Da viagem do Doutor Estranho pelo Multiverso da Loucura ao experimentalismo da 3ª temporada de Atlanta, passando pelo faroeste de Outer Range e o épico viking de Robert Eggers em O Homem do Norte, Maio foi um verdadeiro presente para aqueles que procuram um bom entretenimento. No mês que sediou um dos maiores festivais de Cinema do mundo, o Cineclube de Maio veio para, mais uma vez, mostrar o que rolou na Sétima Arte e nas telinhas da TV.
Entre os aviões de Top Gun: Maverick e a ostentação glamourosa de Elvis, o Festival de Cannes celebrou um retorno aos cinemas premiando Triangle of Sadness com a Palma de Ouro. A vitória máxima é a segunda na carreira do diretor Ruben Ostlund, que já havia faturado com The Square. Melhor Direção ficou com Park Chan-Wook e seu Decision to Leave, enquanto em Roteiro deu Tarik Saleh e Boy From Heaven. O sul-coreano Song Kang-Ho foi o Melhor Ator por Broker e Sahra Amir Ebrahimi, a Melhor Atriz com Holy Spider. O Grand Prix foi dividido por Close e Stars at Noon, e o Prêmio do Júri marcou o empate entre EO e The Eight Mountains.
Dentre os destaques do mês, temos A Vilã (Aknyeo), um filme sul-coreano disponível no Star+. A trama do longa conta a história de Sook-hee (Kim Ok-bin), uma assassina que foi treinada para matar. Seu ensinamento se iniciou durante a infância, na China, e sua ida à Coreia do Sul ocorreu após a morte de seu mentor. A viagem ao novo país veio com a promessa de uma vida diferente, em que a jovem serviria como agente do governo, vivendo como outra pessoa. No começo tudo ocorre conforme o planejado, até a chegada de Joong-sang (Shin Ha-kyun) e Hyun-soo (Sung Jun) que acabam com a paz da jovem. A película desenvolve uma narrativa repleta de ação e suspense, mas acabou resultado em uma avaliação morna no Rotten Tomatoes.
Navegando por mares gelados, o Persona aterrissou em terras nórdicas, onde se passa O Homem do Norte (The Northman) nas telonas dos cinemas. O filme narra a longa jornada de vingança do príncipe Amleth (Alexander Skarsgård), que durante de duas décadas, assumiu a missão de salvar a mãe e matar o tio, responsável pelo assassinato de seu pai quando o príncipe ainda era uma criança. Robert Eggers (de O Farol) apresentou uma composição grandiosa para retratar o povo viking, mas acabou pegando no tempo de desenvolvimento da trama. A obra ainda se destaca pelas atuações de Skarsgård e Anya Taylor-Joy, além das curtas aparições de Willem Dafoe, Ethan Hawke e Björk, que mesmo com pouco tempo roubam a cena.
Nem todos os lançamentos de maio estão dentro da sanidade mental. Depois de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa bagunçar o MCU, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness) chegou para manter as estribeiras tanto do multiverso como da expectativa criada pelos fãs após o filme do Teioso. E para isso, a Marvel resolveu repatriar Sam Raimi de volta aos filmes de heróis, não só pelo seu trabalho com o Cabeça de Teia nos anos 2000, como também pela sua expertise com o terror, vertente que a dona das HQs prometeu incorporar no longa. Com a direção concisa de Raimi e o roteiro de Michael Waldron (de Rick and Morty e Loki), o longa entregou o que era esperado, porém, ficou refém do emaranhado do Universo Cinematográfico da Marvel, e sua execução deixou um pouco a desejar, fazendo com que o filme não fosse unanimidade e dividisse o público.
Outras franquias de filmes deram continuidade a suas narrativas, como é o caso de Os Opostos Sempre se Atraem (Loin du Périph), da Netflix. O longa chega para dar sequência a Os Opostos se Atraem uma década depois, trazendo de volta Ousmane (Omar Sy) e François (Laurent Lafitte) para uma nova aventura policial: um caso de tráfico de drogas com muitas reviravoltas. O filme parecia promissor com a direção de Louis Leterrier (Lupin), porém a obra deixou a desejar em alguns aspectos. Com um plot twist fraco e tardio e um desenvolvimento superficial, Os Opostos Sempre se Atraem tem uma ideia muito boa que passou longe de ser bem aproveitada.
