Os dois morrem no final é uma jornada pela linha tênue entre a celebração da vida e aceitação da morte

Ilustração da capa do livro Os dois morrem no final. A imagem apresenta dois jovens de costas caminhando lado a lado com mochilas nas costas, sombreados em tons de azul escuro ao lado de uma grade. O chão em que os jovens pisam é branco e possui a sombra dos rapazes. Atrás da grade há prédios pintados em tons de azul escuro iguais aos dos jovens e acima dos prédios há um céu pintado por um azul mais claro. No canto superior direito há uma lua cheia na cor branca. Ao centro da ilustração consta o nome do livro em letras maiúsculas na cor branca, na parte superior do livro o nome do autor com a mesma fonte e cor. Por fim, no canto inferior direito há o logo da editora do livro intrínseca na cor de fundo preta com o nome escrito em branco.
O livro Os dois morrem no final está sendo adaptado para uma série audiovisual (Foto: Editora Intrínseca)

Luana Brusiano

Imagine receber um recado da Central da Morte informando que, a qualquer momento nas próximas 24 horas, você irá morrer e não há nada que possa ser feito para reverter essa situação. Essa é exatamente a premissa de Os dois morrem no final. Escrita por Adam Silvera, a obra narra o último dia de vida de Mateo Torrez e Rufus Emeterio que, em 5 de Setembro, recebem a infeliz ligação: aquele será o último dia de vida deles. Na tentativa de aproveitar ao máximo seus últimos momentos vivos, os caminhos de Mateo e Rufus se cruzam, levando-os a embarcar em uma jornada para viver uma vida inteira em um único dia.

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Estante do Persona – Junho de 2024

Celebrando o mês do orgulho LGBTQIAPN+, a Editoria indica obras queers (Texto de Abertura: Guilherme Machado Leal / Artes: Rafael Gomes)

Com oito histórias que abordam a vivência de pessoas queers, o Estante do Persona deste mês está mais orgulhoso do que nunca! As histórias que serão recomendadas abordam as diferentes camadas do árduo caminho traçado por aqueles que pertencem à comunidade. Para isso, a Redação do Persona separou uma lista especial, com obras que marcaram a vida dos membros após a primeira leitura.

Narrativas ficcionais se tornam confidentes de todo e qualquer leitor, ainda mais se há a possibilidade de se reconhecer nos escritos de um autor. Para as pessoas LGBTQIAPN+, essa identificação possui um objetivo ainda maior: ela auxilia no processo de auto descoberta da sexualidade e mostra como personagens queers podem ser plurais. Entre dramas e romances, as indicações deste mês reforçam a diversidade necessária dentro das páginas de um livro.

Em Junho, o foco é o aprofundamento dos integrantes da comunidade LGBTIQAPN+. As tramas sugeridas não apenas falam sobre representatividade, mas também mostram que que a vida queer não se resume a preconceito e algozes. Antes de toda a dor passada por essas pessoas, há o desejo de viver uma jornada linda. É direito de qualquer pessoa, independente de sua orientação sexual, de se reconhecer em narrativas lúdicas, pois é na Arte que muitos encontram refúgio.

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Estante do Persona – Dezembro de 2021

A terceira edição do Estante do Persona foi orientada pela leitura coletiva de A filha perdida, drama sobre maternidade que leva a assinatura misteriosa de Elena Ferrante (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

“Contamos histórias a nós mesmos a fim de viver.”

– Joan Didion

Pois é, 2021 chegou ao fim. Depois de 12 meses envolto em cada movimento do universo cultural, o Persona inicia as despedidas do ano ao pé de sua Estante e conclui a terceira edição de seu Clube do Livro. Este que, no mês de dezembro, teve a oportunidade de conhecer a Literatura de uma das autoras mais relevantes da atualidade, e de admirar o legado deixado por duas das mais importantes escritoras dos últimos tempos. É que em meio à leitura coletiva de A filha perdida e ao mistério aclamado que existe ao redor do nome best-seller de Elena Ferrante, o Persona se juntou ao resto do mundo para a despedida de bell hooks e Joan Didion

No dia 15, eternizamos bell hooks como a artista, professora, teórica, pesquisadora e escritora, que dedicou mais de 50 anos de sua vida a estudos e políticas interseccionais sobre educação, gênero, raça, classe e economia. Referência do feminismo negro, ativista antirracista e estudiosa do amor, o pseudônimo de Gloria Jean Watkins nasceu no interior de um Estados Unidos segregacionista e morreu num planeta que ainda tem muito o que superar, mas que, através de sua existência, tem muito mais conhecimento sobre como fará suas revoluções.

Já no dia 23, o mesmo era lembrado sobre Joan Didion, quando reconhecemos a necessidade de compreender o mundo em que vivemos e os humanos que o habitam. Ao usar seu olhar e suas palavras para registrar e interpretar as transformações culturais e políticas da sociedade norte-americana na segunda metade do século XX, a californiana construiu uma carreira de mais de 60 anos, que entre muitos ensaios, alguns romances e outros roteiros, transformou o Jornalismo e a Literatura para todo o sempre.

Assim, o contexto literário de dezembro se tornou grandioso, mas Elena Ferrante deu conta de o acompanhar. No embalo do lançamento da adaptação cinematográfica – já muito celebrada pela direção da estreante Maggie Gyllenhaal, que chegou à Netflix no último dia do mês -, o Clube do Livro do Persona decidiu mergulhar nas praias do sul da Itália junto de Leda (vivida no Cinema por Olivia Colman) e nos dramas profundos de A filha perdida.

Para o último mês de 2021, reverenciamos o trabalho de mulheres que tanto fizeram pelo nosso passado, presente e futuro, e introduzimos a edição de dezembro do Estante do Persona. Entre as indicações literárias da nossa Editoria e o comentário sobre a leitura do mês, vibra a honestidade visceral de uma história cuja autora tem coragem de dizer o que nós não temos – em perfeita harmonia com o poder revolucionário das vozes que vieram antes dela.

“O coração da justiça é dizer a verdade, vermos a nós mesmos e ao mundo como somos, em vez de como gostaríamos que fôssemos.”

– bell hooks

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