Nota Musical – Outubro de 2021

Destaques do mês de outubro: Gloria Groove, Jão, Ed Sheeran e Alice Caymmi(Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de abertura: Raquel Dutra)

O mês de outubro foi o mais agitado de 2021 aqui no Persona. Iniciado com o especial para o Mês do Horror e intermediado pela cobertura intensa da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, os últimos 31 dias também viram o nascimento do nosso Clube do Livro, que aqui no site se materializou na Estante do Persona, nosso novo quadro mensal literário. Entre todas essas atividades, não deixamos de acompanhar o mundo da Música, e agora, chegamos para comentar tudo o que rolou no décimo mês do ano no Nota Musical.

Tudo começou com um misterioso número 30 surgindo nas principais cidades do mundo. Como um bat-sinal, Adele criou um momento no início de outubro para a divulgação de seu retorno, que acontece depois de seis silenciosos anos que sucederam seu último disco, 25. Agora, seremos apresentados aos 30 da artista, e o single Easy On Me foi mestre em nos introduzir ao novo estágio da vida de Adele, que encontrará seu lugar no mundo em forma de disco no próximo dia 19 de novembro.

Enquanto Adele ressurgia com os seus números, Ed Sheeran retornava com os seus sinais. Como anunciado pelas variáveis e constantes de Bad Habits e Shivers, o novo disco do cara mais legal do pop chegou para continuar sua concepção musical pautada na matemática. Agora, +, × e ÷ tem a companhia de =, e para o bem ou para o mal, a música de Ed é assumidamente definida pelo símbolo de igual. 

Por outro lado, as sábias operações musicais de Lady Gaga e Tony Bennett decidiram apostar tudo num jazz que coloca o amor à venda. Da mesma forma, Hans Zimmer, por sua vez, concluiu na trilha do novo 007 que não temos tempo para morrer, The War on Drugs percebeu que precisa de um novo lugar no indie rock, e Brandi Carlile criou sua aclamada música country a partir de dias silenciosos.

Há também os que buscam a maior abstração possível. É assim com Coldplay e seu novo disco Music of the Spheres, que inventa de buscar outras formas de vida e de expressão distanciando-se do que nos conecta uns aos outros aqui na Terra. Mas nem tudo está perdido: as viagens atmosféricas de outubro funcionam sob a condução de Felipe de Oliveira, Tirzah e Black Country, New Road. Quem quiser acompanhar as belezas descobertas pelos artistas em ascensão, pode conferir os discos Terra Vista da Lua e Colourgrade e o single Chaos Space Marine.

Se alguns embarcam em direção ao exterior, outros mergulham no interior. Na MPB, essa foi a direção de Caetano Veloso em Meu Coco, e de Ney Matogrosso em Nu Com a Minha Música. No rock, o movimento nos entrega o melhor de Sam Fender em seu segundo disco, Seventeen Goin Under. No pop, foi a tática de importantes estreias: lá, FINNEAS descobriu um otimismo agridoce e PinkPantheress resolveu mandar tudo pro inferno.

É da dimensão íntima que outros grandes nomes trazem grandes coletâneas. Silva comemorou seus dez anos de carreira com De Lá Até Aqui; Megan Thee Stallion presenteia seus fãs com Something for Thee Hotties; Elton John traz sua música de quarentena em The Lockdown Sessions; Nick Cave & The Bad Seeds desenterram alguns tesouros em B-Sides & Rarities (Part II); e Madonna disponibiliza sua experiência ao vivo de Madame X nas plataformas de streaming

Assim, outubro também foi um mês de retornos. Primeiro, The Wanted movimentou a internet com seu comeback anunciado através de Rule The World, primeiro lançamento da banda desde sua separação em 2014. Depois, Agnes chega para o revival da era disco em seu quinto álbum, Magic Still Exists, que finaliza um hiato de quase dez anos. Já Tears For Fears viveu um intervalo um pouco maior, mas agora o jejum iniciado em 2004 está encerrado com The Tipping Point, faixa-título do novo álbum da dupla britânica, cujo lançamento está previsto para o início de 2022.

Quando o assunto é novidade, também estamos bem servidos. Em terras brasileiras, o pop viu o encontro de ANAVITÓRIA e Jorge & Mateus, teve mais uma chance de reconhecer Johnny Hooker, finalmente recebeu a estreia de Priscilla Alcantara e o terceiro álbum de Jão. O funk juntou Valesca Popozuda e Rebecca, o rap esteve com Karol Conká e WC no Beat, e a MPB ganhou a companhia de Jorge Drexler na nova canção de Marisa Monte, mas o maior destaque de outubro vai para a Imaculada Alice Caymmi.

Fora do país, o nome segue sendo o de Anitta, que esse mês, apareceu junto de Saweetie em Faking Love. Mas desta vez, a Girl From Rio não representou o Brasil sozinha na música internacional. Nas tabelas, A QUEDA de Gloria Groove significou ascensão, e a drag brasileira estreou na parada global da Billboard. O mesmo sucesso e apreço não pode ser encontrado na colaboração entre Jesy Nelson e Nicki Minaj, já que o lançamento de Boyz veio encharcado de polêmicas da líder Barbz nas redes sociais, e episódios de blackfishing por parte da ex-Little Mix.

