As Melhores Séries de 2024

A Netflix foi a produtora que mais recebeu indicações na lista de 2024 do Persona (Texto de abertura: Guilherme Moraes; Arte de capa: Eduarda Anselmo)

O ano de 2023 foi conturbado em Hollywood, com o atraso de inúmeras produções e o adiamento de algumas cerimônias de premiação. Nesse sentido, 2024 sofreu muito das consequências da greve, porém, foi uma etapa importante na luta pelos direitos dos artistas e, agora, ao que parece, estamos voltando à normalidade. Séries postergadas foram lançadas e o Emmy voltou a ser transmitido em Setembro, como ocorre anualmente. Contudo, muitos dos seriados que estavam em produção tiveram um atraso, afetando muito a última temporada. A lista anual de melhores séries do Persona reflete um pouco o panorama geral da Televisão nesse período, com apenas 23 produções sendo selecionadas, menos da metade do ano anterior. 

Dentre as indicadas, há um equilíbrio muito grande, com as duas mais mencionadas sendo a animação Arcane e a minissérie britânica Bebê Rena, ambas com quatro votos. Logo em seguida vem a adaptação do romance One Day (3) e um empate quíntuplo entre Heartstopper, Agatha All Along, House of the Dragon, Abbot Elementary e De volta aos 15, que receberam duas menções.

Na disputa entre os streamings, a Netflix se destaca com dez aparições. Em segundo lugar vem a Max (3) e empatados em terceiro lugar estão o Disney+ e o Prime Video (2). Não é novidade que as produções dos Estados Unidos são a maioria, mas devido à greve em Hollywood, o ano de 2024 teve uma diversidade maior de países. Nesse contexto, o Brasil se sobressai com três menções, dentre elas, Senna e a terceira temporada de De Volta aos 15. Contudo, ainda há espaço para duas obras japonesas e uma inglesa.

Algo que chama muito a atenção na lista é a ausência de Xógum: A Gloriosa Saga do Japão, vencedora do Emmy de melhor série dramática. Além disso, alguns seriados consagrados também ficaram de fora, como What We Do in the Shadows e Only Murders on the Building. Dentre as 21 indicadas, 13 são estreantes, sendo apenas oito já conhecidas pelo público. Abaixo você pode ver como ficou a nossa lista de melhores de 2024, selecionadas pelos membros da nossa Editoria.

 

Cena da terceira temporada de Abbott Elementary. Na imagem temos a presença de Janine Teagues (Quinta Brunson), uma mulher negra, de cabelos castanhos e cacheado, ela está vestindo um vestido branco com detalhes listrados na cor preta, azul e amarela. Ao seu lado está Gregory Eddie (Tyler James Williams), um homem negro, de olhos castanhos e cabelo preto raspado. Ele está vestindo uma camiseta e um jeans preto. Na imagem também temos a presença do Mr. Johnson (William Stanford Davis), um homem negro de meia idade, olhos castanhos e careca, vestindo uma jaqueta de couro preta. Eles estão dentro de uma cozinha, é possível identificar uma mesa redonda com alguns jogos de tabuleiro em cima, um fogão branco e outros utensílios de cozinha, como temperos e panelas.
A quarta temporada do seriado ainda não tem data de estreia no Brasil (Foto: Disney+)

3° temporada de Abbott Elementary 

Encerrando o período de férias escolares, as aulas em Abbott Elementary retornam com novas metas para este ano. Após duas temporadas, a série que reúne humor com temas reais sobre o sistema público de ensino norte americano, precisa superar ela mesma para conseguir se estabelecer nas telas e manter a audiência. Com o mesmo roteiro criativo das fases anteriores, a sitcom volta para o catálogo da Disney+ ainda mais engraçada, trazendo novas abordagens sobre a vida pessoal de seus personagens.

Embora os corredores da Willard R. Abbott seja o palco principal da trama dos professores, ao longo dos anos, o seriado busca mostrar outros aspectos da rotina dos funcionários da escola, aprofundando sua narrativa para outros assuntos, como contextos familiares e vida amorosa. E, falando em amor, o romance slow burn entre Janine (Quinta Brunson) e Gregory (Tyler James Williams) finalmente tomou forma no decorrer desta temporada, no entanto, ainda não se sabe como esse relacionamento pode implicar na dinâmica profissional do casal, enquanto os dois dividem o mesmo espaço de trabalho. Mesmo sem um rumo aparente para solucionar os próximos problemas, uma coisa é certa: Em Abbott Elementary, tudo será resolvido com muita originalidade e humor. – Ludmila Henrique


Cena da série A Casa do Dragão. Rhaenyra Targaryen aparece em primeiro plano, vestindo uma túnica vermelha decorada com bordados prateados, com expressão determinada e o rosto levemente sujo. Ao fundo, dois dragões destacam-se sobre um cenário rochoso e montanhoso.
“Há quem confunda minha cautela com fraqueza, que essa seja a sua ruína” (Foto: Max)

2ª temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon)

A segunda temporada de A Casa do Dragão trouxe de volta o universo de Westeros, carregando a essência das melhores fases de Game of Thrones com uma produção muito mais refinada. Apesar de tropeços ocasionais, a série mantém a nostalgia viva, entregando momentos de grande impacto visual e emocional. É uma temporada que aposta na construção detalhada das relações e na exploração de temáticas complexas, mesmo que em um ritmo mais lento do que o esperado.

