Se apaixonar e se encantar por um livro pela primeira vez é uma das experiências mais marcantes de qualquer leitor. Seja fantasia, drama ou romance, as narrativas literárias transportam o público para as páginas e escritos de um autor. Por isso, o Estante do Persona deste mês celebra as primeiras indicações dos novos membros da Editoria com uma lista seleta de obras marcantes.
De suspenses literários brasileiros a clássicos mundiais, as recomendações atravessam os mais variados gêneros e atingem todos os públicos. Entre histórias em quadrinhos e livros sobre a iminência da vida adulta, algo que une todas as indicações do mês de Maio é o amor pela Literatura e pelas histórias contadas. Das narrativas infantojuvenis às poesias profundas de Sylvia Plath, o cardápio de obras literárias oferece arcos envolventes de personagens e tramas de tirar o fôlego.
Em suma, para este mês, as indicações se pautam em liberdade. Drama, distopia, aventura e muitos outros gêneros são encontrados no Estante do Persona de maio. Pegue uma pipoca, se aconchegue e se prepare para receber inúmeras recomendações de narrativas literárias. Do tradicional ao moderno, a lista a seguir é para quem pode se chamar de ávido leitor!
Raphael Montes – Uma Família Feliz (352 páginas, Companhia das Letras)
O novelista, roteirista e escritor Raphael Montes está de volta com uma nova narrativa repleta de suspense e mistério. Em Uma Família Feliz, o autor nos apresenta Eva, uma artesã que faz bebês reborn e se descobre grávida de uma criança real, o primogênito Lucas. O núcleo familiar aparentemente perfeito conta ainda com as enteadas gêmeas, Sara e Ângela, e o marido, Vicente.
Em um condomínio de luxo onde as aparências enganam, a vida dos sonhos da família nos moldes de comercial de margarina se torna um pesadelo quando o recém-nascido Luquinhas e suas irmãs idênticas aparecem violentados. Com reviravoltas a cada capítulo, até o personagem mais inocente é considerado suspeito pela protagonista, que, inclusive, passa a desconfiar de si mesma.
Sucesso de crítica e público, o livro ganhou uma adaptação audiovisual homônima estrelada por Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini na pele do disfuncional casal que fisgou os vorazes leitores de Raphael Montes. O roteiro do longa-metragem é assinado pelo autor da trama literária que inspirou o filme. Outras obras do escritor, inclusive, já foram adaptadas para o audiovisual, como Bom Dia, Verônica e Dias Perfeitos. – Felipe Nunes
Sylvia Plath – Os Diários de Sylvia Plath (840 páginas, Editora Biblioteca Azul)
A coletânea Os Diários de Sylvia Plath, publicada em novembro de 2017, reproduz os manuscritos originais que a enigmática escritora Sylvia Plath redigiu entre os últimos anos de sua vida – de 1950 a 1962. A leitura, por sua vez, assinala os meandros do amadurecimento feminino, bem como a inquietude de uma das maiores poetisas do século XX. Com suas reflexões, Plath revela a genialidade com que lidava e escrevia sobre as angústias mais íntimas.
Sob a tradução de Celso Nogueira, os diários da autora servem como um alívio: ela possui a notória habilidade de converter sentimentos, muitas vezes indescritíveis, em palavras. Os pensamentos melancólicos, comportamentos excêntricos e questionamentos existenciais, de forma inesperada, são reconfortantes. Através deles, Sylvia Plath reforça a mensagem de que não estamos sós na escuridão de nossa subjetividade. – Esther Chahin
Nicholas Sparks – Diário de uma Paixão (256 páginas, Editora Arqueiro)
Em 1996, Nicholas Sparks escreveu em seis meses o premiado Diário de uma Paixão, que passou 56 semanas na lista de best-sellers do New York Times. O clássico romance, traduzido pela Viviane Diniz, conta a história de Duke, um homem simples que amou muito uma pessoa sua vida inteira. Na clínica de repouso em que mora, ele lê a linda e emocionante história do casal Allie Nelson e Noah Calhoun para uma senhora com Alzheimer, à espera de um milagre.
Sparks é reconhecido pelos seus diversos romances com escritas simples, cativantes e dramas profundos sobre o amor, e seu livro de estréia não podia ser diferente. Com Diário de uma Paixão, o autor nos leva a questionar o que vale mais: uma vida estável ou a emoção de um amor de verão que sempre ficou na sua cabeça. Apesar de o início da obra não conter tanta riqueza e descrição das cenas, o livro termina com uma amarração perfeita. Podemos compreender Duke e nos solidarizar com toda a sua história, esperando, um dia, amar alguém como ele amou. – Marina Iwashita Canelas
Stephen Chbosky – As vantagens de ser invisível (224 páginas, Editora Rocco)
Considerado um dos best sellers mundiais, As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky, é um romance epistolar que aborda o drama adolescente da maneira mais sincera possível. A obra, traduzida por Ryta Vinagre, conta a história de Charlie, um garoto introvertido que escreve cartas a um querido amigo, uma pessoa anônima. Com uma construção muito bem equilibrada, a história é intimista e envolvente, o que permite ao leitor acompanhar de perto o crescimento emocional e psicológico do protagonista.
