Guilherme Dias Siqueira
Alguns tipos de pessoas nos chocam pela insensibilidade, por não apresentarem remorso e por causarem mal a qualquer um que não lhes sirva um propósito. Em Ripley, série de suspense neo-noir da Netflix, acabamos hipnotizados por um estranho sujeito que se encaixa nessas categorias. Porém, isso não significa que Thomas Ripley, um contador “difícil de se achar”, que se esgueira pelas ruas sujas de uma Nova York da década de 1960, seja um vilão carismático – para falar a verdade, ele é antipático e amargo de uma forma irremediável.
O que nos captura em Ripley são as situações que se enrolam nas pernas do protagonista, interpretado por Andrew Scott, como teias de aranha. Ele tem que dominar a situação e o faz com absoluta maestria. Desde quando é abordado por um detetive particular em um bar, Tom consegue dar todas as respostas certas. O problema é que pessoas comuns não dão apenas respostas certas. A falsidade das poucas emoções que o norte-americano consegue simular não convence a todos.
Continue lendo “Mais talentosos que Tom Ripley, só mesmo a direção, produção e o elenco da série”