Os dias são melhores em Scaled And Icy

A imagem é uma arte de divulgação do disco Scaled And Icy. Nela, há um recorte dos rostos de Tyler Joseph, à esquerda, e Josh Dun, à direita. O topo da cabeça de Tyler está cortado, em que há um homem ao centro dela com uma luz brilhando ao fundo. O topo da cabeça de Josh também está cortado, mas com a cabeça e o corpo de um dragão azul emergindo. Os dois são homens brancos.
Lançado no dia 21 de maio, Scaled And Icy é o sexto álbum do Twenty One Pilots (Foto: Fueled by Ramen)

Vitória Silva

Há 10 anos, Twenty One Pilots vem fazendo barulho ao redor do globo terrestre. Desde Regional at Best, o duo original de Columbus, Ohio, formado por Tyler Joseph e Josh Dun, luta constantemente para manter a unicidade de sua musicalidade, caracterizada por uma junção de elementos que vão desde o rap até o pop dançante. Característica essa  inegociável para a banda, que fez questão de manter seus gritos estridentes mesmo após assinarem o contrato com a gravadora Fueled by Ramen.

Mas a identidade de Joseph e Dun vai muito além de se aventurar em diferentes estilos musicais, usar gorros na cabeça e moletons com desenho de esqueleto. Desde o lançamento do Blurryface – que, de fato, revelou Twenty One Pilots mundo afora – a dupla vem materializando a construção do seu próprio universo no meio musical. Muito mais do que apenas uma era, essa concepção contempla, agora, 3 álbuns completos, e contando.

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Persona Entrevista: César Cabral

Diretor de Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente conta de seu trabalho com a obra do cartunista Angeli, e explica porque o punk permanece relevante até hoje

Arte do Persona Entrevista com César Cabral. À esquerda, o nome do quadro está na vertical em quatro linhas, duas brancas e pretas. No centro, há uma fotografia recortada em preto e branco de César, um homem branco que tem por volta de 50 anos, que usa uma camisa social preta. À direita, há o poster do filme Bob Cuspe - Nós Não Gostamos de Gente, e, em cima, o nome do diretor em preto.
O Persona entrevista César Cabral, diretor da premiada animação em stop-motion Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente (Foto: Vitrine Filmes/Arte: Jho Brunhara)

João Batista Signorelli

Raro exemplar de longa-metragem realizado com a técnica de stop-motion no Brasil, Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente foi um dos grandes destaques da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, chegando ao Brasil já com um prêmio em mãos, da Mostra Contraponto do Festival de Cinema de Animação Annecy. O Persona assistiu ao filme, e com muito prazer retoma o quadro de entrevistas para conversar com o diretor César Cabral, que também é sócio-fundador da Coala Filmes, produtora paulistana focada em produzir animações em stop-motion. 

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Maligno, de James Wan, é criativo, sombrio e surpreendente

Cena do filme Maligno. A imagem mostra a personagem Madison sentada no chão de uma cozinha. Sua expressão é de medo e surpresa. Madison é interpretada por Annabelle Wallis, uma mulher branca, de cabelos castanhos, lisos, com uma franja. A câmera filma de baixo para cima, de forma que os pés da atriz estão maiores e mais próximos do telespectador do que sua cabeça. Madison está centralizada na imagem. Atrás dela, ao fundo, estão armários e uma janela. Está de dia e uma luz fraca, que vem da janela, ilumina a cena. A imagem também tem uma iluminação azulada.
Em Maligno, James Wan une, com maestria, referências de várias vertentes do Horror (Foto: Warner Bros. Pictures)

Mariana Nicastro

Para os fãs do Terror, o nome de James Wan se destaca na atualidade devido ao seu talento em transformar até mesmo os roteiros mais simples em obras memoráveis. Isso ocorre com Jogos Mortais, Invocação do Mal, Sobrenatural, Velozes e Furiosos 7 ou Aquaman. Com Maligno, ele se superou. O longa se desenvolve sob uma ótica de Horror italiano setentista, com cores vibrantes, cenários diferenciados, atuações e trilha sonora novelescas e um vilão misterioso, cruel e interessante. 

