Nada é copiado, tudo é herdado
Ana Júlia Trevisan
“Quero tanta coisa legal, sabe. Que ela ria muito, que ela não fique pesada nunca” desejava Elis Regina à sua filha, Maria Rita. De um lado, a dona dos discos mais importantes do país. Do outro, a brasileira com maior número de Grammys Latino. A progenitora atacada por proteger sua família, a caçula golpeada por uma trupe ignorante que faz o insano questionamento de “como uma filha pode ser tão parecida com a mãe?”. Aqui o intuito não é comparar, e sim celebrar as duas carreiras meteóricas, construídas por duas mulheres libertárias, inspiradoras, donas da própria produção e que estão eternamente ligadas pelo laço materno.
Elis Regina Carvalho Costa, filha mais velha de dona Ercy e seu Romeu, nasceu no dia 17 de março de 1945, num domingo ensolarado em Porto Alegre. Em casa, passava o dia ao lado do aparelho de rádio que tocava Ângela Maria, Emilinha Borba e Cauby Peixoto. Aos três anos, cantarolava pelos quartos, aos cinco, encantava mãe, avó e vizinhos que ouviam a confiante e indomável voz daquela menininha. Foi no Clube do Guri, programa da rádio Farroupilha, aos 12 anos, que Elis se rendeu de vez à música, munida com o dom que carregava desde o nascimento, arrebatou os ouvidos dos caça-talentos e de todos os gaúchos que acompanhavam a programação. Um ano mais tarde, registrou seu primeiro emprego em carteira de trabalho na rádio Sociedade Gaúcha. Aos 20 anos, ela já era a cantora mais bem paga da época.
O Brasil nunca mais fora o mesmo após a manhã de 31 de março de 1964. Do sul, Elis Regina desembarca no Rio de Janeiro com o pai Romeu, 36 mil cruzeiros velhos, alguns endereços e uma carta de recomendação profissional. De Minas Gerais, Mourão Filho marchava de Juiz de Fora à capital carioca para borrar de sangue a história do país no golpe de Estado que instaurou a ditadura militar. A revolução musical brasileira e a barbárie que matou os filhos da pátria davam os primeiros passos ali, no mesmo dia e no mesmo lugar. O país ficaria marcado para sempre pela glória da voz e pela dor dos cadáveres.
Mas antes de definitivamente se envolver com o momento mais sombrio da história recente do Brasil, Elis deu seus primeiros passos para o estrelato na rua Duvivier, em Copacabana, no quintal da bossa nova e do samba-jazz, com o maior número de músicos por metros quadrados: o Beco das Garrafas. O nome vem pela maneira com a qual a vizinhança recebia os artistas, que reconhecendo-os como arruaceiros, disparavam garrafas das janelas em direção àquela juventude insana que estava no beco. Com música e público à beça, foi no lá que começou a lapidação daquela garota de personalidade explosiva que encontrava barreiras para se expressar livremente no repertório que lhe era dado. Entre os encontros proporcionados, um dos mais marcantes na biografia da cantora fica a cargo do coreógrafo norte-americano Lennie Dale.
Dale foi um dos grandes responsáveis por instaurar a expressão corporal à música brasileira. Com seu auxílio, a autenticidade de Elis começou a quebrar a casca que a guardava. Sua musicalidade era tamanha que parecia não caber em seu 1,52m, então, a saída era fazer com que seu corpo se permitisse liberar a energia apoteótica ao cantar. Braços para cima e duas hélices formadas, a performance estava feita. Apelidada de Hélice Regina pelos movimentos que fazia durante a apresentação, ela defendeu Arrastão, em 1965, no 1º Festival da Música Popular Brasileira da TV Excelsior, vencendo o concurso com a canção e levando o prêmio de Melhor Intérprete do evento. A maneira frenética de Elis se apresentar quebrou de vez os velhos padrões da tranquila e polida bossa nova, marcando o surgimento do que hoje é conhecido como Música Popular Brasileira.
