Em Numanice #3 (Ao Vivo), Ludmilla sabe que a preta venceu

Capa do álbum Numanice 3. Na imagem, a cantora Ludmilla está centralizada com foco em seu tronco e rosto. Ela é uma mulher negra retinta com olhos castanhos escuros e cabelos pretos lisos de comprimento médio. Está sorrindo e veste um top cropped de mangas, que é metade laranja e metade amarelo. Ao fundo, elementos gráficos nas cores amarelo e laranja se inserem formando uma espécie de aura ao redor da artista.
Cada vez mais perto do ouro, Ludmilla mete marcha no doce do eclético (Foto: Warner Music Brasil)

Jamily Rigonatto 

Descrever Ludmilla em termos simplistas e centralizados é uma tarefa cada vez mais difícil, afinal, a cantora está Do funk ao pagode, dominando tudo”, com uma maestria que a MC Beyoncé – primeiro vulgo da artista – provavelmente não imaginava. Em faixas envolventes e dignas de serem chamadas de Arte, o trabalho mais recente da cantora, Numanice #3 (Ao Vivo), é um deleite para as mulheres que amam suas mulheres, as minas de periferia e, é claro, os apaixonados por sunsets e bons pagodes. 

Com 18 faixas e sete parcerias, o disco gravado ao vivo materializa a brisa quente de uma tarde de domingo em volta da churrasqueira. Na multiplicidade de influências rítmicas que se juntam ao pagode, a sensação de improviso acertado das milenares rodas de samba se intensificam. Apesar de calculado, o mérito de Numanice #3 (Ao Vivo) está na facilidade com a qual conversa com diferentes manifestações musicais e seus públicos. 

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