Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você é a segunda adaptação da trilogia de livros de Jenny Han (Foto: Reprodução)
Vinícius Santos
Quando se trata de comédias românticas, a Netflix não se recusa em exagerar nos caprichos. E não foi diferente em Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, a sequência do longa de Susan Johnson. O primeiro trabalho de Michael Fimognari como diretor traz reviravoltas na trajetória dos personagens que conquistam fãs desde a trilogia literária. Inclusive, com o lançamento do trailer, a obra já vinha recebendo críticas mesmo antes de sua estreia.
A história se desenvolve com o novo romance consolidado entre a protagonista Lara Jean (Lana Condor) e sua grande paixão, Peter Kavinsky (Noah Centineo). Com todas suas dúvidas, dores e incertezas, Lara se encontra perdida em meio aos mistérios de um relacionamento e em descobrir quem realmente ela é. E como mágica do destino, um dos antigos amores de infância, e garoto para quem L.J também escreveu uma carta romântica, John Ambrose (Jordan Fisher) reaparece na vida da jovem e bagunça ainda mais sua rotina.
A partir de então, podemos perceber que a sequência retrata de novo a protagonista presa às cartas que escreveu e no drama apimentado pela presença de amores do passado. Tanto para ela, quanto para Peter, que ainda mantem laços com sua ex-namorada e antiga melhor amiga de Lara, Genevieve “Gen” (Emilija Baranac). Inclusive, esse é um dos motivos para L.J permanecer em questionamentos a respeito do relacionamento, já que ela se afoga nos pensamentos de todas as experiências que Peter já viveu com Gen.
O filme tenta estabelecer um elo entre as personagens com a abertura de uma cápsula do tempo que havia sido enterrada pelos colegas na infância (Foto: Reprodução)
É claro que se tratando de uma comédia romântica que tem como público os jovens, o desenrolar do filme não seria nada fácil. E é isso que empolga ao acompanhar a história. Afinal, Jean tem certeza que é apaixonada por Kavinsky e quer passar sua vida com ele. No entanto, ela se sente mais confiante e segura com o jovem Ambrose.
O que torna ainda mais estimulante acompanhar o filme é o embate entre os dois pretendentes da protagonista. Com toda certeza, isso dividiu os fãs e criou uma certa rivalidade entre Team Ambrose e Team Kavinsky. Ficar do lado do grande amor e atual namorado de Lara ou do cara com quem ela se sente compreendida?
Com o passar do filme são mostradas algumas divergências entre o casal e revelam que nem tudo são flores (Foto: Reprodução)
O longa realmente agrada a todos os fãs do gênero. Ele traz essas pequenas sutilezas para o enredo e consegue aproveitar muito dos atores e personagens de modo que todo o restante funcione. Mas não é possível detalhar as mudanças do filme anterior e a continuação. As críticas dizem que isso logicamente pode ser proposital, mas a caracterização, os cenários e a cinematografia não sofreram nenhum avanço. Sem contar que as personagens que rondam os protagonistas estagnaram – não progrediram e muito menos regrediram.
Somente no trio principal que é perceptível um certo amadurecimento. E diferente dos colegas, é mostrado que a família de Lara sofre pequenas progressões. Isso é notável com o interesse de seu pai viúvo pela nova vizinha e a tentativa de sua irmã pequena, Kitty Covey (Anna Cathcart) em unir os dois apaixonados.
Além disso, para alguns fãs do livro e do primeiro filme, a sequência não retratou a história como deveria ter sido. Eles alegam que várias partes importantes foram deixadas de lado ou cortadas. De acordo com um deles, no segundo filme, diferente do livro, Peter só fez besteiras e John ficou sem um final decente.
O diretor conseguiu aproveitar muito do gênero comédia-romântica e apesar do drama sobre as indecisões de Lara Jean, o público pôde se satisfazer de cenas como o “embate” entre Peter e John na casa da árvore (Foto: Reprodução)
Fora esses detalhes, esse é um trabalho muito bonito visualmente. No entanto isso pode trazer uma ilusão de que tudo é perfeito, o que acaba em contradição com as complicações que são inseridas pelo roteiro. Afinal, é perceptível que a situação em que Lara Jean se encontra não tem nada de impecável, ainda mais com seus conflitos e problemas emocionais.
Pode-se dizer que Michael Fimognari acertou no segundo filme. Nele podemos ver, com sutileza, a transição de um clima de conto de fadas que dá lugar às realidades de uma relação amorosa. Mesmo que ainda tenhamos sentido uma falta de aprofundamento dramático, aqui as personagens estão em desenvolvimento, crescendo individualmente e uma ao lado da outra.
Isso acaba por cativar o público para um futuro capítulo que, inclusive, já foi confirmado – com direção de Fimognari novamente – e começou sua produção dois meses após o término das filmagens do segundo. Com o título Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre, Lara Jean, o filme ainda não possui data de estreia. E fica aqui o apelo para que o próximo longa traga mais detalhes do livro e mantenha o encantamento de seus antecessores.