Um dos maiores acertos está na forma como a série desenvolve os paralelos entre Rhaenyra Targaryen (Emma D’Arcy) e Alicent Hightower (Olivia Cooke). Embora os livros não mergulhem tão profundamente nessa amizade transformada em rivalidade, a perspectiva da produção enriquece a narrativa, mostrando duas mulheres ligadas por laços do passado e divididas por interesses conflitantes. Além disso, a batalha épica entre Rhaenys Targaryen (Eve Best) e os irmãos Aemond (Ewan Mitchell) e Aegon (Tom Glynn-Carney) foi, sem dúvida, o clímax da temporada, com uma despedida de Rhaenys ao lado de Meleys que emocionou e deixou sua marca.

Por outro lado, o arco de Daemon (Matt Smith) em Harrenhal tentou fugir do previsível ao brincar com os delírios do personagem, mas se perdeu em repetições, e o ritmo da temporada, mais lento que o da primeira, deixou a desejar em momentos de grande impacto. Mesmo assim, a discussão sobre legitimidade, como nos dilemas de Corlys Velaryon (Steve Toussaint) e Jace Targaryen (Harry Collet) e o ponto de vista do sofrimento da população de King’s Landing por meio de novos rostos secundários trouxe profundidade à trama. No fim das contas, A Casa do Dragão conseguiu manter um saldo positivo, alimentando a expectativa para a terceira temporada. – Arthur Caires


Cena da série A Diplomata, a cena mostra a vice-presidente dos Estados Unidos, Grace Penn, interpretada por Allison Janney, uma mulher branca de meia-idade, com os cabelos loiros. Ela usa um blazer vermelho, com um broche da bandeira de seu país, sobre uma camisa verde. Ela está em frente à residência oficial da embaixadora norte-americana em Londres, uma mansão neoclássica com janelas compridas, colunas gregas, e um frontão triangular com imagens esculpidas.
Allison Janney impõe sua presença na segunda temporada de A Diplomata (Foto: Netflix)

2ª temporada de A Diplomata (The Diplomat)

Na segunda temporada de A Diplomata  na Netflix, Kate Wyler (Keri Russell), embaixadora americana em Londres, recentemente descobriu uma armação britânica sobre um desastre avassalador. A explosão de um navio militar serviu de gatilho para a temporada passada e faz parte de um iceberg muito profundo de tramas e conspirações. Em meio a disputa voraz de interesses, Wyler deve ter jogo de cintura para trazer tudo à luz, sem colocar em risco a Aliança Britânico- Americana e sua própria reputação.

A série de Debora Cahn, que esteve na lista de melhores séries de 2023 do Persona, volta a figurar este ano. Isso se dá graças a sua percepção mordaz da política internacional e do roteiro refinado e bem humorado. As atuações de Keri Russell e Rufus Sewell nos papéis principais não decaem nem um pouco em relação à temporada original e ganham o impulso da interpretação magnética de Allison Janney. No papel de uma ultra-dedicada vice-presidente dos EUA, Janney traz um novo frescor ao Thriller político – Guilherme Dias Siqueira


Em Agatha Desde Sempre, o amor, o ódio e a raiva andam de mãos dadas (Foto: Disney+)

Agatha Desde Sempre 

Quem estava bagunçando tudo? Era a Agatha, todo esse tempo! Em referência à canção presente em WandaVision, Agatha Desde Sempre mostra a história de Agatha Harkness, antes e depois dos eventos causados por Wanda Maximoff em Westview. Conhecida por ter êxito na magia e fracasso na vida, Harkness perdeu muitas coisas nesse longo trajeto, e – segundo a lenda – é a única bruxa que conseguiu atravessar o Caminho das Bruxas. Por causa disso, Teen (Joe Locke) vai ao encontro de Agatha, para tentar entender seus poderes e achar sua identidade real.

Por meio de momentos irônicos e sarcásticos, e através do passado e do presente, a minissérie conta como uma jovem se transformou na bruxa mais malvada de todos os tempos. Dessa forma, é possível descobrir como a vida de Agatha Harkness se cruzou com as histórias de tantas outras feiticeiras, e como ela se tornou tão odiada pela maior parte do mundo mágico. Além de ser recheada de comédia, Agatha Desde Sempre ainda conta com diversos instantes de drama e leves sustos, sem deixar o mistério e os encantamentos de lado. – Laura Hirata-Vale


Cena da série A Promessa do Golfe, a cena mostra Gawain, um menino de aproximadamente 8 anos, cabelos loiros e curtos, com olhos azuis. Ele veste uma camisa amarela com suspensórios vermelhos e uma calça verde, segura um taco de golfe atrás de suas costas, após fazer uma tacada. Ao lado de Gawain está sua professora Kiria, que olha impressionada. Ela é uma mulher de pele clara, cabelos lisos e pretos que formam uma franja, usa uma blusa laranja e calças xadrez. Os dois estão em um campo com muitas árvores e um céu azul.
A Promessa do Golfe proporciona uma alegria diferente a cada tacada (Foto: Netflix)

