Em NU, Djonga recua e vira camisa 10 do rap

Eu falei pra minha mãe que eu tenho medo/Eu ainda tenho medo/Ela me disse que eu não tô sozinho/Esse é seu ídolo”

Capa do disco NU, de Djonga. A imagem mostra a cabeça de Djonga decepada em uma bandeja de prata, como se estivesse sendo servida. Em volta, pessoas estão apontando celulares para ele como se tirassem fotos, e também apontando o dedo do meio.
Capa do disco NU (Foto: Djonga/Ceia Ent.)

Elder John

Existem duas certezas na vida: uma é que vamos morrer e a outra é que dia 13/03 tem álbum do Djonga. O rapper emplacou mais uma produção pelo quinto ano seguido. Heresia (2017), O menino que queria ser Deus (2018), Ladrão (2019), Histórias da minha área (2020) e agora NU (2021).

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Elis, seus amigos, seus filhos, seus discos, seus livros e nada mais

Capa do álbum Elis Remasterizado. A imagem mostra a cantora, mulher branca de cabelos costanhos curtos, sentada em uma cadeira azul com os braços apoiados em seu encosto. Ela usa um vestido branco e está em um gramado. A foto é emoldurada por uma moldura azul escura no qual vemos o nome do dosco em amarelo no canto superior direito.
Capa do álbum Elis (Remastered), conhecido como “o álbum da cadeira” (Foto: Reprodução)

Guilherme Teixeira

No dia 17 de março, a nossa saudosa Elis Regina (1945-1982) completaria 76 anos. Em homenagem, seu primogênito João Marcelo Bôscoli – fruto de seu primeiro casamento, com Ronaldo Bôscoli –, em parceria com a Universal Music do Brasil, nos presenteou com a remasterização e nova mixagem do álbum Elis (1972). Disco produzido por Roberto Menescal que marcou o início da parceria musical entre a cantora e César Camargo Mariano (a quem posteriormente se tornaria seu marido e pai de seus outros dois filhos), e mostrou a verdadeira e mais humana face dela.

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Como Sempre Feito Nunca: 5 anos de uma nova era de Jorge & Mateus

Imagem retangular da divulgação do álbum de Jorge & Mateus, a qual possui uma moldura branca. Na parte superior da moldura, ao centro, está escrito “novo álbum” em letras maiúsculas e cinzas. Ao centro da imagem, há uma foto da capa do álbum Como Sempre Feito Nunca, a qual possui os cantores Jorge e Mateus esmaecidos, quase transparentes. Do lado esquerdo, está Jorge. Ele é branco, possui cabelos pretos, barba curta com cavanhaque e está com os olhos fechados, cantando. Suas mãos estão segurando o microfone, próximo a boca. Ele veste uma camiseta estampada de manga curta e uma calça. Ele usa um relógio grande no pulso esquerdo e duas pulseiras no pulso direito. Mateus está do lado direito. Ele é branco, possui cabelos curtos pretos, barba comprida com bigode e ele está com uma guitarra preta e branca. Seu braço direito está levantado, com a mão próxima ao ombro de Jorge. Sua mão esquerda segura o braço da guitarra, com os dedos na posição de Ré Maior. Ele veste uma camisa branca social por baixo de um sobretudo preto e uma calça preta. Ele usa duas correntes, uma mais fina com um pingente e outra mais comprida e mais grossa. Uma linha corta a metade da imagem, sendo da metade para a esquerda ela é azul e da metade pra direita é salmão. Na azul, está escrito “Como.Sempre” e na salmão, “Feito.Nunca”, ambas em letras maiúsculas e brancas. A parte inferior da linha azul encosta a parte superior da salmão, num corte diagonal. Na parte inferior da moldura branca, está o logo da dupla Jorge & Mateus.
“Pra mim, felicidade é ter você” (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

Consagrado como um dos gêneros mais ouvidos do Brasil, o sertanejo não poderia deixar de referenciar Jorge & Mateus como umas de suas bases sólidas para a disseminação do estilo pelo país. Seria até injusto deixá-los de lado, já que consagram 15 anos de carreira no meio musical. Depois de muito sucesso, Como Sempre Feito Nunca chegou em fevereiro de 2016 como um exemplo de transição, amadurecimento e mudança para os goianos que, após 5 anos, ainda perpetuam nessa nova era de sertanejo universitário. 

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Em um universo de dores, Rico Dalasam nos entrega um alívio

Capa do álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, de Rico Dalasam. Fotografia quadrada com um céu azul ao fundo. Na imagem, ao centro, Rico Dalasam, um homem negro, de barba e cabelo preto em dreads na altura dos ombros, usando uma maquiagem dourada com detalhes em azul. Vestindo um sobretudo branco semitransparente de gola dourada com detalhes em azul, ele ergue os braços esticados para os lados, com as palmas das mãos viradas para frente, enquanto está em cima de um carro pelo teto solar, em movimento. Na parte superior há três símbolos minimalistas em branco: uma lua minguante, uma rosa e uma lua cheia, respectivamente, intercalados por quatro símbolos de espadas, dois com corações na ponta à esquerda, e dois com gotas na ponta à direita. Na parte inferior, centralizado, pode-se ler a sigla “DDGA”, escrita na vertical.
Capa do álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, lançamento mais recente do artista (Foto: Reprodução)