Ocupando mais espaço em cena, o mundo se tornava cada vez menor para a grandeza de Elis Regina. Sua personalidade intensa – que lhe rendeu o apelido de Pimentinha – começou a encontrar espaço em canções que se encaixavam perfeitamente em sua voz, reconhecendo a cantora como a dona do instrumento mais potente do Brasil e com interpretação majestosa. Em 1965, Elis Regina passou a apresentar, ao lado do cantor Jair Rodrigues, no programa O Fino da Bossa, dirigido por Walter Silva e transmitido na TV Record. Mantendo-se no ar até 1967, foram lançados uma série de três discos em parceria, sendo o Dois na Bossa o primeiro LP brasileiro a vender mais de um milhão de cópias
A década de 1970, se ainda restavam dúvidas, consagrou de uma vez por todas Elis Regina como a maior intérprete do país. Sua voz inigualável, seu carisma exacerbado e seu coração imenso abriram caminho para que outros gigantes da Música Popular Brasileira pudessem exercer a Arte. Amiga sincera, foi Elis que mostrou ao mundo o poder de compositores como Milton Nascimento, Renato Teixeira e Belchior. Sua parceria com Gilberto Gil arrebatou o cantor, não havia como não se envolver a cada estrofe cantada com tanto fervor pela Pimentinha. Ainda na primeira metade dessa década, foi gravado o histórico LP Elis & Tom, que como presente de 10 anos de carreira, colocou Elis para cantar ao lado de um de seus maiores ídolos em um dos álbuns mais importantes da história da Música.
O talento e magnitude de Elis a levaram aos quatro cantos do planeta. Foi durante sua temporada na Europa que a cantora escancarou sua opinião oposta à ditadura para uma revista holandesa, ficando assim marcada no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) como inimiga do regime. A artista, que “não abaixava a cabeça para milico” sofreu o golpe mais baixo de todos: com a segurança de seus filhos, seus bem maiores, ameaçada, a artista foi obrigada pelos militares a cantar o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército. Cravada como traidora da pátria e enterrada no cemitério de Henfil, Elis Regina transformou a dor em combustível e seu repertório passou a ser totalmente engajado como oposição à ditadura, transformando a cantora em uma das principais vozes da resistência social comandada pela classe artística.
Dos álbuns homônimos aos que se transformaram em grandes espetáculos, do grito de força em Como Nossos Pais ao choro afinado de Atrás da Porta, em cada trabalho Elis Regina entregava uma cantora completa, despida e que não vivia pra cantar, mas cantava para viver. Fundadora da MPB, Elis Regina moldou o formato de se apresentar música, afinal, ela não compunha, mas usava de sua voz para dar vida aos sentimentos escritos no papel por outras pessoas. É com a força e vitalidade de sua expressão que nasce seus dois maiores e mais importantes shows: Falso Brilhante e Transversal do Tempo.
Com 257 apresentações e público de 280 mil pessoas, Falso Brilhante – que teve a direção cênica de Myriam Muniz e a direção musical de Cesar Camargo Mariano, companheiro de palco e de vida de Elis – contava destemidamente a trajetória da artista com elementos teatrais circenses e um repertório de 42 músicas. Trazendo uma metáfora em seu título, o álbum destaca canções contestatórias e a interpretação agressiva denuncia a falta de liberdade com o Ato Institucional nº 5. Sua inquietude chega ao ápice em 1978, e rompendo com a atmosfera colorida do antecessor, a cantora equilibra técnica e emoção em Transversal do Tempo, um espetáculo político, pesado e grandioso, que reverberava a angústia coletiva causada pelos Anos de Chumbo.