1ª Temporada de A Promessa do Golfe (Rising Impact)

Uma série esportiva fofa e hipnotizante. Assim é A promessa do Golfe, disponível na Netflix. O anime derivado do mangá de Nakaba Suzuki não é apenas um passatempo, mas uma fonte de motivação do dia-a-dia. A Jornada de Gawain Nanaumi para descobrir o seu enorme potencial em um esporte que ele sequer sabia da existência é a garantidora de uma experiência agradavelmente leve à qualquer um que esteja assistindo. Apesar do enfoque maior ao público mais jovem, com o bom humor não tão sutil e a simplicidade da narrativa, a série merece estar entre as melhores de 2024 graças a elementos como doçura dos personagens, a precisão das descrições de elementos técnicos do golfe e uma visão otimista de mundo.

Os protagonistas e coadjuvantes da série são igualmente apaixonantes, em muitos momentos eles parecem ser muito mais próximos de nós do que os traços 2D da animação possam levar a crer. Traços esses que, por si só, são um espetáculo à parte. Os objetos têm características como brilho e peso muito bem definidas e a movimentação, essencial na temática esportiva, é fluida, veloz e delicada. Em um momento em que a Netflix expande os negócios em busca do público consumidor da cultura japonesa, A Promessa do Golfe é sem dúvidas um grande destaque. – Guilherme Dias Siqueira


A imagem retangular mostra cinco personagens da série em um cenário escuro com uma luz central amarelada. Da esquerda para a direita, respectivamente, temos uma personagem branca, de cabelos ruivos, que veste armadura com detalhes dourados. Ao lado, um personagem marculino de barba e cabelos médios presos por uma tiara, que segura um escudo grande em um dos braços e se põe por trás do mesmo. Ao centro, uma personagem com roupa naval e que segura uma espingarda em uma das mãos, além de vestir uma boina branca sob seus cabelos longos lisos e pretos. Ao lado, uma personagem de cabelos pink, que usa grandes luvas de metal no punho. Ao lado dela, um personagem de pele verde, que veste uma boina preta. Todos olham para a frente.
Após três anos de uma espera ansiosa, Arcane não deixa a desejar em sua sequência, o que engrandece ainda mais todo seu enredo (Foto: Netflix)

Arcane 2º Temporada 

Que a Riot Games é um sucesso entre milhares de pessoas não restam dúvidas. Desde o lançamento do estrondoso League of Legends, a empresa coleciona admiradores e uma legião de fãs que compra toda nova ideia. Quando o projeto da série Arcane surgiu em 2021, a surpresa positiva com toda a potência visual, narrativa e a escolha detalhista para roteiro e vozes brilhou nos olhos do público, caindo nas graças. Em 2024, a empresa repete o feitiço ao entregar uma nova temporada tão brilhante quanto a anterior e mostrar que ideias e um alto nível de execução não estão em falta. 

Em um ritmo mais acelerado, o espectador é convidado a embarcar em uma história igualmente frenética. Conseguindo unir algumas pontas soltas da primeira parte, a história se desenrola em um clima que prende e faz qualquer um ficar grudado à tela. Mesmo deixando a desejar em expandir e dar mais atenção para histórias de personagens como Rosa Negra, Jinx e Jayce, a segunda temporada mostra muita maturidade no conteúdo, emoção e deixa um gostinho de que valeu a pena esperar  – Aryadne Xavier


Imagem da série As Bicampeãs. Na fotografia, as atletas de vôlei Fabi Alvim, Fabiana Claudino, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e Thaísa se reúnem para uma selfie. Todas estão vestidas formalmente para a gravação de declarações para o documentário do Globoplay.
As Bicampeãs trouxe os bastidores por trás da geração mais vitoriosa do vôlei feminino brasileiro (Foto: Globoplay)

As Bicampeãs

Muitas vezes, documentários sobre grandes ícones do esporte falham em despertar a empatia do público ao colocarem, a todo momento, seus protagonistas no topo do mundo. Alguns, no entanto, conseguem derrubar as visões criadas pela mídia para, então, reerguer o astro ao seu lugar de glória. As Bicampeãs arrasta seis jogadoras de vôlei de volta ao inferno em uma jogada perfeita que mostrou os sacrifícios para alcançar a glória eterna. Nesse caso, o tão sonhado ouro olímpico.

