Jho Brunhara
Alguns filmes são bons para se assistir e passar o tempo, outros para se emocionar e debulhar-se em lágrimas, outros para morrer de rir. Mas talvez um dos maiores problemas da velocidade em que consumimos arte audiovisual na era da informação – ainda mais após a popularização da Internet – é que nem tudo é memorável. Muito do que assistimos é esquecível, ou é visto com um sentimento de indiferença, sendo só mais um para a lista. Retrato de uma Jovem em Chamas é o completo oposto disso. O longa da diretora francesa Céline Sciamma é como uma marca na alma, uma queimadura deixada por um rastro de fogo. Aquela cicatriz que ao se olhar remete à uma memória intensa, que por mais dolorida que tenha sido em um breve momento, carrega consigo algo muito maior – uma lembrança boa.
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