5SOS5: a música é o quinto integrante da 5 Seconds of Summer

Capa do álbum 5SOS5, da banda australiana 5 Seconds of Summer. A imagem imita cadas de papel: a primeira, é rosa claro, e possui recortes no formato da silhueta dos quatro integrantes do grupo. A segunda camada possui um gradiente de azul e vermelho, e preenche o espaço deixado pela primeira camada.
Em 5SOS5, a banda australiana reflete sobre a vida, o amor e a amizade (Foto: BMG Management)

Laura Hirata-Vale

Eu tenho os melhores amigos neste lugar” é a frase que resume o que é a 5 Seconds of Summer. Amigos desde a escola, Luke Hemmings, Calum Hood, Michael Clifford e Ashton Irwin começaram a trajetória do grupo com covers publicados no YouTube em 2011, na cidade de Sidney. Em Setembro de 2022, a banda australiana lançou o seu quinto álbum de estúdio, 5SOS5, que mostra toda a evolução e maturidade adquirida pelo quarteto durante mais de uma década de carreira.

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Os Curtas do Oscar 2023

Em 2023, a entrega do troféu para as categorias de curta-metragem volta à transmissão ao vivo do Oscar (Arte: Ana Clara Abatte/Texto de abertura: Nathalia Tetzner)

Eles são rápidos, podem vir em diferentes cores, ritmos e formas. Alguns se debruçam sobre o drama, outros carregam o peso da história nos ombros e há ainda aqueles que são desenhados com os mais delicados traços. Todos são a escolha ideal para quem começou a assistir a lista de filmes indicados ao Oscar e sentiu que precisava descansar a vista após passar horas com os olhos vidrados em longas-metragens intermináveis. Sim, nós estamos falando deles, os curtas selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para a 95ª edição da premiação.

Na disputa pela estatueta de Melhor Curta-Metragem Live Action, os lenços não são suficientes para enxugar as lágrimas do reencontro de dois irmãos e uma história de natal doce em meio ao amargo da guerra. Já na corrida pelo Melhor Documentário em Curta-Metragem, um bebê elefante órfão que nasceu como favorito ao prêmio divide espaço com uma loira estadunidense tão eloquente como a Hebe. Por fim, a estatueta de Melhor Curta-Metragem de Animação é arrastada de um lado para o outro com a sátira da vida sexual de uma jovem da década de 90 e a amizade improvável entre menino e animal. 

Se, no ano passado, a emissora ABC tomou a decisão infeliz de vetar a entrega das estatuetas das três categorias que dividem as 15 produções de menor duração, em 2023, a revolta do público e do Persona fez efeito e a cerimônia irá ao ar por completo. Repetindo o conteúdo informativo e imersivo do primeiro cineclube de curtas, a publicação está de volta com a estrutura pensada especialmente para os amantes da Sétima Arte. Dessa vez, com um ânimo especial pelo renascimento do Cinema e junto dos comentários apurados da Editoria, que não cansa de gabaritar os bolões dos principais eventos do meio, incluindo o Oscar 2023

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Melhor Figurino: A importância do costume design no audiovisual vai além do Oscar

Em 2022, a categoria de Melhor Figurino sequer foi transmitida ao vivo durante o Oscar (Arte: Nathália Mendes)

Costanza Guerriero

Eu não sou uma estilista. Eu uso as roupas para contar histórias”, disse a figurinista Jenny Beavan após ganhar o Oscar de Melhor Figurino pelo filme Cruella. Sua frase define bem o que a categoria representa, ou deveria representar, dentro da indústria cinematográfica. A Moda pela Moda deixa de existir em nome da Sétima Arte e se transforma em uma linguagem visual com um único objetivo final: contar uma história. Desde os primórdios da interpretação, do teatro ao começo do Cinema, o figurino está presente como um elemento essencial na construção de uma narrativa. Ainda assim, a categoria parece ser uma das menos prestigiadas, como ficou claro no Oscar de 2022, quando ficou entre as oito a serem premiadas fora da transmissão ao vivo.