A série, exibida pelo Sportv2 e disponibilizada no Globoplay, é emocionante e vital para se entender o atual cenário do vôlei feminino brasileiro. Partindo desde a rixa histórica com Cuba nas quadras, passando pela pressão de um jornalismo esportivo historicamente machista e aterrissando no bicampeonato olímpico, As Bicampeãs escancarou do que Fabi Alvim, Fabiana Claudino, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e Thaísa são feitas: muita determinação, sangue nos olhos e, claro, pressão do técnico Zé Roberto Guimarães. – Nathalia Tetzner


Na imagem se encontram um homem e uma mulher em um bar. Ele, de camisa pólo marrom, cabelo curto castanho, barba rala e pele branca, se encontra dentro da área na qual se fazem os drinks e olha para uma mulher branca, de cabelos ruivos, que veste uma roupa rosa rendada. Ela ri livremente e parece se divertir de algo que ele fala.
Extremamente desconfortável e impossível de não olhar, Bebê Rena é fatal em prender sua atenção por 7 episódios como se fosse só um (Foto: Netflix)

Bebê Rena (Baby Reindeer) 

Em uma tentativa de lavar-se de uma história que marcou sua vida pessoal, Richard Gadd interpreta a si mesmo, sob o nome de Donny, e roteiriza uma das minisséries de maior sucesso da Netflix, Bebê Rena, que se tornou a produção mais premiada do Emmy 2024, levando 4 prêmios para a casa. Mostrando a complexidade do que é o Stalking (perseguição intencional que ameaça a integridade da vítima e/ou invade sua privacidade e direito de ir e vir), o roteiro não se prende a contar a história como a vilã e o mocinho, mas trabalha todas as nuances que permeiam o psicológico de ambos e demonstra a teia que se constrói nessa relação. 

Mesmo que não entregue em um formato perfeito e com seus ‘erros’ de roteiro e produção, que podem desagradar parte do público ou tornar a história mais plausível, já que tudo se baseia em uma experiência pessoal de Richard. Com uma história que incomoda, mas prende a atenção, Baby Reindeer (no original) é um aviso filmado dos malefícios da banalização de obsessões na sociedade atual – Aryadne Xavier


Cena da 3ª temporada da série De Volta aos 15. A cena mostra a personagem Anita, a qual é interpretada por Maisa, em uma aula de pintura. Seu cabelo é enrolado, escuro e da altura dos ombros. Ela está virada para um cavalete de pintura e seu rosto observa a amiga ao lado, com uma expressão de preocupação. Atrás, há um cenário de ateliê, com várias pinturas. Ao lado de Anita, está Filipa, personagem interpretada por Larissa Manoela, a qual está olhando para frente e parece estar muito concentrada. Seu cabelo possui um tom de caramelo escuro, o qual cobre parte do seu rosto. Sua blusa possui mangas brancas e ela está usando um colete vermelho por cima. À frente de Filipa, há um cavalete de pintura também.
A última temporada de De Volta aos 15 retoma papel “‘comfort’” com a estreia de Larissa Manoela (Foto: Netflix)

3ª temporada de De Volta aos 15

A última temporada de De Volta aos 15 foi lançada em 21 de agosto de 2024 pela Netflix. A produção nacional continua com o clichê adolescente sobre amizade ao longo do tempo e revela a importância dos relacionamentos verdadeiros. Vale ressaltar que não só a última temporada, mas toda a série, possui grande poder, principalmente, lançando novos atores mirins, os quais contribuem para o incentivo da carreira no Brasil. Na terceira temporada, diversos atores coadjuvantes estreiam seus primeiros papéis, de modo a buscar portas para projetos futuros.

A temporada conta com a estreia de Larissa Manoela, interpretando uma personagem de caráter misterioso. Maisa continua sendo a protagonista que cresceu ao longo das últimas temporadas. Além disso, João Guilherme consegue interpretar um papel de um personagem desafiador, comparado com o que está acostumado e vê oportunidades de cantar, inclusive, músicas de seu pai. A última temporada reúne os personagens nostálgicos da turminha dos anos 2000 de Carrossel e Cúmplices de um Resgate. – Maria Fernanda Beneton


Cena de Disclaimer. Nela vemos Catherine Ravenscroft, interpretada por Cate Blanchett. Catherine é uma mulher branca, de meia idade e cabelos loiros. Ela veste um vestido preto, que não aparece totalmente em tela. Catherine está encarando a câmera, enquanto no desfocado fundo, está acontecendo um jantar de gala.
Disclaimer tem uma das histórias mais originais e imperdíveis do ano (Foto: AppleTV+)

1ª temporada de Disclaimer

Por mais que ainda não tenha caído totalmente nas graças do público, a AppleTV+ rapidamente virou queridinha de atores e diretores quando o assunto é série original. Logo, só de ter o peso de Cate Blanchett em uma história de alguém com o cacife de Alfonso Cuarón, já traz para Disclaimer uma curiosidade que vai muito além da novidade da plataforma de streaming.