Enrico Souto

Rico Dalasam foi o primeiro rapper gay a ganhar grande projeção na cena do hip-hop nacional, e um dos principais expoentes do gênero queer rap no Brasil, que contudo hoje se mostra um termo limitado demais para o que ele representa. Em suas palavras, “depois que você lança uma música e vai existindo, as coisas tomam caminhos que uma tag não suporta”. E acredite, nenhuma tag suporta Dalasam. E caso ainda houvesse dúvidas, Dolores Dala Guardião do Alívio vem para cravar o artista como um dos nomes mais relevantes da música brasileira atual.

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Nota Musical – Março de 2021

Arte retangular de fundo na cor laranja terroso. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - março de 2021". Foi adicionado também a logo doPersona, estilizada para que a íris do olho fique laranja terroso. Do lado direito foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Bruno Mars junto com Anderson Paark.
Destaques do mês de março: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Silk Sonic (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Ana Laura Ferreira)

Março foi recheado de comebacks e performances de tirar o fôlego. Não é para menos, afinal estamos falando sobre o mês em que o maior evento da música ocidental ocorreu, trazendo para nós o Santo Graal das composições – ou pelo menos é isso que eles dizem. Contudo, após uma noite de esnobados e merecidos, o bafafá se perpetuou mesmo através de nomes como Megan Thee Stallion e Cardi B, que trouxeram a brasilidade do funk para o palco do Grammy.

Voltando à questão dos comebacks, foram tantos que é difícil enumerar. Bruno Mars retomou sua carreira, parada desde 24K Magic de 2016, com a parceria ao lado de Anderson .Paak. Outro nome que volta a entregar canções inéditas – para o delírio dos fãs – é Lana Del Rey, que traz toda a estética dos country clubs, tipicamente americanos, para sua atmosfera sóbria e melodramática, pela qual todos a conhecem. Sem deixar de lado o pop mainstream, Nick Jonas também reinicia seu trabalho solo com Spaceman.

Na música nacional, o rap foi destaque com a voz de Rico Dalasam e Djonga, que trouxeram suas vivências da forma mais crua possível. Elza Soares foi outra estrela que nos presenteou com a canção Nós, dedicada especialmente ao Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. E foram realmente as mulheres que reinaram neste mês, ao sermos presenteados com a remasterização do álbum Elis, de Elis Regina, e em uma mesma tomada, com o rearranjo de dois singles de sua filha, Maria Rita, ao lado de Quintal de Prettos. Trazendo o saudosismo das memórias jamais desfrutadas do carnaval de 2021, a união dos vocais de Rita e do grupo paulista nos lembram da esperança de dias melhores.

Não poderíamos nos esquecer, ainda, da preciosidade em forma de EP que Selena Gomez entregou ao colocar em pauta toda a sonoridade latina em músicas na língua espanhola. Bem como é bom ficar de olho no mais novo compilado de Joshua Bassett, que com seu pop frenético trouxe a íntegra de sua versão da conturbada história com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter. E é em meio a uma polêmica indicação ao gramofone de ouro – merecidamente perdido – que Justin Bieber lança seu sexto álbum, intitulado Justice.

Assim, em um mês de altos e baixos, no qual completamos um ano presos em casa, a Música conseguiu transparecer todos os sentimentos que gritamos entre quatro paredes. Da campanha #fuckthegrammys à realidade distorcida confidenciada por Demi Lovato, Março de 2021 conseguiu ser alvo de altos e baixos intensos que serão lembrados por muito tempo. Por isso, a Editoria do Persona, ao lado de seus colaboradores, comenta tudo isso e ainda mais sobre o que aconteceu no mundo da Música entre os CDs, EPs, singles, clipes e performances que mais marcaram os últimos 31 dias.

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The World’s a Little Blurry e a individualidade cativante de Billie Eilish

Capa de divulgação do documentário 'The World's a Little Blurry'. O rosto de Billie Eilish está virado para o lado, e seus olhos estão quase fechados, em uma expressão séria. Seu cabelo é preto com raízes verdes.
Documentário mostra o crescimento da carreira de Eilish de forma impressionante (Foto: Reprodução)

Laís David

Foi impossível sair de 2019 sem escutar sobre Billie Eilish. A jovem dominou todas as paradas com seu álbum de estreia e conquistou uma legião de fãs em todo o mundo. Sua personalidade misteriosa, letras obscuras e energia magnética a colocaram como uma das maiores artistas dos últimos anos. Como um glorioso coming of age de Greta Gerwig, o documentário The World’s A Little Blurry detalha a ascensão de Billie Eilish de forma minuciosa e emocionante.