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70 anos depois de Ikiru, a importância de viver continua a mesma em Living

Por Living, Bill Nighy recebeu a primeira indicação ao Oscar de sua carreira, ativa há mais de 40 anos (Foto: Number 9 Films)

Nathan Nunes

Em 1952, o cultuado cineasta japonês Akira Kurosawa (Ran) lançou ao mundo Ikiru. 70 anos depois, o pouco conhecido diretor sul-africano Oliver Hermanus (O Rio Sem Fim) se reuniu ao vencedor do prêmio Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro, autor de best-sellers como Vestígios do Dia e Não Me Abandone Jamais, para prestar tributo ao longa original através de um remake chamado Living. O resultado dessa empreitada é sentido nas expressivas indicações do filme ao Oscar 2023 de Melhor Roteiro Adaptado para o escritor e Melhor Ator para Bill Nighy (Simplesmente Amor, Piratas do Caribe) no papel principal. 

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8 mortes e 1 narrativa: Gato de Botas 2 traça as nuances de entender sobre a vida e a morte

Cena do filme Gato de Botas 2. Na imagem vemos dois personagens, um sendo um lobo branco cartunizado com olhos vermelhos e um capuz preto, a qual é a Morte. Enquanto, ao seu lado, encontramos um gato com chapéu preto de pena amarela, uma capa preta, pelos ruivos e olhos verdes. O Gato segura um copo de leite nas mãos e ambos estão conversando de forma próxima.
Como qualquer boa história, tudo começa em um taverna (Foto: DreamWorks)

Dante Zapparoli

Uma narrativa a qual ouvimos desde os filmes de velho oeste é a de que lutar contra a Morte é algo impossível. Em Gato de Botas 2: O Último Pedido vemos mais uma faceta de um herói, que era considerado imortal e invencível, cair ao inevitável fim: o medo de sua história acabar.

Após 12 anos desde sua primeira produção, o Gato de Botas volta a ativa com mais uma aventura solo para as telas de cinema. A nova obra abre com uma estrela cadente que caiu na Terra e, segundo lendas, realizaria o desejo de quem a encontrasse. A narrativa se torna importante ao decorrer da história, pois é a motivação de sete personagens diferentes: o próprio Gato de Botas, Kitty Pata Mansa, Cachinhos Dourados e os Três Ursos, e João Trombeta.

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A Baleia é um retrato sobre tudo o que nos faz humanos

Cena do filme The Whale. Na imagem, o personagem do ator Brendan Fraser está dentro de uma casa. Ele está sentado em um sofá, usa uma camiseta cinza e sorri. Ao seu lado direito, há um abajur de luz amarela. A iluminação é baixa e os tons são frios.
Além de indicações no Oscar, The Whale recebeu indicações em premiações como Critics Choice Award, Cannes, Globo de Ouro e SAG Awards (Foto: A24)

Clara Sganzerla 

Moby-Dick, ou The Whale, é um famoso romance publicado em 1851 pelo escritor estadunidense Herman Melville, que conta a famosa saga do capitão Ahab atrás da baleia que arrancou sua perna. A semelhança com A Baleia, um dos filmes mais comentados do Oscar 2023, não é apenas no nome. A nova obra do diretor Darren Aronofsky nos leva em uma triste trajetória de um outro protagonista atrás de algo que vai além da forma física: uma redenção para si mesmo.

