Billie Eilish entrou para a história em 2020, na 62ª edição do Grammy Awards, quando seu álbum de estreia aclamado, WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?, ganhou o prêmio de Álbum do Ano, o que a tornou a garota mais jovem a conquistar essa categoria. Ao longo das 14 faixas que compõem o disco, a artista navegou por diferentes sentimentos, desde os melancólicos até os mais obscuros.
“Quando todos dormimos, para onde vamos?”, questionava Billie Eilish em março de 2019. Na época, a artista californiana vislumbrava a realização de um sonho, depois da popularidade de seu single de estreia em 2016, sucedida pela recepção positiva de seu primeiro EP em 2017. Mas assim como todos nós, a jovem promissora na música pop ainda era vulnerável àqueles instantes que precedem o momento em que existimos sob a orientação dos nossos desejos mais profundos. Assim, o sonhar de Billie estava sujeito à influência da aflição que ela sentia por diversos aspectos do mundo que se encantou por aqueles olhos de oceano.
O conflito entre sonho e realidade pode ser interpretado como um dos desencadeadores da primeira narrativa de Billie Eilish, conhecida hoje como WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. Diferente do que a artista havia mostrado de sua identidade musical até então (através da branda primeira canção ocean eyes e no colorido extended play dont smile at me), o álbum de estreia de Billie traz elementos sombrios encontrados numa investigação profunda da dimensão psicológica da juventude contemporânea. E quanto às questões que a trouxeram até a concepção estética do disco, ela avisa logo no primeiro single do álbum: “eu não sonho”.