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Escape Room 2: a fuga nunca vai acabar

Cena do filme Escape Room 2: Tensão Máxima, na imagem está o casal de protagonistas, Ben interpretado por Logan Miller e Zoey, interpretado por Taylor Russell. Ben tem a pele branca, seus cabelos são curtos e lisos e de tom castanho, veste uma jaqueta preta, camiseta preta. Zoey é negra clara, seus cabelos são ondulados de tom preto, veste uma camisa de manga longa verde escura com gola V, a imagem não mostra calças. Ben tem em seu rosto uma expressão de grito, suas mãos estão levantadas em um movimento de socar a porta, já Zoey tem sua mão pousada sobre o vidro com suavidade mas em seu rosto uma expressão de choque e desespero. Ambos estão presos em um vagão de metrô.
A tensão entre Ben e Zoey é nula perto da tensão que as salas de fuga despertam no público (Foto: Sony Pictures)

Thuani Barbosa

Se você não viu, não aconteceu”. Frases de efeito, várias descobertas, dois finais diferentes e ainda mais complexidade nas salas. Escape Room 2: Tensão Máxima nos promete tudo isso e entrega, ainda que deixando outras lacunas. O suspense traz salas mortais se assemelhando a Jogos Mortais de uma forma menos cruel, mas ainda assim arrepiante. O filme também tem sua pegada de thriller psicológico, como O Poço, de uma maneira muito diferente, mas que causa a mesma sensação aflita na espera do próximo minuto. O torneio dos campeões chegou às telas de cinema arrasando na bilheteira e deixando os fãs sem ar – literalmente.

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Thrice Upon a Time: o fim de Evangelion e o início da Neon Genesis

Cena do filme Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time. Imagem Asuka, Mari, Shinji, Rei e Kaworu usando roupas colegiais, em pé, sobre a areia, com suas pegadas espalhadas pelo chão. Todos estão sorrindo e fazendo poses como se estivessem sendo fotografados, menos Rei, que permanece séria.
Uma das mais marcantes características de Evangelion é sua tendência abstrata de tratar a história e as reflexões que a acompanham, brincando constantemente, por exemplo, com símbolos cristãos (Foto: Amazon Prime Video)

Elisa Romera de Freitas

Quando Shinji abre os olhos, encontramos um mundo estranho em Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time. Quatorze anos atrasado, a realidade apocalíptica envolve o protagonista; enquanto nós, do outro lado da tela, mais de duas décadas após a estreia de Neon Genesis Evangelion, contemplamos o novo final para a história do anime, que há muito tempo demonstra nada ter a ver com um remake, afinal, o Rebuild é utilizado por um motivo.

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No contra-ataque, a segunda temporada de Ted Lasso nos deixa tristes

Cena da série Ted Lasso, mostra o personagem Ted Lasso, um homem branco e de bigode preto, olhando para cima, com expressão de tristeza e choro. Está de noite e a iluminação vem de um poste na rua.
Jason Sudeikis brilha ainda mais no ano dois da comédia futebolística (Foto: Apple TV+)

Vitor Evangelista

Rotulada como uma comédia que “nos faz sentir bem”, é uma reviravolta e tanto que o ano dois de Ted Lasso decida concluir sua trama futebolística em notas tão amargas. “É ‘O Império Contra-Ataca’, definiu boa parte do elenco sobre a segunda temporada. Com isso, o público pôde pescar que questões sobre paternidade, rancor e traição fossem tomar parte na tela, visto que tudo isso ocorreu no longínquo episódio cinco de Guerra nas Estrelas. Mas o baque foi mais forte que o prometido.

