O solar feminino irradiou luz primaveril para uma nublada São Paulo

Imagem do Primavera Sound. Nela podemos ver um letreiro escrito “Primavera Sound” iluminado a noite com luzes de led amarelas. Ele não está reto, faz uma espécie de onda. Está apoiado por uma estrutura metálica atrás e embaixo, há outra estrutura de madeira
O som do festival ibérico ecoou pelo Atlântico e chegou em São Paulo (Foto: Vinicius Favorito)

Guilherme Veiga

Lançar uma moda não é das tarefas mais fáceis e premeditadas. Ela simplesmente acontece, como uma aurora boreal ou a formação de um tornado. Repetir esse sucesso e criar uma tendência, então? É extremamente mais difícil e inúmeros são os fatores, como originalidade, proposta, apelo e mercado já estabelecido. Na música, podemos colocar os festivais nesse balaio. Encabeçados pelo pai dos megaeventos musicais, Woodstock, passando pelo rural e flamulado Glastonbury, o apocalíptico Burning Man, o descolado Coachella, o psicodélico Tomorrowland e o desastroso Fyre Festival; os festivais hoje são uma realidade na indústria do entretenimento.

Em terras brasileiras, que tinham uma experiência próxima com o Festival de Música da Record – de festival não tinha nada, pois era um concurso -, foi o apoteótico Rock in Rio de 85 que iniciou os trabalhos. Isso, além de dar margem para outras vertentes nacionais surgirem nos anos seguintes, colocou o Brasil no mapa dos eventos. Foi somente em 2013 que o reinado do festival carioca foi ameaçado com a chegada do já estabelecido Lollapalooza, criado em 92. Com um cenário extremamente polarizado, parecia difícil adentrar esse público – o próprio Tomorrowland arriscou algumas edições, sem sucesso. Porém, em novembro de 2022, uma brisa de primavera trouxe novos ares para esse cenário, com a primeira edição do Primavera Sound.

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10 anos de Suck It and See: a sátira corrosiva que marcou profundamente o Arctic Monkeys

Capa do álbum Suck it and see, da banda inglesa Arctic Monkeys. Foto quadrada com um fundo branco, com os escritos suck it and see ao centro, em fonte de cor preta.
Suck It and See, um dos melhores álbuns do Arctic Monkeys, completou 10 anos de lançamento em 6 de junho de 2021 (Foto: Domino Records)

Bruno Andrade

É comum ouvir dizer que Alex Turner interpreta um personagem diferente em cada álbum, e que isso pode ser visto de forma mais visceral em Tranquility Base Hotel & Casino (2018) – o mais recente trabalho do Arctic Monkeys –, no qual ele realmente transforma-se em uma persona. Mas em Suck It and See, quarto álbum de estúdio do grupo, que completou 10 anos em junho deste ano, não é somente Turner que assume uma nova identidade. No disco, o quarteto inglês assumiu a influência do rock estadunidense – principalmente dos anos 1960 –, e deixou transcorrer por todas as faixas suas referências, dando ao projeto um ar de álbum conceitual. 

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Dez anos atrás, o Arctic Monkeys se tornava um ‘animal perigoso’ em Humbug

 

(Foto: Reprodução)

Maria Carolina Gonzalez

Nos últimos anos, percebemos que o Arctic Monkeys é uma banda totalmente fora da caixinha. O caminho para a imagem de queridinhos da música alternativa, consolidada com o gel no cabelo e as jaquetas de couro, começou a ser expandido há quase uma década. O terceiro álbum da banda, Humbug, mostrou que os garotos de Sheffield não se contentavam em ser apenas ícones do indie, mas também tinham potencial como promessas do rock.

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A bagunça de quem só queria ser um dos Strokes

Foto: Reprodução

Maria Carolina Gonzalez

A bagunça começou em janeiro de 2016, quando Alex Turner ganhou um piano Steinway Vertegrand no seu aniversário de 30 anos. Acostumado com o caminho certeiro que a guitarra o levava desde sua adolescência, Turner – agora com mais experiência, mais barba e a maturidade dos anos – precisava se reinventar diante daquilo que não era comum ao estilo que o Arctic Monkeys criou por muito tempo. Com esse tiro no escuro, o quarteto de Sheffield lançou seu sexto álbum de estúdio: Tranquility Base Hotel + Casino.

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