Dos encontros que ilustram a imensidão da artista, o mais famoso se dá com Rita Lee. Em 1976, a Santa Rita de Sampa foi presa, grávida de seu filho mais velho e desamparada. De gêneros distintos da música, Rita – rainha do rock – e Elis – musa mor da MPB – mal se cumprimentavam nos bastidores até que o carcereiro falou: “Oh, Ovelha Negra, tem uma cantora famosa aí que está rodando a baiana, dizendo que vai chamar a imprensa. Ela quer te ver. Aí o delegado mandou te chamar”. Logo em seguida, Elis Regina, a poderosa, entra em cena, de mãos dadas com João Marcelo, seu filho mais velho, e exigindo auxílio médico e comida à Rita.
A partir disso as duas viraram amigas, vizinhas na Cantareira, companheiras de luta política contra a repressão da época e parceiras musicais com Elis gravando canções de Rita. A amizade das duas rendeu a brincadeira de serem colegas de internato e os apelidos carinhosos Maria Elis e Maria Rita. Disso, vem o nome da caçula de Elis Regina. Maria Rita Camargo Mariano nasceu no dia 9 de setembro de 1977, no Hospital São Luiz, em São Paulo. Com a filha no colo, Elis sorria e cantava, as gargalhadas da artista com sua menininha nos braços domavam a ala hospitalar. Maria trouxe a graça e a leveza que havia sido roubada de Elis por pertencer a um mundo dominado por homens que lhe cobrava imposição dobrada. Toda feminilidade da cantora, aguçada pelo nascimento de sua filha, desabrocha no disco Essa Mulher.
Em 1979, Elis Regina gravou o disco mais arrebatador de sua carreira e, por infortúnio do destino, o último. Essa Mulher é repleto de técnica vocal, postura, brilho e sofisticação. Em contraponto ao martírio e rancor de Transversal do Tempo, o disco de 79 traz a imagem de mulher feminina que a sociedade esperava, mas com a desenvoltura de escolha de um repertório que denunciava as carências e a sensibilidade da artista. Essa Mulher envolve pela trama ousada, entretanto não perde a característica política de Elis. Foi nesse disco que a cantora eternizou O Bêbado e a Equilibrista, hino da anistia.
Três anos depois, na manhã do dia 19 de janeiro de 1982, a morte de Elis Regina provocou uma ferida que demoraria para se estancar. Mãe, mulher, artista e militante, a primeira pessoa a inscrever sua voz como instrumento na Ordem dos Músicos; dona do maior legado da Música brasileira e eterna inspiração de Milton Nascimento, autoconsciente de seu tamanho, amante das canções e crente na bondade do ser humano. Elis desistiu de desenvolver sua carreira internacional na Europa por saudades do país e, principalmente, dos filhos. Enquanto o Brasil perdia um ídolo, Maria Rita perdia a mãe.
Uma alma tão grandiosa como a de Elis jamais deixaria sua pátria órfã. Seu talento foi herdado – e aqui cabe um destaque à palavra herdado, ou seja, vital e não escolhido – por Maria Rita, que muito nova teve que lidar com a ausência materna e com a ingrata tarefa de ter o mesmo dom da mãe. Mas é em meio a pressão de seguir o ofício de sua protetora que Maria reafirma a herança genética. A caçula de Elis ouviu desde cedo que tinha o dever de cantar, e o caminho mais fácil nunca foi opção. A beleza da arte de Maria Rita desabrocha da necessidade de cantar, assim como era com a sua mãe.
Apesar de ter a figura materna presente e carinhosa em seus quatro anos juntas, ser filha de Elis Regina foi o oposto do que deveria. E não por causa da presença do amor que transcende a vida, mas por conta de urubus que rivalizaram ao jogarem as duas no coliseu para brigarem com leões. A mídia tornou o cantar de Maria mais difícil e criou o pior dos cenários, interferindo na relação mãe e filha da qual ela não tem recordações pelo peso do trauma. Vinte anos depois, o resultado é a resistência do amor que soterra a rivalidade.
