10 anos de Eyes Wide Open: o início da carreira musical promissora de Sabrina Carpenter

Capa do álbum Eyes Wide Open de Sabrina Carpenter, apresentado em duas cores principais, azul e laranja, presentes no título e na imagem da cantora deitada olhando para a câmera em um suéter off-white e atrás uma janela iluminada com discos, uma vitrola em maleta e uma caixa de som.
A cantora Meghan Trainor é autora de duas músicas do primeiro álbum de Sabrina Carpenter: Can’t Blame A Girl For Trying e Darling I’m A Mess (Foto: Hollywood Records)

Livia Queiroz 

Você é do tipo de pessoa que vive juventude de forma leve e que preza pelo maior número de experiências possíveis, de certo modo, inconsequente, ou do tipo que se vê preocupada com o presente e o futuro, parecendo muito madura para sua própria idade? Não se preocupe, ambas situações são normais na vida de um adolescente. É sobre essa fase memorável que Sabrina Carpenter canta em seu debut. Eyes Wide Open te leva em uma jornada pela adolescência em sua essência: erros, acertos, paixões, amizades e inseguranças. 

Lançado em Abril de 2015, o álbum de estreia da diva pop do momento é avassalador para qualquer jovem que passou por pelo menos uma das situações musicalizadas. Iniciando com um single que intitula a obra, Eyes Wide Open é uma narrativa sobre o autoconhecimento, navegando sobre o crescimento dentro da juventude, o que isso significa dentro de sua realidade e o questionamento sobre como se manter firme para seguir em frente, enfrentando os desafios da vida, mesmo sabendo que tudo é passageiro. Apesar da maturidade, sua construção musical não transparece esse conceito, apresentando uma instrumentalidade semelhante às conhecidas por aparecerem em filmes e seriados da Disney (canal em que ela fazia suas participações como atriz), com palmas coletivas e sonoras de carrilhão. Nesse sentido, interpreta-se uma dualidade de sentidos; mesmo que amadurecida, a cantora segue tendo 16 anos com sua ingenuidade natural. 

Sabrina Carpenter em seus 16 anos, posa para um photoshoot de seu primeiro álbum musical com seus cabelos louros encaracolados por um babyliss, maquiagem escura nos olhos com um batom nude nos lábios e uma jaqueta da Chanel.
O primeiro álbum de Sabrina Carpenter estreou na 43ª posição da Billboard 200, com mais de 12.000 cópias foram vendidas em sua primeira semana (Foto: Hollywood Records)

Em conexão com essa face inocente e feminina, Sabrina Carpenter apresenta Can’t Blame A Girl For Trying – a canção perfeita para uma estrela da Disney Channel –, que contrapõe a independência do primeiro single, com a ânsia por amores adolescentes e uma narrativa sobre erros em relacionamentos pela impulsividade e paixões momentâneas. Diferentemente da primeira música do álbum, esta se limita a poucos instrumentos, com um ukulele e um violão em harmonia, para criar uma atmosfera jovial e divertida e mostrar uma versão mais ‘brincalhona’ da cantora. Tal música combinou muito mais com seu estilo vocal do que Two Young Hearts e Eyes Wide Open, que são desafios vocálicos para uma jovem – ainda em fase de crescimento – devido à oscilação rápidas no tom de voz e a compatibilidade das notas com o timbre contralto

Em contraste, o combo perfeito para a ‘Short n’ Sweet princess foram White Flag e Seamless. Respectivamente escritas por Jason Ingram e Chelsea Lena (junto de Sabrina), as canções abordam temas diferentes mas com ritmos semelhantes. Em uma musicalidade dançante e o retorno do carrilhão, White Flag trata – assim como a primeira música do álbum – sobre resiliência, solidão, a batalha perante os obstáculos no caminho dos objetivos e a aceitação dos erros. Apesar da presença de temáticas amorosas e reflexões interiores, algumas faixas trazem a leveza da amizade verdadeira, assim como Seamless, exaltando a conexão profunda entre duas pessoas, possibilitando uma compreensão íntima uma com a outra mesmo sem verbalizar. 

Fotografia em preto e branco de Sabrina Carpenter em um vestido de gala predo com renda na parte de cima e uma saia de tule assimétrica preta, com os cabelos soltos e ondulados e uma maquiagem pesada, cantando ao vivo enquanto o baterista está posicionado atrás dela performando.
O primeiro single do álbum, We’ll Be Stars, foi lançado nas plataformas musicais no dia 13 de Janeiro de 2015 e sua pré-estreia ocorreu pela Rádio Disney um dia antes (Foto: Hollywood Records)

Outrossim, muitos compositores formaram a equipe de produção do disco, incluindo algumas figuras famosas como Matthew Tishler – compositor de várias canções da Disney – e a cantora e compositora Meghan Trainor. A estrela de Hollywood escreveu tanto o single Can’t Blame A Girl For Trying quanto Darling I’m Mess, da qual participou como backing vocal. Dentro desse fator, é possível observar a mudança participativa de Sabrina Carpenter dentro de suas obras, pois em uma comparação deste álbum com seus trabalhos mais recentes como emails i can’t send (2022) e Short n’ Sweet (2024), por exemplo, ela participa de todas as composições.  

Portanto, Eyes Wide Open é um álbum de estreia da cantora norte-americana feito para adolescentes que discute, em sua essência, assuntos profundos mas tratando-os com leveza. Entretanto, apesar de, na época, ser conhecida por suas atuações na emissora infantil, sua carreira como cantora só foi, de fato, revelada com o lançamento do single Thumbs (2017). Nesse sentido, mesmo sem ter sido reconhecida em seus primeiros anos de carreira musical, ela insistiu na área e, uma coisa é certa, you can’t blame a girl for trying, afinal, 10 anos depois, Sabrina Carpenter virou uma das maiores divas pop da atual geração.  

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