Disclaimer conta a história de uma jornalista renomada que um dia recebe um pacote em sua casa. O conteúdo? Um livro onde ela claramente é a personagem principal e – para azar dela – não é nada ficcional. A produção e roteiro são de outro nível, isso porque Cuarón não está preocupado em fazer TV, mas sim em usar sua estrutura e forma de contar histórias para dar asas ao seu projeto. Combinado com a atuação de Blanchett e de todo o elenco, a série é uma das maiores jóias do ano, que merece ser encontrada. – Guilherme Veiga


Cena da série Dungeon Meshi, a cena mostra Marcille (Emily Rudd), uma elfa, uma mulher branca com orelhas pontudas, um cabelo loiro trançado, olhos verdes, vestindo um manto azul. Ela está provando uma fatia de torta de frutas.
Dungeon Meshi é uma aventura deliciosa em muitos sentidos (Foto: Netflix)

1ª temporada de Dungeon Meshi

Dungeon Meshi, já seria uma série muito boa se apenas fosse um anime com personagens de RPG ao melhor estilo caverna do dragão, mas a adaptação do mangá de Ryōko Kui vai muito além. A criatividade engenhosa do enredo se aprofunda em paralelo à exploração do calabouço no fundo da terra, habitado por ecossistema equilibrado de monstros como dragões, sereias e grifos. A temática medieval e fantástica serve apenas como artifício em uma comédia sobre relacionamentos interpessoais, o equilíbrio ecológico, como a atividade humana pode o atrapalhar ou ajudar e como culturas muito diferentes podem se unir em torno de um traço em comum. 

A série segue o aventureiro Laios e sua equipe, que, em busca de sua irmã sequestrada por um dragão, se vê sem recursos para explorar o calabouço. Sem poder retornar à superfície para buscar comida, a única solução encontrada é cozinhar e comer os monstros que encontram pelo caminho. Nesse processo, os roteiristas nos enchem de informações e detalhes que enriquecem esse universo fantástico e tornam toda a série mais cativante. Nessa mistura de personagens amáveis, história envolvente e cenário elaborado, Dungeon Meshi aprisiona nossa atenção muito mais que qualquer masmorra.  – Guilherme Dias Siqueira


Cena da série Entrevista com o Vampiro. A imagem se passa à noite, tem luminosidade baixa e o fundo é cinza. À esquerda está Lestat, um homem branco, de cabelo loiro até os ombros, vestido uma camisa branca com os dois primeiros botões abertos, ele está ensanguentado da garganta para baixo, sua mão esquerda está levantada encostando no queixo de Louis, que está à sua direita. Louis é um homem negro de cabelo curto e veste um casaco preto.
Mais uma temporada do romance tempestuoso de Louis e Lestat (Foto: AMC)

2ª temporada de Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire)

A segunda temporada de “Entrevista com o Vampiro” adapta a metade final do livro homônimo escrito por Anne Rice, o primeiro de sua saga As Crônicas Vampirescas. Situada em uma Paris pós-Segunda Guerra Mundial, Louis (Jacob Anderson) e Claudia (Delainey Hayles) buscam por outros vampiros e pela descoberta da vida sem o amor e abusos de Lestat (Sam Reid). A série lidera a recente renascença dos vampiros na mídia da melhor forma possível, apresentando romances queer góticos e personagens complexos, para os quais é impossível se aplicar a moralidade humana.

O roteiro entrosa a narrativa do passado com o presente de Louis, nos engajando em sua jornada atual de contar sua história, enquanto Daniel (Eric Bogosian) o enquadra, fazendo-o questionar a precisão de suas memórias e encarar a realidade de tudo que viveu. Jacob Anderson interpreta os conflitos de Louis diante de sua odisseia de recordação com maestria, entregando uma das melhores performances do ano. Assad Zaman também se destaca, tendo incorporado o papel de Armand com toda a suavidade arrepiante que um vampiro ancestral pode ter. A história de amor (ou terror, dependendo dos olhos de quem vê) entre Louis e Lestat segue uma das mais envolventes da televisão e foi renovada para sua terceira temporada. – Ana Eloisa Leite


Cena de Fallout. Nela vemos Lucy, personagem de Ella Purnell. Lucy é uma mulher branca de olhos verdes e cabelo preto. Ela veste um macacão azul com detalhes amarelos no zíper. Lucy está saindo de um bunker, que está entreaberto ao fundo. Suas roupas estão sujas de poeira e ela coloca a mão na altura do rosto para tentar encobrir o sol.
Grata surpresa, Fallout consegue traduzir para as telas uma das melhores narrativas dos games (Foto: Prime Video)

1ª temporada de Fallout

Mesmo que ainda não tenha alcançado o nível de excelência dos consoles, os games e o audiovisual vivem uma lua de mel quando o assunto é adaptação. E, sem sombra de dúvidas, o exemplo mais certeiro da crescente nos gêneros vem, na verdade, de quem mais abdica de um deles. Fallout vem com cara de grande produção, da outra plataforma ela só pega a narrativa – ponto mais forte da Bethesda, empresa que criou o game – e a estética.

Contando a história de um mundo 200 anos depois de uma guerra nuclear, Fallout é uma perfeita síntese de traduzir uma história de uma mídia para outra. Aqui, o tom aventuresco fica de lado e, fazendo jus às produções de Jonathan Nolan, assumem uma roupagem mais séria que se equilibra perfeitamente com o caráter fantástico (coisa que ele conseguiu replicar em Westworld anteriormente). Soma-se a isso os personagens cativantes de Ella Purnell e do brilhante Walter Goggins, que, sozinhos, já conseguiriam levar a série nas costas, e, por sorte, ainda contam com uma ótima estrutura por trás, que caminha para entregar uma das melhores produções da TV nos próximos anos. – Guilherme Veiga


