Fellipe Gualberto
O primeiro single de Bloom, My My My!, foi lançado na madrugada de 10 de janeiro de 2018 e os fãs de Troye Sivan reagiram de uma maneira muito positiva, rasgando elogios ao cantor nas redes sociais. Mas o choque, com certeza, aconteceu.
O segundo álbum do cantor australiano tem muito pouco de Blue Neigborhood, sua estreia. No primeiro trabalho encontramos um garoto tímido, ainda muito inseguro com a sua homossexualidade, praticamente pedindo desculpas a todos por ser gay e perguntando a si mesmo se, após sua morte, irá para o Céu.
No primeiro momento, os materiais de divulgação davam a impressão de que o novo álbum tinha se rendido a um pop comercial para que o cantor pudesse atingir a fama. No entanto, o conceito só ficou realmente claro após o lançamento do clipe da faixa-título.
No meio de um jardim repleto de flores, Sivan aparece quase que camuflado na quantidade enorme de cores. Ele canta, dança e exala sensualidade e confiança. A letra da música diz que o cantor “desabrocha”.
A mensagem é clara: temos aqui um Troye diferente, mais confiante e agora confortável com sua sexualidade; um cantor que ainda guarda um pouco de Blue Neighborhood, mas que depois de um tempo germinando, floresceu mudando assim seu estilo musical e de vida.
O detalhe é que o tempo percorrido entre a primeira impressão do álbum e a real compreensão da mensagem que o mesmo pretendia passar é de quase 5 meses, já que o clipe para a faixa-título só foi lançado em 6 de julho do mesmo ano.
Com a chegada dos meios digitais, ciclos longos para o lançamento de álbuns se tornaram cada vez mais raros. Antigamente, os cantores anunciavam seus lançamentos com meses de antecedência para conseguir a atenção da mídia. Taylor Swift, com seu Reputation, se arriscou a demorar 3 meses em um lançamento, algo que nem se compara com a espera de 7 meses e 21 dias que os fãs de Sivan tiveram.
Uma das faixas lançadas durante esse longo percurso foi Dance to This, que conta com a participação da já conhecida Ariana Grande. A química entre os dois fluiu muito bem e o clipe soa orgânico, deixando a impressão que os dois já trabalhavam juntos por muito tempo.
Vale lembrar que Bloom não é um tiro total no escuro: Troye também mantém os pés no chão e tenta agradar os fãs mais antigos com músicas como Seventeen, Animal e Postcard. Faixas que, que apesar de fazerem pequenas menções ao estilo do álbum anterior, ainda são fiéis à vibe atual do cantor.