Batman Vs Superman: Uma batalha perdida

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João Pedro Fávero

Uma das adaptações mais esperadas pelos fãs de quadrinhos finalmente estreou. Quase três anos depois do seu anúncio na San Diego Comic-Con e depois de várias mudanças na sua data de estreia, “Batman Vs Superman: A Origem da Justiça” tem a missão de ser além de uma sequência para “O Homem de Aço”, uma adaptação da aclamada minissérie de quadrinhos “The Dark Knight Returns”, de Frank Miller, e o pontapé inicial para o universo cinematográfico apresentando os heróis da DC Comics. Um filme ambicioso, mas que, mesmo com as milhares de ideias que poderiam surgir para criar uma história coesa e empolgante, acaba sendo um longa-metragem desleixado e chato.

O filme começa mostrando a destruição de Metrópolis causada pela batalha entre Superman e Zod, no final de “Homem de Aço” e colocando Bruce Wayne (Ben Affleck) em meio a catástrofe, em uma sequência que remete a algum registro do 11 de setembro. Avançando dois anos depois, é mostrado que existe uma parcela de pessoas, incluindo a senadora June Finch (Holly Hunter) que pensam que o Superman não é tão heroico assim e que na verdade representa um perigo para a humanidade, devido aos seus poderes descomunais. Enquanto isso, Clark Kent (Henry Cavill) se preocupa com o vigilante de Gotham que, como ele, não responde a ninguém pelos seus atos. Bruce Wayne investiga Lex Luthor (Jesse Eisenberg), suspeitando de que ele está trazendo uma arma poderosa contra o homem de aço, mas que ele pretende utilizar para sua própria agenda, levando inevitavelmente à tão esperada batalha, mas eles não sabem que Lex tem planos maiores.

De fato, essa sinopse não empolga muito. O criticado diretor Zack Snyder parece não saber como conduzir o filme, mas sua parcela de culpa é menor do que a dos roteiristas Chris Terrio e David Goyer. O maior problema do filme é justamente o número de coisas que foram prometidas no seu conteúdo: é possível enxergar a adaptação da minissérie de Frank Miller, com muitas partes da narração sendo feitas por veículos midiáticos, mas isso não ajuda em praticamente nada no desenvolvimento da história ou dos personagens, e cada cena do filme parece durar menos de um minuto antes do corte para outro momento. Um dos grandes problemas aqui é que o longa dá a impressão de ser mais um grande trailer para o que está por vir nos futuros filmes com os heróis da DC do que uma obra que se sustenta sozinha, com participações que não significam nada dentro do filme, incluindo a tão esperada aparição da Mulher Maravilha (Gal Gadot).

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Quem estava preocupado com a atuação de Ben Affleck pode ficar tranquilo, pois ele consegue dar a devida seriedade ao personagem e aos seus objetivos no filme. Henry Cavill repete a mesma atuação feita em “Homem de Aço”, não chamando muito a atenção, mas feito de uma forma decente o bastante para você se lembrar dele, ao contrário do Super Homem vivido por Brandon Routh em 2006. O único erro cometido pelo elenco é o de Jesse Eisenberg, que exagera na atuação, como se estivesse em um filme diferente dos outros personagens.

Infelizmente, o filme se atropela em tudo que gostaria de oferecer, com uma história mal desenvolvida e cenas de ação que parecem não servir para nenhum propósito (incluindo uma perseguição de carros que parece algo já visto no filme “O Cavaleiro Das Trevas”, de 2008). O que parece mais desesperador é que, se o filme desaponta ao tentar juntar apenas dois heróis, o desastre parece ser quase certo ao adicionar mais seis para o vindouro filme da Liga da Justiça.

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