Há cinco anos, Billie Eilish mostrava seus pesadelos com WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?

Capa do álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, no centro há uma cama branca com edredom, lençol e travesseiro branco. Na beira da cama está a cantora Billie Eilish, uma mulher branca de cabelos escuros. Ela está usando meias, calça e camiseta branca. Seus olhos estão completamente brancos e ela sorri.
Há cinco anos, a cantora lançou seu primeiro álbum que a tornou a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio de Álbum do Ano no Grammy (Foto: Kenneth Cappello)

Guilherme Barbosa

Billie Eilish entrou para a história em 2020, na 62ª edição do Grammy Awards, quando seu álbum de estreia aclamado, WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?, ganhou o prêmio de Álbum do Ano, o que a tornou a garota mais jovem a conquistar essa categoria. Ao longo das 14 faixas que compõem o disco, a artista navegou por diferentes sentimentos, desde os melancólicos até os mais obscuros.

O trabalho da cantora começou a gerar notoriedade em 2016, quando ela lançou a doce ocean eyes. Desde o início de sua carreira até seus trabalhos mais recentes, ela sempre abordou emoções profundas em suas músicas. Em idontwannabeyouanymore, a insegurança e autocrítica são exploradas por um viés de vulnerabilidade e honestidade. Já em seu álbum de estreia, ela se questionou para onde vai quando dorme e devaneia (ou será que não?) por pesadelos e sonhos.

O conjunto da obra, produzido juntamente de seu irmão, Finneas O’Connell, é uma jornada que se aprofunda pelo inconsciente do eu lírico. Utilizando elementos do pop, eletrônico e Música alternativa, os terrores noturnos surgem em faixas como a eletrizante bury a friend. Esse mergulho nas profundezas da psique humana é uma característica de seu trabalho, que entrega aos fãs uma narrativa emocionante e sonoridade única.

É perceptível que as composições de Eilish permitem inúmeras interpretações, afinal, o inconsciente muitas vezes é  subjetivo. A canção em destaque – no verso onde menciona o título do disco, Quando todos dormimos, para onde vamos?” –, as reflexões podem ser acerca do desconhecido, a morte ou o subconsciente. Essa perspectiva mostra como suas letras trazem profundidade e complexidade em suas narrativas.

Grande fã do Terror, Eilish encontrou inspiração em um de seus filmes favoritos, O Babadook (2014), para criação de seu álbum, incluindo a arte da capa que, de forma emblemática, consegue retratar excelentemente todos os elementos trabalhados em WWAFA,WDWG?. Os adjetivos demoníaca e sombria talvez sejam os mais adequados para descrever o que é a belíssima Fotografia. Sob a direção de Kenneth Cappello, todos os desejos da cantora foram habilidosamente reunidos, produzindo o material impecável.

Não havia dúvidas de que uma obra tão bem produzida seria um sucesso estrondoso. Aos 18 anos, Billie Eilish lançou seu primeiro álbum em Março de 2019 e, imediatamente, mostrou o que viria a ser na indústria musical. Tornou-se a cantora mais jovem a ser indicada às principais categorias do Grammy, teve o álbum mais reproduzido no Spotify e também o mais vendido daquele ano. 

Imagem quadrada. O piso é de madeira e uma cama com lençois brancos. Saindo debaixo da cama está a cantora Billie Eillish, uma mulher branca com cabelos pretos. Ela está usando uma camiseta branca, e pulseiras douradas. Ela puxa o lençol da cama com os braços com a boca aberta e seus olhos estão totalmente brancos.
“Não há mais nada a salvar agora/meu Deus vai ficar me devendo essa” (Foto: Kenneth Cappello)

E quanto vale entrar para a história? Com seu sucessor, o melódico Happier Than Ever (2021), a artista tinha o desafio de atender a expectativas devido aos feitos do antecessor e inovar com seu novo álbum. O sucesso não foi diferente, e a obra estreou no topo da parada musical Billboard 200. Cinco anos depois, seu primogênito ainda é memorável e ficará marcado com seus feitos. A artista mostra para o que veio com sua criatividade e autenticidade, e se estabelece no cenário musical como um ícone global.

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