Cena da série Hacks. A imagem se passa de dia, ao ar livre, há carrinhos de golf e árvores no fundo. Vemos Ava, uma mulher branca de cabelo ruivo na altura do queixo, ela usa uma viseira branca na cabeça e um colete azul escuro escrito “caddy”. Ao seu lado direito, vemos Deborah, uma mulher branca mais velha, loira, também de viseira, vestindo um colete rosa com zíper fechado na frente, por baixo ela veste uma blusa de manga longa azul claro e rosa, e usa uma luva branca na mão esquerda.
Com o apoio de Ava, Deborah vai atrás de seu tão desejado programa de auditório. (Foto: MAX)

3ª temporada de Hacks

A relação de Deborah Vance (Jean Smart) e Ava Daniels (Hannah Einbinder) torna-se ainda mais difícil de descrever na terceira temporada de Hacks. Co-dependência, amor, amizade, obsessão, ódio, todos existem simultaneamente e as atraem uma para a outra ao longo da série. Mais do que nunca, as protagonistas são forçadas a equilibrar suas ambições individuais com o desejo de manter um bom relacionamento, tanto pessoal quanto profissional. Essa tarefa se prova desafiadora e coloca à prova o quanto estão dispostas a arriscar para conseguir o que desejam.

Os criadores e roteiristas da série, Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky evidenciaram os conflitos internos de Deborah com suas ambições, sua idade e a necessidade de aceitar o tempo presente como ele é. Ao passo que Ava começa a colocar os ensinamentos de Deborah em prática, após muitas batalhas entre sua razão e emoção ao longo dos nove episódios. A série vem recebendo suas devidas flores nas grandes premiações, tendo conquistado Melhor Série de Comédia e Melhor Atriz em Série de Comédia (Jean Smart) em ambos Emmys e Golden Globes. Hacks foi renovada para uma quarta temporada com previsão de estreia para Maio de 2025. – Ana Eloisa Leite


Cena de Heartstopper com dois adolescentes se encarando de forma carinhosa em um ambiente externo à noite. O menino da esquerda, chamado Nick, tem cabelo liso e veste um moletom cinza com capuz. Ele sorri de maneira suave enquanto olha para o menino da direita, chamado Charlie, que tem cabelo cacheado e veste um casaco verde claro. O fundo está escuro, com leves sombras de árvores e uma cerca.
É possível notar o amadurecimento de Nick e Charlie desde a estreia da série, mas isso fica bem mais nítido na terceira temporada (Foto: Netflix)

3ª temporada de Heartstopper

Desde sua estreia, Heartstopper estabeleceu uma atmosfera idealizada e otimista como sua principal característica, algo que dividiu opiniões no público. Apesar de alguns momentos poderem parecer exagerados, o propósito da série é claro: oferecer uma alternativa à visão sombria da adolescência presente em obras como Euphoria. Funcionando quase como um ‘manual’ para os jovens e um conforto nostálgico para os mais velhos, a produção mantém essa essência. Na terceira temporada, lançada em outubro de 2024, o tom doce persiste, mas agora acompanhado de uma abordagem mais autêntica e realista ao explorar temas mais profundos.

O foco da nova temporada está na saúde mental, um tema que ganha destaque ao expandir o arco do distúrbio alimentar de Charlie Spring (Joe Locke), introduzido no ano anterior. Nick Nelson (Kit Connor), por sua vez, enfrenta seu próprio estresse ao tentar apoiar Charlie sem saber como lidar com a situação e com a possibilidade de se afastar dele. Esse cuidado em tratar tópicos relevantes da juventude e questões da comunidade LGBTQIAPN+ com respeito e sensibilidade é o maior legado de Heartstopper. A série não apenas aborda essas questões com profundidade, mas também preserva o quentinho reconfortante que a tornou tão especial para diferentes gerações. – Arthur Caires


Cena da série Ninguém Quer. A cena mostra a personagem Joanne a esquerda e o personagem Noah a direita, com os corpos virados um de frente para o outro, se olhando. Joanne está com os cabelos loiros soltos e uma blusa de manga comprida vermelha. Noah está vestindo um traje típico de rabino. Os dois estão em uma sinagoga. Atrás deles, algumas pessoas encaram o casal.
Kristen Bell e Adam Brody dão uma aula de química boa demais para perder em Ninguém Quer (Foto: Netflix)

1ª temporada de Ninguém Quer (Nobody Wants This)

A Netflix ouviu as nossas preces e, em 2024, entregou uma comédia romântica adulta perfeita. Ninguém Quer tem tudo o gênero pede: romance e comédia (claro), tensão, reflexões e uma cena de primeiro beijo de dar borboletas no estômago como não víamos há tempos. O enredo coloca duas pessoas de mundos totalmente opostos para se encontrarem em um cativante conflito de realidades. De um lado, uma mulher pra frente que divide um podcast com sua irmã, no qual discutem experiências amorosas e sexuais sem papas na língua e, do outro, um jovem rabino dedicado à religião, que até ontem estava de casamento marcado, seguindo todos os passos que a sua família tradicional judaica sonhou para ele. 