Maria Rita se formou em Comunicação Social na Universidade de Nova Iorque, e aluna exemplar que foi, também ganhou bolsa para concluir a cadeira de Estudos Latino Americanos. De volta ao Brasil, ela foi trabalhar com produção musical, e mais tarde – após noites de insônia -, sentiu que era o momento certo de usar a voz como instrumento para compor trilhas sonoras de vidas. Então, começou a cantar profissionalmente aos 24 anos, autodidata, abria a boca e pronto. Sua evolução musical foi instintiva, mas a virginiana não dispensou o estudo para formalizar sua bagagem com o auxílio da preparadora vocal Maria Alvim.
Quando Maria Rita se preparou para subir ao palco do Chico Pinheiro, ali ela tomava a dolorosa decisão em favor de sua sobrevivência, e naquele lugar ela se despedia da mãe novamente. A cantora precisou – e conseguiu! – mostrar ao mundo que não é boa por ser filha de Elis Regina, mas que é boa por si mesma, apesar de sofrer a dor solitária da ausência materna. Explorada por programas sensacionalistas que lutam em compará-la com Elis mesmo sobre a alegação de não ter lembranças da mãe, Maria se provou dona de uma voz soberana e com um domínio técnico, lidando com elegância a cada falácia, mesmo sem o colo material da figura mais importante de sua vida.
Seu primeiro disco, autointitulado, foi lançado em setembro de 2003 e vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. O DVD, que chegou às prateleiras meses depois, atingiu a marca de 2º DVD mais vendido de 2003 no Brasil, atrás apenas de Beatles Anthology. Sucesso de público e de crítica, o álbum foi Disco de Platina Triplo e DVD de Diamante em solos brasileiros, e em Portugal, CD de Platina. Primeira vez pisando no Grammy Latino Maria Rita venceu as categorias Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, Melhor Canção em Língua Portuguesa (A Festa) e Revelação do Ano – sendo até hoje a única brasileira a ter vencido a categoria.
Atuante em um cenário musical que contou com a evolução da internet, o Segundo de Maria Rita teve sua pré-venda feita em lojas online, juntamente com o single Caminho das Águas (Rodrigo Maranhão) sendo vendido em formato digital. O efeito do lançamento foi o congestionamento no site devido ao alto número de downloads. Todos queriam ter a brilhante voz de Maria em seu computador, e o Brasil já estava inteiramente imerso nas graças da paulistana.
Em 2007, Maria Rita encontrou seu lugar de maior pertencimento na Música. Seu terceiro trabalho, Samba Meu, pediu respeito para que pudesse entrar pelas portas do gênero mais popular do Brasil. A cantora foi apadrinhada por Arlindo Cruz, e com sua inerente entrega levou o samba às principais capitais do país e fora dele, em cidades como Londres, Espanha, Portugal e Japão. Seu cuidadoso trabalho também lhe rendeu o primeiro Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode, e um espaço especial na lista de 10 discos mais vendidos daquele ano. A despedida da turnê foi uma das mais difíceis da carreira, pois marcava o encerramento de algo desafiador e grandioso na mesma medida. Foram oito músicos no palco, projeções, troca de figurino e cenários que eternizaram Samba Meu na discografia da cantora e na Música.
Nesses anos, Maria Rita dominou a MPB, se encontrou no samba, provou que é uma cantora autêntica apesar do título ‘filha de’, fez turnês nacionais e internacionais, emplacou hits, venceu grandes prêmios, conquistou discos de platina e marcou seu nome para sempre na Música brasileira por conta de seu incontestável talento. E, após lidar com cada pedra que insistia em aparecer em seu sinuoso caminho, chegou a aguardada hora de mergulhar no repertório de Elis. O ano era 2012, e na vida de Maria duas datas se chocavam: 10 anos de carreira e 30 anos de saudades materna. A celebração à Elis Regina se pronunciava monumentalmente, e ninguém melhor que sua caçula para dominar sua obra.