Quebrando a sequência de obras fictícias, Maio chegou com O Soldado que Não Existiu (Operation Mincemeat), baseado em uma história real e no livro de mesmo nome do escritor Ben Macintyre. O filme da Netflix narra a operação secreta, criada pela inteligência britânica, para enganar o exército nazista na Segunda Guerra Mundial, fazendo-o pensar que a Grécia seria o próximo alvo de tomada, quando, na verdade, o interesse real era Sicília. Com o propósito interessante de não se apoiar em cenas de ação repetitivas, a película apresentou uma premissa alarmante, mas acabou não se sustentando, o que tornou a narrativa maçante e sem emoção.
Seguindo por outros ares, Top Gun: Maverick retorna após longas décadas para dar continuidade a trama de Pete “Maverick” Mitchell como o piloto que sempre desafiou os limites. Mas, dessa vez, o seu principal obstáculo é provar que o fator humano ainda é necessário em um mundo dominado pela tecnologia. Enfrentando drones para além dos caças, o longa aproveita as novas funções dos efeitos visuais da atualidade e traz para a tela de Cinema um cenário espetacular e mais vivido em relação a versão de 1986. A direção exitosa de Joseph Kosinski (Oblivion), fez com que a história do piloto recebesse vastas críticas positivas e caminha para se tornar a maior bilheteria de estreia da carreira de Cruise.
Enquanto uns filmes voam, outros sofrem uma queda vertiginosa. Chamas da Vingança (Firestarter) é a segunda adaptação do romance homônimo de Stephen King e acompanha a jovem Charlie McGee (Ryan Kiera Armstrong) em uma busca para descobrir como ela adquiriu o poder de incendiar as coisas com sua mente. O longa dirigido por Keith Thomas também conta com Zac Efron (Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal), Sydney Lemmon (Succession) e Kurtwood Smith (That ‘70s Show). Apesar da adaptação ser inspirada em uma obra do Rei do Terror, a obra tem recebido muitas críticas negativas, com 11% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Saindo do clima quente do incêndio e passando para o universo do samba, O Pai da Rita é uma comédia dramática sobre dois compositores da escola de samba Vai-Vai e a curiosidade em descobrir o parentesco da filha da passista que ambos já se apaixonaram. O longa nacional de Joel Zito Araújo (A Negação do Brasil) chega finalmente aos cinemas após participar da última Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e do Festival do Rio. Além disso, a obra conta com grandes nomes no elenco, como Ailton Graça e Paulo Betti, incluindo a participação mais que especial de Chico Buarque, artista que inspirou a obra.
Seguindo pela mesma linha tragicômica, o Amazon Prime Video lançou Emergency. Dirigido por Carey Williams, o longa acompanha três estudantes universitários, sendo dois deles negros e um latino, que voltam para casa e encontram uma mulher branca desconhecida inconsciente no chão de seu apartamento. A partir daí, eles tentam levá-la para um local seguro sem levantar suspeitas. O filme, que teve sua estreia no Festival de Sundance em 2022, conta com RJ Cyler (Eu, Você e a Garota que Vai Morrer), Sabrina Carpenter (Crush À Altura) e Donald Elise Watkins (The Underground Railroad) para dar vida aos personagens da história.
Outro filme divulgado no mês de maio que busca arrancar um sorriso dos telespectadores é De Volta ao Baile (Senior Year), disponível na Netflix. O longa é uma boa comédia sobre Stephanie (Rebel Wilson), que com 17 anos, sofreu um acidente e entrou em um coma de duas décadas, acordando disposta a se tornar a rainha do baile. O longa é divertido e recheado de referências aos anos 2000, desde a trilha sonora e a caracterização de Steph, até a rápida participação da patricinha que marcou uma era, Alicia Silverstone.
Mesclando a animação do live-action, Tico e Teco: Defensores da Lei (Chips n’ Dale: Rescue Rangers) foi uma grande surpresa deste mês, até mesmo para a Disney. Jogado na plataforma do Disney+ sem muito alarde, o filme, aos velhos moldes do boca a boca, foi conquistando seu público e crítica, e hoje é o live-action original do streaming de melhor colocação no Rotten Tomatoes, com seus 82%. Trazendo nomes como Andy Samberg, John Mulaney, J.K. Simmons e Seth Rogen, o longa é um poço de referências, inclusive fazendo justiça à primeira (e feia) versão do Sonic dos cinemas.
E Tico e Teco não foi a única animação que se destacou ao longo de maio. Após anos como uma série, Bob’s Burgers finalmente ganha um longa-metragem para chamar de seu. A trama se inicia com o rompimento de um cano que bloqueia a entrada da lanchonete. O incidente fracassou com os planos da família de lucrar durante o verão. Desse modo, Bob (H. Jon Benjamin) e Linda (John Roberts) se encarregam de manter os negócios funcionando enquanto as crianças tentam resolver os problemas do restaurante.