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O olhar de EO: a sensibilidade animal no Cinema

Sob o fundo de um céu azul, o burro Eo, de cor cinza, branca e leves tons marrons, olha diretamente à câmera. Suas orelhas estão levantadas e sua boca enlaçada.
Em Cannes, na competição do Grande Prêmio do Júri, EO empatou com o longa The Eight Mountains, dirigido por Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch (Foto: Skopia Film)

Enzo Caramori

A simbiose entre a ficção com a representação da vida animal, não humana, poucas vezes se destitui da essência do bicho Homo sapiens. É como se não existisse, em uma contaminação da prática artística a um obrigatório humanismo, uma forma de evocação de sentimento e empatia senão por uma figura antropomorfa, ou então, uma figura humanizada por sua trajetória ou pelo próprio espectador. Daí nascem as fábulas e desenhos infantis com animais falantes e impasses morais, ou até mesmo A Grande Testemunha (1966), de Robert Bresson. Pela sua câmera minimalista, Au Hasard Balthazar, título original da obra, acompanha a tortuosa trajetória — análoga até mesmo à renúncia de Jesus Cristo — da vida de um burro; implicando em seu caminho as brutais relações de poder, classe, gênero, mas, acima de tudo, entre os humanos e animais.

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Fire of love: um legado de amor e Ciência

Exibido no Festival de Sundance, Fire of Love foi adquirido pela National Geographic e concorre ao Oscar de Melhor Documentário (Foto: Disney+)

Vitória Gomez

Longe dos grandes números de bilheteria e do glamour do tapete vermelho, os documentários compartilham o modo divino do Cinema de contar a vida. Aqui, o retrato é através da própria realidade. Neles, sem os artifícios da ficção, o desafio se torna envolver com a apresentação de uma verdade nua e crua – ou pelo menos, da verdade de quem a conta, já que a imparcialidade de um interlocutor é apenas sua, e não absoluta. Em Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft, porém, a História é tecida de acordo com as fotografias e filmagens da câmera e dos arquivos de Katia e Maurice Krafft, vulcanólogos franceses pioneiros no trabalho com vulcões.

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Envolta por traumas, a cura pede Passagem

Cena do filme Causeway, da A24. Imagem retangular e colorida. Nela, a personagem Lynsey, interpretada por Jennifer Lawrence, está sentada no banco de um ônibus e olha contemplativa pela janela, com a luz do sol batendo contra seu rosto. Ela é uma mulher branca de cabelos loiros e olhos claros, que veste uma camiseta azul-escura.
A principal aposta da Apple TV+ no Oscar de 2023, Causeway teve uma passagem tímida na premiação e garantiu somente uma indicação (Foto: A24)

Enrico Souto

Causeway, longa da A24 indicada ao Oscar de 2023, traduz-se como ‘ponte’ para o português. Essa ponte, tanto em significado material quanto metafórico, representa uma contradição que assombra perpetuamente seus personagens: símbolo do elo entre pessoas, fonte de experiências ternas carregadas por toda a vida, ao passo que subordinado ao inevitável erro, catalisador de traumas inomináveis e fardos que, da mesma forma, serão lembrados para sempre. Ao mergulhar sob a relação desengonçada de dois indivíduos que, embora quebrados, acham conforto na companhia um do outro, Passagem, como foi nomeado no Brasil, imerge no micro para resgatar a raíz e o valor inerente ao afeto humano.

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A Fera do Mar é a animação que a Netflix sempre sonhou em ter

“A nossa história é uma mentira. Por gerações, os reis nos fizeram odiar as feras, e fizeram os caçadores destruírem elas. E, com cada mentira, esse império cresceu” (Foto: Netflix)

Amábile Zioli

Na busca incessante em produzir uma animação que consiga competir com outros grandes estúdios já consolidados nesse mercado, como a Disney e a Universal, a Netflix recorreu à pessoa certa: Chris Williams. O currículo do diretor está longe de ser fraco e o cineasta tem seu nome em algumas das produções mais aclamadas dos anos 2000 – Bolt, o Supercão, Mulan, Detona Ralph e A Nova Onda do Imperador são alguns exemplos. Nessa nova empreitada, fica claro que o diretor e roteirista sabe o que está fazendo e isso se confirma em seu novo trabalho, A Fera do Mar.

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