Henrique Marinhos e Henrique Rabachini
A história das HQs é datada desde o fim do século XIX, como uma evolução das tiras cômicas publicadas em jornais. Os primeiros quadrinhos eram voltados para o humor e a sátira, mas logo começaram a explorar outros gêneros como a aventura, o romance, o terror e a ficção científica. Um dos que se destacou foi o dos super-heróis, que se consolidou na década de 1930 com a criação de personagens como a dupla da DC Comics, Super-Homem e Batman, e Capitão América, pela Marvel. Esses heróis representavam os ideais de justiça, coragem e patriotismo, em um contexto de crise econômica, guerra mundial e ameaças totalitárias. Eles também refletiam as aspirações e os medos da sociedade norte-americana, que buscava escapar da realidade através da fantasia.
No entanto, nem todos os super-heróis eram tão simples e otimistas. Na década de 1960, surgiram os X-Men, uma equipe de mutantes que traziam uma nova perspectiva para os quadrinhos. Nessa época, o mundo passava por grandes transformações, com movimentos pelos direitos civis como a luta contra o racismo e o movimento hippie, em paralelo a Guerra Fria e a corrida espacial. Sean Howe, jornalista e autor do livro Marvel Comics: The Untold Story, descreve o grupo como provavelmente o mais explicitamente político dos quadrinhos da Marvel dos anos 1960, quando a cultura pop ganhava cada vez mais influência através da Música, do Cinema, da Televisão e, claro, das HQs. Os heróis mutantes são um importante exemplo refletor de seus valores e transformações que completam seu sexagenário aniversário em 2023, propondo questionamentos e a busca por mudanças, influenciando a cultura e a política até hoje.