No universo das séries, a Netflix apostou novamente nas produções espanholas e obteve um bom resultado com Bem-Vindos ao Éden. A narrativa sobre cinco jovens que foram convidados para uma grande festa em uma ilha e se tornam prisioneiros no local é pouco surpreendente, mas é uma boa pedida para os amantes de mistério e já foi renovada para a segunda temporada.
Em maio, o streaming também recebeu a terceira temporada de Love, Death + Robots, a antologia produzida por Tim Miller (Deadpool) e David Fincher (Garota Exemplar). O novo ano deixou de lado a contemplação característica de temporadas anteriores e focou suas forças na violência e na ação para dizer que a humanidade, graças ao seu ego e ambição, tende a ir de mal a pior. Com contos em sua maioria extremamente viscerais, a série é um prato cheio para os fãs de animação, com episódios excelentes como Viagem Ruim (Bad Travelling), a estreia de Fincher na direção da série, e o intrigante Fazendeiro (Jibaro).
Na comédia, Mike Myers voltou à frente das câmeras em O Pentavirato (The Pentaverate). Mais escrachado e politicamente incorreto do que nunca, Myers faz uma espécie de Borat misturado com Casseta & Planeta, abordando um universo à la Dan Brown e criticando em cheio a sociedade atual – tanto a americana, que é o foco da piada, como até mesmo a brasileira.
Mantendo a temática polêmica, a minissérie sueca Clark chegou à Netflix protagonizada pelo talentoso Bill Skarsgård, que interpreta o gângster celebridade Clark Olofsson. Com uma narrativa baseada na autobiografia do criminoso, a produção explora, de forma surreal e fantasiosa, a personalidade do homem que inspirou o termo Síndrome de Estocolmo.
Também envolvendo crimes, O Poder e a Lei (The Lincoln Lawyer) é outro lançamento do gênero na Netflix. Na adaptação do livro The Brass Verdict, de Michael Connelly, o advogado Mickey Haller, famoso por trabalhar no banco de trás de seu carro, volta a desvendar casos de assassinato após se recuperar de um acidente de surfe e de seu vício em remédios para dor. Mesmo sendo um pouco clichê, a produção é cheia de casos e reviravoltas interessantes, o ideal para uma boa maratona.
E é claro que Stranger Things não podia ficar de fora do Cineclube de maio. Nos 7 episódios do volume 1, os irmãos Duffer não se apressaram ao desenvolver a história para o quarto ano. Mais madura e aterrorizante, a história dos acontecimentos de Hawkins foca bastante na questão sobrenatural na nova temporada, indo para vertentes como a possessão demoníaca e casas mal-assombradas.
As escolhas de homenagem tão características dos Duffer se provaram como as mais acertadas em todos esses anos de série. Desde a trilha sonora impecável (e que ressuscitou Kate Bush nas paradas musicais) até a inspiração no clássico A Hora do Pesadelo, tudo foi muito bem pensado para entregar a temporada mais memorável da série até aqui.
No Prime Video, Outer Range misturou faroeste, thriller e ficção científica em uma narrativa que acompanha um fazendeiro, interpretado por Josh Brolin, na luta por sua terra e família quando descobre um mistério no deserto do Wyoming. Com 8 episódios de duração em torno de 1 hora cada, o elenco também conta com Imogen Poots (Vivarium), Lili Taylor (Invocação do Mal) e Will Patton (Yellowstone).
No HBO Max, Naomi, série da CW inspirada no quadrinho de mesmo nome, trouxe a representatividade, ou melhor, a normalização para as garotas que ainda não se enxergavam no universo da DC na Televisão estadunidense e no streaming. Protagonizada por uma jovem heroína negra com superpoderes extraordinários, vivida por Kaci Walfall, a produção de Ava DuVernay, cineasta conhecida por abordar os direitos civis em obras como Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014) e Olhos Que Condenam (2019) e indicada ao Oscar por A 13ª Emenda (2016), refrescou a narrativa de super-heróis, mas infelizmente não conquistou o grande público e o final do seriado foi decretado ainda em sua primeira temporada.
