A série de High School Musical é mais que o começo de algo novo

Cena da série High School Musical: The Musical: The Series. Vemos 6 alunos pulando no palco do teatro, atrás deles está um letreiro amarelo com as palavras High School Musical. Ao redor dos 6, vemos holofotes acesos. Na extrema esquerda, vemos E.J. Um adolescente branco e alto. Ele está pulando com a mão direita pro alto, no mesmo braço onde usa uma munhequeira branca. Ele usa blusa azul e calça jeans. Ao lado dele está Gina, mulher negra de blusa rosa. Ao lado dela está Ricky, sorrindo e apontando pra frente enquanto pula. Ele usa jaqueta verde, calça jeans e uma peruca castanha. Ao seu lado está Nini, garota de ascendência asiática, pele clara e cabelos escuros. Ela pula com os dois braços pra cima e com a boca aberta. Ela usa calça azul, camiseta verde e uma blusa laranja de manga longa por cima. Ao seu lado, está Seb. Um jovem branco e loiro, com a mão direita no queixo e a esquerda para cima. Ele usa calça jeans clara e uma camiseta rosa com bolero cinza. Na ponta direita está o intérprete de Ryan, pulando com os braços para os lados, de calça caqui e blusa azul de botão. Ele usa uma boina, tem pele clara e sorri.
No original, a série recebeu a sigla HSMTMTS, e, no Brasil, o título foi invertido para High School Musical: A Série: O Musical (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

O negócio é o seguinte: High School Musical virou série. Mas nada de reboots preguiçosos ou remakes nada inspirados, High School Musical: The Musical: The Series vai além do comum na hora de dar sequência à trilogia de filmes dos anos 2000. Cheia de metalinguagem, recursos de pseudodocumentários e um humor afiado na bobeira, a produção original do Disney+ é diferente de todos os revivals sem graça que pipocam toda semana na Netflix.

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Homossexualidade e racismo velado: os 125 anos do pioneiro e controverso Bom-Crioulo

 Capa do livro Bom-Crioulo. O desenho de um homem da cabeça até a altura da metade da barriga trajando uma regata preta. Sua pele está pintada em tons laranjas em contraste dos sombreados pretos. Na altura de seu peito, o título do livro ‘Bom-Crioulo’ e abaixo o nome do autor ‘Adolfo Caminha’ a fonte é branca e de tamanho médio. O fundo da imagem é escuro, pintado de preto com algumas manchas brancas
A obra naturalista foi publicada em 1895 pelo escritor brasileiro Adolfo Caminha (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

Desde a primeira manifestação literária no Brasil, o Quinhentismo, muitos temas foram inspirações para nortear clássicos da literatura. Os indígenas, a vida interiorana, o adultério, a miséria e a decadência humana são apenas algumas das premissas que se repetiram em diversas obras brasileiras. Mas ao que se diz respeito à homossexualidade, poucos foram os autores renomados a ousarem em se aventurar em escrever algo próximo do cotidiano romântico entre dois homens ou duas mulheres. Até 1895, no Brasil, era praticamente impossível. Mas foi Adolfo Ferreira dos Santos Caminha, um dos expoentes da escola naturalista, o pioneiro em retratar sobre o assunto com a obra Bom-Crioulo, até hoje considerada por muitos como o primeiro romance desta temática em toda literatura Ocidental.

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Em Ammonite, só o amor escapa do tédio

As duas mulheres estão sentadas nas pedras olhando para o mar. Saoirse, à esquerda, está usando um vestido azul claro e Kate, à direita, está de preto
Ammonite foi exibido pela primeira vez no Festival de Cinema Internacional de Toronto, em uma edição majoritariamente virtual que homenageou Kate Winslet (Foto: Reprodução)

Vitória Lopes Gomez

Enquanto as ondas quebram na costa nublada de Lyme Regis, na Inglaterra, a paleontóloga Mary Anning (Kate Winslet) caminha quieta, junto de seus novos achados. Os primeiros minutos do longa, passado em 1840, já ditam o ritmo para o restante do filme: acompanhamos a vida pacata e solitária da introspectiva Anning, que prefere a companhia dos fósseis a pessoas. A morbidez de seu cotidiano em Ammonite só é interrompida com a chegada de Charlotte (Saoirse Ronan), que, tendo de ficar sob os cuidados de Mary, muito aos poucos, passa a se aproximar dela.

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Happiest Season é um presente de Natal adiantado

Na imagem, todo o núcleo familiar reunido para uma foto, com as protagonistas no centro.
Happiest Season, lançado no final novembro, estreou diretamente na plataforma streaming da Hulu (Foto: Reprodução)

Vitória Lopes Gomez

Dezembro chegou e a época mais bonita do ano pede as suas tradições. É a hora de tirar a árvore da caixa, desembrulhar os enfeites, comprar o chocotone e escolher a comédia romântica natalina da vez. Mas nada melhor que um Natal atípico para deixar algumas tradições de lado: chega dos romances heterossexuais repetidos. Happiest Season, a primeira produção do gênero com um casal lésbico protagonista, chegou para mostrar que é mais do que possível unir a representatividade aos clichês natalinos que amamos.

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Sem Ressentimentos: a liberdade só existe quando é para todos

O primeiro longa do diretor Faraz Shariat faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Divulgação Imprensa)

Jho Brunhara

É difícil diretores jovens escaparem de realizar pelo menos um projeto do gênero coming-of-age, o famoso longa de amadurecimento, e Faraz Shariat não foge à regra. O diretor de 26 anos traz para Sem Ressentimentos uma semi-biografia, mas também questões muito maiores sobre a configuração política do mundo que conhecemos. O longa alemão, selecionado para a 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, faz parte da Competição Novos Diretores. 

A história de Futur Drei, título no idioma original, segue o jovem gay Parvis Joon (Benjamin Radjaipour), filho de iranianos que moram na Alemanha há alguns anos. Após um pequeno crime, o garoto precisa prestar serviço comunitário em um centro de refugiados na Saxônia, e é lá onde conhece Amon (Eidin Jalali), que fugiu do Irã junto de sua irmã, Banafshe (Banafshe Hourmazdi). 

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Troye Sivan se perde entre a realidade e o delírio em In A Dream

Cena do clipe de Easy (Foto: Universal Music)

Jho Brunhara

A quarentena mexeu com todo mundo. Talvez você não aguente mais ler e ouvir sobre isso – nem eu –, mas é impossível não traçar um paralelo entre o novo extended play (EP) de Troye Sivan, In A Dream, com os últimos meses. Apesar da maior parte das faixas terem sido criadas antes do mundo acabar, as palavras falam diretamente com todos nós, e quase todas as músicas parecem ter sido escritas ontem mesmo, quando ninguém podia sair de casa por motivo nenhum, e até os sonhos eram mais interessantes que a vida real. Bem, não só os sonhos, mas os pesadelos também. 

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