Deadpool: Dos quadrinhos ao cinema

deadpool1-gallery-image.jpg(foto: foxmovies.com)

Mariane Arantes

Diferente em vários aspectos de seu próximo filme, “Capitão América: Guerra Civil”, “Deadpool” é a nova aposta da Marvel, lançado dia 11 deste mês por meio de uma complicada parceria de direitos com o estúdio Fox, assinada anteriormente ao MCU, do qual o filme não faz parte. Dirigido por Tim Miller – famoso por Scott Pilgrim contra o Mundo – o filme é uma tentativa de reconstruir o herói pitoresco que apareceu em “X-Men Origins: Wolverine” em 2009, na época, muito criticado pelos fiéis fãs das HQ’s.

Criado em 1991 pelo polêmico quadrinista Rob Liefeld, foi apresentado como vilão na revista Novos Mutantes e paródia do Exterminador da DC Comics. Estaria fadado ao esquecimento, se não fosse o roteirista Fabian Nicieza, escritor do argumento de Deadpool (firmou o nome do personagem como Wade Wilson), e, portanto, seu co-criador. Obteve repercussão positiva suficiente para estrear sua primeira revista solo, desenhada por Ed McGuinness e escrita por Joe Kelly. Nessa época, o Mercenário Tagarela permaneceu com o mesmo design, porém ganhou um ar cartunístico.

A adaptação aos cinemas narra a história de Wade Wilson (Ryan Reynolds), ex-membro das Forças Oficiais e fanático por Wham! que ganha a vida como um justiceiro undercover. No auge de sua “carreira”, apaixona-se pela prostituta Vanessa Carlysle (interpretada pela brasileira Morena Baccarin). Juntos, formam um casal escrachado, sarcástico e sensual. Wade é então diagnosticado com câncer terminal, e vê a solução na experiência de um cientista chamado Ajax, que propõe curar sua doença. Ciente do experimento, porém desesperado, Wade passa por uma dolorosa transformação de homem comum a mutante.

A continuidade do filme se dá na busca de Deadpool – dado como morto – por Ajax, que é o único que pode reconstituir sua aparência desfigurada. Paralelo a isso, tem-se expectativa do reencontro com sua amada, Vanessa. Nessa parte do filme, como todo bom herói, a escolha da vestimenta até o desenvolvimento do personagem são mostrados. Para lutar contra seu inimigo, Deadpool interage com alguns X-Men aliados, Colossus e Negasonic Teenage Warhead.

Logo no começo do filme, percebe-se a violência exacerbada usada na trama, e o humor “politicamente incorreto” do herói. O desenrolar da trama é cheia de digressões, talvez uma maneira de compensar o enredo clichê de filme de super-herói (o herói que salva a mocinha).

O filme inova ao quebrar a quarta parede, fazendo com que o protagonista dialogue diretamente com a audiência. Às vezes peca no humor apelativo, assemelhando-se a qualquer outro besteirol americano. Não possui grandiosos efeitos especiais e trilha sonora, mas nega clichês como moral da história.

Deadpool está cheio de referências a outros filmes. É definitivamente melhor deglutido por quem tem uma bagagem nerd e está ciente da intertextualidade. O protagonista interpretado por Ryan Reynolds parece se redimir desde sua última atuação no fracassado “O Lanterna Verde”. Dos menos críticos, boas risadas podem ser arrancadas. Para os mais ansiosos por uma sequência, os créditos finais deixam claro.que haverá uma continuação do blockbuster.

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