Através de suas cartas, Charlie revela seus desafios de adaptação à sua nova escola, encontrando amizades significativas. Em As vantagens de ser invisível, Chbosky conta uma história honesta e emocionante sobre os desafios da adolescência, sobre o enfrentamento de demônios internos e até mesmo sobre a paixão não correspondida. Em 2012, a obra chegou a ser relida nas telas do cinema e conta com Logan Lerman, Ezra Miller e Emma Watson no elenco. – Vitória Borges
Marie Lu – Legend (256 páginas, Editora Rocco)
Em um contexto em que se publicava e produzia muitos livros e filmes sobre distopias adolescentes, Marie Lu escreveu Legend, um livro menos lembrado que outros clássicos infanto-juvenis recentes como Divergente e Jogos Vorazes. No entanto, isso não o torna menos qualificado. Apesar de manter alguns elementos típicos das distopias, a escritora utiliza os clichês a favor da sua trama e não como muleta narrativa. É importante destacar que a responsabilidade de traduzir para o público brasileiro ficou por conta da muito competente Andréia Castro Alves. Marie Lu também se diferencia ao colocar o romance como o ponto central da obra, em que todas as mudanças na narrativa se dão em torno do amor dos dois protagonistas.
A obra divide os capítulos entre os pontos de vista dos dois protagonistas: Day e June. Day é um fora da lei, que vive à margem da sociedade e comete crimes para sobreviver e ajudar a sua família. June é uma prodígio da República, que vive na parte mais abastada da sociedade. O destino junta os dois, quando o irmão de June é assassinado e Day se torna o principal suspeito. A obra traz tudo que se pode esperar de uma distopia: analisa a desigualdade e o sistema autoritário, explora a juventude dos personagens e, principalmente, envolve com o romance e o mistério – Guilherme Moraes
Lourenço Mutarelli – Diomedes (A trilogia do acidente) (432 páginas, Editora Quadrinhos Na Cia)
Esqueça tudo que você conhece sobre detetives, Sherlock Holmes e Hercule Poirot nunca serão Diomedes (e ainda bem)! Covarde, interesseiro e com um casamento falido, o detetive particular não tem nenhuma das características do deus grego homônimo ou de qualquer detetive da ficção. Lourenço Mutarelli cria uma atmosfera noir e autodepreciativa que prende o leitor em um verdadeiro enigma. O quadrinho extremamente pessoal, foi escrito no período em que o pai do autor faleceu, o escritor até assume em nota da edição que as piadas contadas pelo personagem foram contadas pelo seu pai.
De assassinato a magia, a história acompanha Diomedes numa caçada para encontrar o mágico Enigmo, que desapareceu. Porém, no meio da aventura, ele vai enfrentar duplas sanguinárias, detetives canalhas e aparições fantasmagóricas enquanto discute sobre a vida e felicidade. Com uma narrativa gráfica impecável e cinematográfica, o autor até indica músicas para ouvir durante a leitura nas notas de rodapé. A trilogia do acidente é indispensável para quem ama suspense e quadrinhos. – Davi Marcelgo
Ali Hazelwood – Noiva (368 páginas, Editora Arqueiro)
Uma aliança entre lados opostos e um acordo de paz. Misery Lark nunca imaginou que isso viria na forma de um casamento arranjado, e ainda mais que seu noivo fosse o chefe da matilha rival, Lowe Moreland, um lobisomem…Para encontrar sua melhor amiga desaparecida, Misery arriscaria sua própria vida em território inimigo. Mesmo sendo filha do vampiro mais poderoso, ela cresceu exilada da sociedade dos sanguinários, e mais uma vez é usada como moeda de troca para “um bem maior”.
Em meio a perigos, políticas e alianças entre vampiros e licanos, surge também uma atração inesperada. Em Noiva, traduzido por Raquel Zampil, Ali Hazelwood consegue trazer mistério, ação e romance em um formato intrigante. Mas afinal, uma paixão paranormal entre inimigos mortais pode ao fim resultar em paz? A aliança mais perigosa a se fazer talvez seja aquela acidental… E que melhor reviravolta se não o amor? – Léa Secchi
Hayley Kiyoko – Girls Like Girls: Uma História de Amor entre Garotas (320 páginas, Editora Intrínseca)
O livro Girls Like Girls de Hayley Kiyoko, traduzido por Helen Pandolfi no Brasil, acompanha Coley, uma adolescente cuja vida muda drasticamente após perder a mãe. Carregando um peso emocional enorme, ela embarca em uma jornada de autoconhecimento enquanto enfrenta o luto. Surge então Sonya, uma jovem popular com uma influência cativante, destacando-se por sua bondade, compaixão e genuíno cuidado com os outros, desafiando os estereótipos associados aos populares da escola.
A autora presenteia o leitor com uma narrativa sincera, o levando para uma viagem nostálgica à adolescência, em busca de aceitação e amor verdadeiro. A obra preenche uma lacuna na jornada de autoconhecimento, entregando uma história cativante que faz com que o público perca a noção do tempo, nos deixando ocasionalmente felizes batendo os pés na cama. Agradecemos a Hayley Kiyoko por esse presente carinhoso! – Eloah Kaway