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ANAVITÓRIA pintou nosso ano com COR

Cena do clipe Amarelo, azul e branco da dupla ANAVITÓRIA. As cantoras estão no centro da imagem, elas são mulheres brancas, com cabelos castanhos presos e vestem juntas um casaco das cores amarelo, azul e branco. Elas estão posicionadas lado a lado, com as mãos unidas, e olham para direções opostas. O fundo da imagem é um marrom claro com um foco de luz no centro.
Amarelo, azul e branco está na trilha sonora do especial Falas Femininas da Globo (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

Quando o relógio bateu meia-noite do dia primeiro de janeiro, todos estávamos com esperança para esse ano. Depois de um 2020 turbulento, a única coisa que pedíamos era paz nesses meses que nos esperam. Só que o duo ANAVITÓRIA conseguiu nos conceder um ótimo discurso para 2021 e, nos primeiros minutos de janeiro, fomos agraciados com COR. De surpresa, as cantoras lançaram ânimo e felicidade para começarmos o ano do melhor jeito possível.

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Poster Girl e a superficialidade maçante de Zara Larsson

Capa do álbum 'Poster Girl' de Zara Larsson. Sentada no chão, Zara está encostada e deita sua cabeça sobre uma cama. Com uma blusa aul e calça jeans, ela olha para a esquerda enquanto uma luz rosa se projeta sobre o quarto. Ao fundo, um poster com uma foto de Zara de pé aparece sobre a parede.
Mergulhada em clichês, Zara Larsson lança seu terceiro álbum de estúdio (Foto: Reprodução)

Laís David

Após dominar 2016 com a refrescante Lush Life e a elétrica Never Forget You, Zara Larsson se encontrou entre uma gravadora ineficiente e uma gama de músicas sem o êxito esperado. Lançando diversos singles na tentativa de engatar um disco e também paralisada pela pandemia, parecia cada vez mais difícil enxergar um lançamento completo para a carreira da sueca. No entanto, em 2021, ela finalmente conseguiu se desvencilhar dos adiamentos com Poster Girl, seu terceiro álbum de estúdio.

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Más fuerte sola: Selena Gomez ganha confiança em Revelación

Selena Gomez, uma mulher branca de cabelo castanho, está em pé, usando um vestido vermelho com babados na cintura. Ela está com uma trança no cabelo. Essa trança está com uma fita vermelha, que vai até as pontas do cabelo e com um caimento de fita abaixo. No chão, existem duas cadeiras, cobertas por um pano vermelho. O fundo da imagem também é todo vermelho.
Totalmente oposta ao Rare, a estética do Revelación está impecável (Foto: Reprodução)

Giovana Guarizo

O nome Selena, além de significar brilho e luz, remete à uma forte influência latina. Quintanilla ou Gomez, duas gerações não tão distantes, mas que representaram e representam toda uma origem. Ambas texanas, nunca deixaram de lado as raízes mexicanas da família. Apesar de uma carreira majoritariamente cantada em inglês, Selena Gomez sempre exaltou sua ascendência mexicana paterna e dessa vez concretizou ainda mais um dos maiores orgulhos de sua vida. Dez anos depois da promessa do disco em espanhol, Revelación finalmente nasceu e está incrível.

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10 anos da promessa de ser Rebelde para sempre

Fotografia dos seis personagens principais de Rebelde, todos com o uniforme do Elite Way, mas cada um com seu estilo. Fundo azul claro. Da esquerda para a direita: Alice, loira de cabelo longo e ondulado, usa um vestido azul marinho com detalhes em tule; Pedro é negro, tcabelo preto liso, usa camisa branca com gravata vermelha e calça azul marinho; Roberta é branca e tem cabelo loiro cacheado, usa o uniforme de forma despojada com pusleira de spikes e camisa xadrez amarrada na cintura; Diego é branco e tem cabelo castanho escuro, usa camisa branca e gravata vermelha perfeitamentte arrumada e calça azul marinho; Carla é morena e tem cabelo longo e ondulado, usa o unifome com com colete e saia azul marinho e botas; para completar, Tomás e branco e tem cabelo castantho levemente ondulado, está com uma regata branca e calças azul marinho, além de uma tbtanttdanta vermelha no pescoço
“Rebelde, chegou a minha vez/O que sou ninguém vai mudar/É sempre assim que deve ser/Meu coração vai ser/Rebelde para sempre” (Foto: Reprodução)

Mauê Salina Duarte

Em 21 de março de 2011, a Rede Record de televisão exibiu o primeiro capítulo da adaptação da tão aclamada Rebelde mexicana, que marcou a vida de muitos e chegou a ter sucesso a nível mundial. Muitos dizem que a versão de Anahí e companhia é insubstituível e que o remake fracassou, porém a adaptação brasileira também teve seu sucesso e merece ser melhor lembrada, mas antes de tudo, é preciso algumas contextualizações. Em 2008 a Record TV e a emissora mexicana Televisa anunciaram a parceria, envolvendo a exibição de tramas produzidas no México, além da regravação dessas tramas com roteiro e atores brasileiros. O primeiro reboot feito pela emissora brasileira foi Bela, a Feia, protagonizado por Giselle Itié e Bruno Ferrari, sendo exibida entre 2009 e 2010. Já o segundo é nosso assunto da vez, a queridinha e polêmica Rebelde, escrita por Margareth Boury e dirigida por Ivan Zettel.

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