Nomeada de Viva Elis, a homenagem se deu através de cinco shows gratuitos no primeiro semestre de 2012. Sucesso absoluto, o projeto ganhou o título de Redescobrir e tornou-se CD, DVD e turnê. Redescobrir é o reencontro entre mãe e filha que foram forçadas a se separarem para garantir a sobrevivência, diante da indústria insistente em rotular as relações mais pessoais. Ao longo das 28 faixas, Maria Rita não falava ao público que poderia cantar o mesmo que sua mãe, ela trouxe Elis de volta ao seu cotidiano, às novas gerações e a levou ao Grammy Latino. Grávida e de branco em cima do palco, Maria fez o que faz de melhor, tomou cada canção para si e as interpretou de maneira singular. Em Se Eu Quiser Falar Com Deus, a cantora regurgita o maior dos sentimentos, se emocionando ao ver seu mundo e de Elis colidirem ao declarar “tenho que subir aos céus sem cordas para segurar”.
Missão cumprida! Maria pôde retornar ao samba. Antecedido por uma breve turnê com o show voz:piano nos Estados Unidos, considerado um dos 10 melhores de 2014 pelo jornal americano The New York Times, Coração a Batucar é um dos álbuns mais importantes da carreira da artista. Produzido pela própria cantora, com arranjos de Jota Moraes, o disco foi gravado num formato que transportava a sonoridade para uma roda de samba. No ano seguinte, a escola de samba Vai-Vai homenageou sua mãe com o enredo Simplesmente Elis: A Fábula de Uma Voz na Transversal do Tempo, Maria Rita, na comissão de frente, emocionou a avenida carregando o desfile da escola campeã do carnaval de 2015.
Com o pé fincado na Lapa, a cantora estreou Amor e Música em 3 de março de 2018. Agora absorta em sua espiritualidade, Maria apresentou um trabalho intenso com roteiro sincero e político em suas entrelinhas. Diferente do Samba Meu, onde a cantora pedia licença à velha guarda, o disco de 2018 é a plena catarse da intérprete como sambista. As músicas escolhidas para integrarem o show abocanham sua paixão pela Arte e a consciência de sua função social. A apoteose rítmica foi sequenciada em seu soberano Samba da Maria que mantém a promessa que todo show tem que continuar.
Se em 1980 Elis fez ecoar o pedido de anistia aos presos políticos através de O Bêbado e a Equilibrista, em março de 2018 Maria Rita cantou a mesma com a mão em punho em um show onde o Brasil se encontrava estraçalhado pela morte de Marielle Franco. Dois crimes impunes, duas vozes conscientes e o mesmo hino denunciando o choro de nossa pátria mãe gentil. O Brasil continua sendo governado por gorilas, sem querer ofender os gorilas, é claro.
O primoroso é que Maria Rita fez o seu trabalho, se consagrou por conta própria. De Elis ficou a saudade e a honra de ser filha. Dois legados distintos e inegavelmente importantes para suas respectivas gerações. Maria Rita não precisa chegar aos pés de Elis, a carreira de Maria Rita não começa onde Elis parou e sim, elas se parecem, mas estranho seria se Maria Rita fosse parecida com outra cantora. Dos 40 anos sem Elis Regina, 20 deles são menos amargos graças à unânime potência vocal de Maria Rita.
Em entrevista para a Cultura no especial de 75 anos de sua mãe, Maria Rita disse que se pudesse presentear sua mãe daria à ela o palco. E aqui, me permito usar a primeira pessoa singular para te dar uma notícia: você conseguiu! Cada noite que você subiu ao palco para revisitar a obra de Elis, cada vez que você abaixa a cabeça e se concentra para cantar Simplesmente Elis à capela, você a presenteia com o palco sem perder sua própria enormidade, riso e leveza que aquela mãe amorosa tanto desejou.