A série é água com açúcar, mas não é boba. Ninguém Quer aborda questões muito reais sobre identidade, dogmas e sacrifícios em relacionamentos a dois. A história nos instiga a questionar até que ponto podemos nos entregar ao outro sem perder a nós mesmos e quando devemos repensar nossas certezas em nome da felicidade. Com apenas dez episódios de 20 a 30 minutos cada, é uma série leve e boa de maratonar de uma vez só, para depois ficar com aquele gostinho que quero mais. Por sorte, a Netflix já confirmou uma segunda temporada. – Giovanna Freisinger


Cena da 3ª temporada da série The Bear. Na imagem, cinco pessoas estão encostadas em uma bancada de cozinha de restaurante. A primeira pessoa é Sydney Adamu (Ayo Edebiri), uma mulher negra, de cabelos escuros trançados, presos em um coque; ela veste um vestido grafite, colares e anéis prateados, e segura um copo. O segundo a aparecer é Richie Jerimovich (Ebon Moss-Bachrach), um homem branco, de cabelos escuros e curtos, e barba; ele usa camisa, gravata e terno pretos, e segura um copo. Luca (Will Poulter) aparece em seguida: ele é um homem branco, de cabelos loiros penteados em um topete, e tem tatuagens nos braços; ele usa roupas pretas, relógio e segura uma taça. A quarta pessoa a aparecer é Jessica (Sarah Ramos),uma mulher branca de cabelos castanhos, semi presos; ela usa um terno preto, e segura um copo. Rene Gube faz Ever GM; ele é um homem de ascendência filipina, e tem cabelos pretos, arrumados em um topete; ele usa um terno cinza, e segura um copo. Por último, Garrett (Andrew Lopez) é um homem de ascendência filipino-coreana, ele tem bigode e cavanhaque, e possui cabelos pretos, arrumados em um topete; ele usa um terno preto, e está com os braços cruzados.
Tudo tem seu começo, meio e fim – até mesmo um restaurante (Foto: Disney+)

3ª temporada de O Urso (The Bear)

A terceira temporada de The Bear traz a receita de sempre: uma cozinha caótica, personagens emocionalmente instáveis e muitas discussões. Mesmo assim, a série continua a tentar desenvolver as histórias dos funcionários do The Bear, e também a do próprio restaurante: a temporada começa logo após o primeiro serviço do estabelecimento. Natalie (Abby Elliott) se vê forçada a ligar para a mãe, DeeDee (Jamie Lee Curtis), em um dos dias mais importantes de sua vida. Sidney (Ayo Edebiri) se depara com decisões importantes, que vão de comprar um sofá a dar mais passos na carreira. E Carmy Berzatto (Jeremy Allen White)? Continua praticamente o mesmo: agitado, ansioso e ambicioso, com altos parâmetros – a lista de ‘inegociáveis’ é como um resumo do personagem.

Além de mostrar a rotina de cozinhas profissionais – por meio de diálogos corridos e montagens do cotidiano culinário –, a terceira temporada de The Bear faz Carmy não só encarar, mas como enfrentar seu passado – principalmente com o retorno de Luca (Will Poulter), Andrea Terry (Olivia Colman) e David Fields (Joel McHale) – e pensar no seu futuro como chefe de cozinha. Será que ele e Syd vão receber boas avaliações e conseguir atingir a tão sonhada estrela Michelin no The Bear? Essas perguntas – ainda não respondidas – incomodarão os protagonistas nas próximas temporadas. – Laura Hirata-Vale


ena de Pinguim. Nela vemos Oswald Cobblepot, mais conhecido como Pinguim. Ele é um homem adulto, gordo e com cicatrizes no rosto. Ele veste uma camisa na cor vinho e um terno branco. Pinguim está olhando para baixo enquanto segura algo que está pegando fogo. Ao fundo, a escuridão da noite.
Pinguim abdica do fantástico e aposta no capital humano da DC (Foto: Max)

1ª temporada de Pinguim (The Penguin)

Quando se teve ideia do desenvolvimento de uma série sobre o vilão Pinguim, uma dúvida se instaurou. Muito porque ele já vinha com a premissa de expandir uma tentativa de se separar de um universo compartilhado em ruínas. Mas o resultado foi o melhor que se esperava, porque a produção resolveu abdicar completamente de tudo que podia prendê-lo ao gênero.

Sem estar sobre a sombra da capa do morcegão, Pinguim se prende aos aspectos puramente urbanos do longa de Matt Reeves, para contar a tentativa de tomada do império criminoso de Gotham feito pelo vilão interpretado por Colin Farrell, após o vácuo de poder causado pela morte de Carmine Falcone. Com um primor técnico absurdo, a produção parece retroceder ao início dos anos 2000, onde se tinha vergonha de uma história de herói se parecer com uma história de herói e, nesse retorno, ela acertadamente bebe muito de Família Soprano, revitalizando as histórias de máfia e mostrando que, quando o gênero não é tratado como a fábrica que imprime as páginas dos quadrinhos à exaustão, ele dá carto.  – Guilherme Veiga