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The Nowhere Inn: uma solução criativa não tão bem realizada

A cantora St. Vincent, uma mulher branca de cabelo preto na altura do queixo, usando um óculos que nas lentes estão o perfil de Carrie Brownstein na esquerda e a própria St. Vincent na direita. O fundo são vários tons de laranja e na parte debaixo está escrito o nome do filme, The Nowhere Inn.
he Nowhere Inn é o primeiro filme de Annie Clark (Foto: IFC Films)

Luisa Rodrigues

Não são muitos que conhecem St. Vincent pelo nome talvez lembrem-se da performance de tirar o fôlego que a artista fez junto com Dua Lipa no Grammy de 2019 a partir de um mashup de Masseduction e One Kiss. Mas no geral, a cantora não faz parte de um meio popular, e durante sua turnê promovendo o disco MASSEDUCTION, ela decidiu começar a gravar um documentário mais pessoal, mostrando também a Annie Clark. Pelo menos, é dessa forma que ela conta como começou a ideia que não deu certo do filme The Nowhere Inn.

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Controlling Britney Spears: Em Busca de Liberdade e o abuso tutelar que faz vítimas como a princesa do pop

Foto de Britney Spears acompanhada do seu antigo chefe de segurança Edan Yemini. A cantora branca e loira veste preto enquanto sorri. Edan, um homem branco e careca, está posicionado atrás dela, ele usa uma camisa branca com terno e gravata pretos.
Britney Spears era vigiada a todo momento pela empresa Black Box Security, contratada pelo seu pai, e até então tutor, Jamie Spears (Foto: Getty Images)

Nathalia Tetzner

Submetida a uma tutela pelos últimos treze anos, Controlling Britney Spears: Em Busca de Liberdade coloca nos holofotes os bastidores da estrutura que comandou a vida da princesa do pop por todo esse tempo. Com a ajuda de novos documentos e testemunhas, a sequência de Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela transcende a exposição do caso e mergulha na investigação de um suposto abuso tutelar. 

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PIRATA: o sacrifício e o consolo de estar à deriva da vida

Capa do álbum Pirata. Jão, um homem jovem e branco, está posicionado ao centro da imagem. Ele está usando uma blusa vermelha de gola alta e um tapa-olho preto no olho direito. O fundo da foto é de cor azul clara.
As marés turbulentas do passado se abrem e deixam a venturosa liberdade de Jão passar (Foto: Universal Music Brasil)

Vitória Vulcano

Quando 2021 ainda era uma esperança requisitada, a numerologia já o denominava ano cinco. Representante da versatilidade vinda das novas oportunidades e regido pela deusa Vênus, esse reinício precisava ser marcado pelo amor e recheado de explorações e metamorfoses. O marketing era de impacto, e um antigo Anti-Herói fez a boa sorte implantada virar refém de suas composições. Entre o alto-mar e solo firme de um outubro ligeiramente retrógrado, Jão se transforma em pirata e embarca nas nuances mais virtuosas de sua carreira.

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Round 6: jogos infantis nunca foram tão perigosos

Cena da série Round 6. Ao centro é possível ver um dos funcionários dos jogos, vestindo um macacão vermelho e uma máscara que cobre todo o seu rosto, é preta e tem um triângulo branco desenhado, ele está carregando um rifle. Atrás de si estão vários jogadores de costas e enfileirados, todos vestem um conjunto de moletom verde escuro e com listras brancas laterais, também são vistos outros funcionários. Ao fundo na imagem, pode-se ver um muro pintado com um céu azul e nuvens e alguns brinquedos de playground bem maiores que o normal.
Ocupando o 1º lugar na Netflix de quase 100 países, Round 6 é o novo fenômeno da plataforma (Foto: Netflix)

Gabrielli Natividade da Silva 

Round 6, a nova série original da Netflix, foi lançada no dia 17 de setembro e já conta com uma legião de fãs e recordes de audiência. A história narra como 456 pessoas afundadas em dívidas aceitaram participar de uma sequência de seis jogos, onde o vitorioso levaria um prêmio bilionário e os perdedores morreriam. Claro, jogos de sobrevivência não são novidade – alguns sucessos como Jogos Vorazes, Jogos Mortais e Escape Room já retrataram isso antes –, contudo as semelhanças param por aí. Squid Game tem um roteiro muito original, que oferece não só ação como um conceito e uma crítica muito importantes por trás de tudo, além de uma estética nova que mistura um pouco da realidade com elementos surreais. 

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