Mas a diretora ascendeu como uma das participações especiais do ano três de A Black Lady Sketch Show, que é tão mágico quanto os anteriores. Ao lado do time de protagonistas, a nova temporada da série da HBO também contou com Raven-Symoné e Michaela Jaé Rodriguez como convidadas. Para os fãs de esportes, Lakers: Hora de Vencer (Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty) chegou ao fim aclamada pela crítica especializada, mas esquecida pela audiência de fora dos EUA. Com produção de Adam McKay, o drama esportivo que narra a ascensão dos Lakers é uma das apostas da emissora para a temporada de premiações e tem promessa confirmada de uma nova temporada vindo aí.
Maio também foi o mês do retorno do time de The Wire para contar uma nova história na Televisão em A Cidade É Nossa (We Own This City). A trama de corrupção e crime, adaptada do livro de Justin Fenton, tem Jon Bernthal e Wunmi Mosaku como destaques no elenco e conta com direção de Reinaldo Marcus Green (King Richard) em todos os 6 episódios.
Quem também retornou foi a distopia futurista Made for Love, que se mantém relevante pela interpretação magnética de Cristin Milioti na segunda temporada (mas não conseguiu driblar o cancelamento pela rede), e The Flight Attendant, em um segundo ano não tão bom quanto o esperado. Trazendo de volta uma trama policial, a nova temporada narra a vida de Cassie em Los Angeles, sóbria há um ano e vivendo a vida dupla de comissária de bordo e espiã. A produção clichê e surreal deixa a desejar em vários aspectos, mas Kaley Cuoco ainda entrega uma ótima atuação, se dedicando totalmente a todas as facetas dela mesma.
O mês também marcou a volta de Atlanta, 4 anos depois da segunda temporada, em uma nova leva de aventuras que chega com gosto e cheiro de antologia. Dessa vez em turnê pela Europa, o grupo de amigos enfrenta poucas e boas, mas não sem o time criativo, comandado pelo criador, roteirista, diretor, produtor e ator Donald Glover, salpicar tramas paralelas, episódios isolados e um surrealismo que soa cada vez mais suburbano. Entre os destaques do penúltimo ano da premiada produção do FX, sobra espaço para o brilhantismo de Brian Tyree Henry, Zazie Beetz e do próprio Glover, além de participações de tirar o fôlego, que vão de Liam Neeson a Alexander Skarsgård.
No Disney+, Cavaleiro da Lua (Moon Knight) chegou ao fim de forma modesta. Protagonizada por muitas versões de Oscar Isaac, a série do MCU não procurou se integrar à força do restante do Universo Compartilhado. Em uma trama onde um funcionário de museu é atormentado por visões e logo se vê refém de um deus egípcio, uma investigação mortal e uma persona super-heróica que enche as telas, a minissérie teve seu episódio final exibido na mesma semana de estreia do novo Doutor Estranho, resultando em uma repercussão menor que o esperado. Na balança, a investida da Marvel na mitologia egípcia rendeu momentos deleitosos da interpretação de Isaac, que escorregava precisamente entre a rigidez e a leveza, acompanhado pela presença sempre eletrizante de Ethan Hawke e da cativante May Calamawy.
O streaming também foi palco para o reboot de Anos Incríveis (The Wonder Years), que traz uma nova perspectiva brilhante. Ainda no contexto dos Estados Unidos dos anos 1960, a produção recente conta a história de uma família negra de classe média pelos olhos de uma criança de 12 anos, o pequeno Dean, interpretado por Elisha Williams. A série, que começou a ser lançada semanalmente em setembro de 2021, mistura perfeitamente a comédia com críticas e pautas raciais importantíssimas, sem perder a leveza. O sucesso foi tanto que os fãs podem esperar uma segunda temporada.
Em maio, Ellen DeGeneres colocou um ponto final no seu tradicional bate-papo vespertino, The Ellen DeGeneres Show. Envolvida em inúmeras acusações de assédio moral e racismo, a apresentadora encerrou o programa em sua 19ª temporada e contou com convidados especiais no comando do show, além de trazer de volta Sophia Grace e Rosie, 11 anos depois do cover icônico de Super Bass da Nicki Minaj.
Seguindo a onda intragável de ficções baseadas em crimes reais, a minissérie The Girl From Plainview chegou inspirada na história do caso de “suicídio por mensagem de texto”. Irreconhecível na maquiagem de Michelle Carter, Elle Fanning brilha ao lado de uma costumeiramente eficaz Chloë Sevigny, mas, fora do âmbito das atrizes, a produção parece não decolar, soterrada por outras opções mais interessantes do gênero.
No Star+, a 2ª temporada de Dollface finalmente chegou aos fãs brasileiros depois de quase 3 anos de adiamento devido a pandemia de covid-19. Porém, junto com os novos episódios, veio a notícia do encerramento da série estrelada por Kat Dennings e que acompanha a protagonista Jules Wiley e seu desejo em reatar as amizades femininas esquecidas pelo caminho.