Cena da minissérie Senna. A imagem apresenta o personagem Ayrton Senna, interpretado pelo ator Gabriel Leone, o qual está dentro de um carro de Fórmula 1 da Marlboro. Ele está olhando fixamente para frente e parece estar concentrado. Ao seu lado, há o capacete ícone de Senna: amarelo, com detalhes em verde e vermelho. O carro da Marlboro é vermelho e branco. O ambiente atrás revela a garagem de carros para o preparatório da corrida.
A biografia nacional de Ayrton Senna foi a minissérie de língua não inglesa mais vista durante a primeira semana de Dezembro (Foto: Netflix)

Senna

A minissérie Senna foi lançada em 29 de novembro de 2024 pela Netflix, de modo a biografar a vida do piloto Ayrton Senna, após 30 anos de sua morte. É preciso lembrar que essa foi uma produção nacional com alto investimento, de forma a ser comparada com produções internacionais. Além disso, a minissérie faz uma excelente alusão aos anos 80 e 90, o que deixa o espectador imerso na época em que Senna estava no auge de suas corridas e, com certeza, traz nostalgia para quem viveu o período.

É importante ressaltar que a produção fez uma ótima seleção de elenco, pois é perceptível que os atores possuem alta semelhança com as pessoas presentes na história de Senna. O ator Gabriel Leone conta a preparação e o Making Of de toda a trajetória. A minissérie retrata os desafios que Ayrton enfrentou em cada corrida e traz um olhar emocionante e de heroísmo para a figura do piloto. No entanto, é preciso lembrar que, assim como alguns críticos apontam, os poucos minutos de tela de Adriane Galisteu mostraram que partes da história foram omitidas conforme fora conveniente. – Maria Fernanda Beneton


Cena da minissérie Um Dia. Na imagem temos a presença de Dexter Mayhew (Leo Woodall), um jovem branco, de olhos azuis e cabelo loiro curto. Ele está vestindo um terno preto e uma camiseta branca de gola. Ao seu lado está Emma Morley (Ambika Mod), uma jovem com ascendência indiana, de olhos castanhos escuros e cabelo ondulado castanho escuro. Ela está vestindo um vestido azul bufante. Eles estão olhando um para o outro, ao fundo temos uma parede branca, sendo iluminada por uma luz amarelada.
A minissérie é uma adaptação do romance homônimo de David Nicholls (Foto: Netflix)

Um Dia (One Day)

Amores enredados são reflexo da inquietação de duas almas. Indivíduos em eterna busca de algo para se segurar, mas que não pretendem, de nenhum modo, abrir mão de sua vaidade para se fixar em tal compromisso. Na noite de 15 de julho de 1988, na universidade de Edimburgo, a história de amor entre Emma Morley (Ambika Mod) e Dexter Mayhew (Leo Woodall) se inicia e escapa no momento em que amanhece. Aquele dia teve o seu fim, apesar disso, o vínculo entre eles está apenas começando. 

Roteirizado por Nicole Taylor, Um Dia narra o romance que atravessa décadas. Em cada episódio acompanhamos um flagrante na vida dos protagonistas, sempre marcado pela mesma data, ao longo dos anos. Ao tomar essa decisão, a minissérie cresce em termos de extensão de tempo, saltos temporais que avançam juntamente com os personagens, desenvolvendo a jornada de Em e Dex com mais riqueza de detalhes. Ao trazer uma visão única ao telespectador, o show é sublime em aproximar o público com a história do casal, como se estivesse em cena, presenciando aquele exato momento exibido em tela, criando uma identificação com pelo menos um dos personagens. Um Dia, fala sobre a juventude, as consequências de se apaixonar, com todas as mágoas e acertos, ainda assim, continuam carregadas de momentos memoráveis. – Ludmila Henrique 


Cena da animação X-Men 97’. Nela vemos Gambit montado nas costas de Wolverine. Gambit é um homem branco, magro e alto, com cabelo castanho. Ele veste um sobretudo marrom e um traje preto e rosa. Wolverine é um homem branco, baixo e musculoso. Ele veste um traje clássico nas cores amarelo, azul e preto. Wolverine está com os braços abertos enquanto suas garras estão rosa, por conta do poder de Gambit. E Gambit segura seu tradicional bastão de metal. Ao fundo, um cenário de pedras.
A Marvel ainda tem jeito (Foto: Marvel)

1ª temporada da X-Men 97’

Desde que a Fox foi adquirida pela Disney, muito se esperava da forma como os mutantes seriam incorporados ao Universo Cinematográfico da Marvel. De fato, isso ainda não aconteceu, mas sua introdução ao público veio da maneira mais inesperada possível: X-Men 97’ retoma uma clássica animação e assume que a história de Ciclope, Wolverine e companhia na verdade é uma baita novela.

A história, com produção e criação de Beau DeMayo, se passa um ano após os eventos da X-Men: The Animated Series, com o professor Xavier em coma e com o vilão Magneto que assume a liderança do grupo para usá-lo em uma batalha entre humanos e mutantes. O acerto de X-Men 97’ na verdade está no fato de toda expectativa estar sendo jogada para os cinemas, sem necessidade de participações especiais ou referências de outras obras. A produção se concentra em si mesma e entrega a melhor história da Marvel no ano. – Guilherme Veiga

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