O serviço também recebeu as 15 temporadas de It’s Always Sunny In Philadelphia, sitcom que até então estava no limbo das comédias esquecidas pelos streamings brasileiros. Crua, politicamente incorreta e escrachada, a série acompanha 4 amigos que são as pessoas mais desprezíveis (e, por isso, mais humanas) e que tentam tocar um pub na Filadélfia, antes de receberem a valiosa adição de Danny DeVitto ao elenco.
Neste mês, depois de 6 anos, as crônicas da família Pearson deixaram de chegar até nós – mas não de existir, conforme a última temporada de This Is Us procurou deixar bem claro. Como de costume, a temporada apresentou uma maioria de episódios carregados emocionalmente, mas a sobriedade do último surpreende os espectadores mais sensíveis com uma escolha muito bem sucedida para finalizar a história. Com o cuidado de sempre para com os seus personagens e a sua história – o que seguiu destacando os preciosos roteiros da série como a parte de maior sucesso da produção até o seu fim -, a temporada final do sucesso da ABC deixou seus fãs com a paz de saber que a nossa família Pearson ficaria em boas mãos, com seus passados, presentes e futuros curados, concluindo o processo que a série iniciou em 2016.
No Hulu, a minissérie Conversas Entre Amigos (Conversations with Friends) assumiu o difícil trabalho de apresentar mais uma história millennial de Sally Rooney para quem tomou o romance de Marianne e Connel em Normal People como uma das melhores coisas de 2020. O resultado, evidentemente, não foi o mesmo da primeira adaptação. Com avaliações baixas em agregadores de críticas, a série ficou mais no boca a boca de quem acompanha o mundinho – e isso não é um defeito, já que uma parte significativa da ala de criação da série é composta pelas mesmas pessoas que realizaram Normal People no audiovisual, incluindo a própria autora no roteiro.
A produção acabou unindo todo o universo Sally Rooney, com uma canção original de Phoebe Bridgers na trilha sonora e o protagonismo de Joe Alwyn (sim, o possivelmente noivo de Taylor Swift), que contracena com Alison Oliver, Sasha Lane e Jemima Kirke. E para aqueles que gostam de programas musicais, Katy Perry, Lionel Richie e Luke Bryan finalizaram o quinto ano seguido do trio na bancada do American Idol. O tradicional reality estadunidense completou duas décadas no ar e teve Noah Thompson, um jovem cantor de 20 anos, como grande vencedor da 20ª temporada.
No mês, os noveleiros tiveram que dar adeus à Quanto Mais Vida, Melhor!, que resgatou o espírito despretensioso das novelas da sete na TV Globo e terminou em uma nota alta. Com uma trama simples, onde quatro desconhecidos são presenteados com uma segunda chance da Morte após morrerem em uma queda de avião, o roteiro de Mauro Wilson soube contornar suas lacunas com precisão, como na fase da troca de corpos, responsável direta pela guinada do folhetim nas redes sociais. No elenco, Giovanna Antonelli, Mateus Solano, Valentina Herszage e Vladimir Brichta se entregaram de corpo e alma a seus personagens.
Na Apple TV+, os fãs de espionagem foram presenteados com a 1ª temporada de Slow Horses. Adaptação do romance homônimo de Mick Herron, o drama acompanha um grupo formado por agentes da inteligência britânica que cometeram erros no passado e atuam no departamento de despejo do MI5, apelidado de Slough House. Entre os destaques do elenco, estão Gary Oldman (O Destino de uma Nação), Olivia Cooke (O Som do Silêncio), Kristin Scott Thomas (Quatro Casamentos e um Funeral) e Jack Lowden (Dunkirk). Apesar da segunda temporada ainda não ter estreado, a série teve sua 3ª e 4ª temporadas confirmadas.
Para Junho, teremos a estreia de uma Ms. Marvel efervescente em poder e juventude, uma incursão pelo multiverso mágico e nada óbvio em Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once), o retorno dos dinossauros mais queridos do mundo em Jurassic World: Domínio e muito, muito mais. No Persona, você acompanha tudo o que rolou no mundo do audiovisual, sempre acompanhado das melhores dicas que esse meio tem a oferecer. Até a próxima!
Texto: Caio Machado e Gabriel Gatti
Pesquisa e Pauta: Gabrielli Natividade da Silva, Guilherme Veiga, Nathalia Tetzner, Raquel Dutra e Vitor Evangelista