Ainda bem que a Música pode contar com a honestidade de Phoebe Bridgers, que usou That Funny Feeling para levantar sua voz em oposição à legislação antiaborto mais restritiva dos Estados Unidos que avança no Texas. O cover da artista esteve no radar mensal do indie, que também tem novidades preciosas no novo disco de Lana Del Rey e nas canções de Mitski e Michael Kiwanuka

Por fim, outubro ainda trouxe um belo descarte de Ariana Grande, novos contornos para a Conan Gray, clipes de Troye Sivan, Kacey Musgraves e Olivia Rodrigo, e o encontro gigante de The Weeknd com Swedish House Mafia. Foi um mês e tanto, mas o Persona nunca deixa de se atentar às novidades e decepções que a Arte nos oferece. Na décima edição do Nota Musical, nossa Editoria e nossos colaboradores se reúnem para vasculhar os CDs, EPs, músicas e clipes que ecoaram por aí em Outubro de 2021.

Continue lendo “Nota Musical – Outubro de 2021”

O primeiro sonho de Billie Eilish descobriu que o nosso pesadelo é a realidade

Capa do álbum WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?, de Billie Eilish.
WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO? é a estreia assustadora de Billie Eilish, mas não do jeito que você está pensando (Foto: Darkroom/Interscope Records)

Raquel Dutra

“Quando todos dormimos, para onde vamos?”, questionava Billie Eilish em março de 2019. Na época, a artista californiana vislumbrava a realização de um sonho, depois da popularidade de seu single de estreia em 2016, sucedida pela recepção positiva de seu primeiro EP em 2017. Mas assim como todos nós, a jovem promissora na música pop ainda era vulnerável àqueles instantes que precedem o momento em que existimos sob a orientação dos nossos desejos mais profundos. Assim, o sonhar de Billie estava sujeito à influência da aflição que ela sentia por diversos aspectos do mundo que se encantou por aqueles olhos de oceano.

O conflito entre sonho e realidade pode ser interpretado como um dos desencadeadores da primeira narrativa de Billie Eilish, conhecida hoje como WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. Diferente do que a artista havia mostrado de sua identidade musical até então (através da branda primeira canção ocean eyes e no colorido extended play dont smile at me), o álbum de estreia de Billie traz elementos sombrios encontrados numa investigação profunda da dimensão psicológica da juventude contemporânea. E quanto às questões que a trouxeram até a concepção estética do disco, ela avisa logo no primeiro single do álbum: “eu não sonho”.

Continue lendo “O primeiro sonho de Billie Eilish descobriu que o nosso pesadelo é a realidade”

Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles

Ensaio para promoção do álbum Ceremonials. Fotografia retangular em fundo preto. No centro, está Florence acompanhada de dois de seus reflexos em cada lado como se estivessem de costas uma para outra. Uma mulher branca de cabelos ruivos. Ela veste um vestido de gala coberto de esmeraldas. Florence segura seu cotovelo direito com a mão esquerda, enquanto a mão direita está sobre seu peito na altura do coração.
Após sucesso de disco de estreia, Florence vê em um trabalho grandioso a chance de se consolidar (Foto: Tom Beard)

Guilherme Veiga

Os dias de cão acabaram, mas alguns traumas ficaram. Em seu segundo álbum de estúdio, a banda britânica Florence + The Machine tem a difícil missão de conviver com eles além de manter o alto nível que seu disco de estreia Lungs (2009) proporcionou. Para isso, Florence apostou na grande produção e em sua já consolidada poesia e voz. Tal aposta resultou em um grito muito bem afinado com aspirações megalomaníacas, que flerta com o gótico e o gospel ao mesmo tempo, e que demonstra excelência, além de evidenciar a notável evolução do grupo dois anos após seu debut.

Continue lendo “Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles”

Depois de muita luta, Diretoria celebra os dias de glória de Tasha & Tracie

A imagem é uma fotografia das gêmeas Tasha e Tracie. Em primeiro plano, ao lado esquerdo está Tasha, uma mulher preta de pele clara e cabelos compridos cacheados, com olhos castanhos escuro, possui piercing no nariz, veste uma roupa típica de passistas no carnaval formada por um sutiã de pedrarias e um adereço de pedrarias na cabeça. Ela possui algumas tatuagens visíveis pelo corpo e suas mãos estão posicionadas na altura dos seios. Ao seu lado sua irmã Tracie, gêmea idêntica, uma mulher preta de pele clara e cabelos compridos cacheados com olhos castanhos escuros, veste uma roupa típica de passistas do carnaval similar a de Tasha, com pedrarias. Ela também possui algumas tatuagens visíveis, suas mãos estão posicionadas uma em seu rosto e outra na altura dos seios. A foto está em preto e branco, e não há fundo aparente.
As irmãs Tasha e Tracie, filhas de pai nigeriano e mãe brasileira, lançam o EP Diretoria e levam todo o poder de Peri, Zona Norte de SP, para o mundo (Foto: Tasha e Tracie/Ceia Ent.)

Geovana Arruda

Os dias de glória e as rimas sem censura das gêmeas Tasha e Tracie Okereke tornaram Diretoria uma obra-prima do começo ao fim. Desde o lançamento, no dia 19 de agosto de 2021, as paulistanas da Zona Norte conquistaram os fãs e as paradas das plataformas de streaming com verdadeiros hits que ilustram suas conquistas como as poderosas “pretas, chave da favela”. Após o lançamento de Rouff em 2018, as irmãs apresentam majestosamente Diretoria, composto por 7 faixas com o selo da Ceia Ent., coletivo de hip hop que possui grandes lançamentos como JOVEM OG, do rapper Febem, e NU, de Djonga.

Continue lendo “Depois de muita luta, Diretoria celebra os dias de glória de Tasha & Tracie”

Sob escombros do pós-guerra, nasceram os escultores do heavy metal: o quarteto desajustado que se tornou o sinistro Black Sabbath

Capa do primeiro disco do Black Sabbath, o qual recebe o mesmo nome da banda. Fotografia quadrada com o nome do grupo na parte superior central. A região parece ser rural. O clima é nublado e as folhas, secas. Em segundo plano, há uma casa e, pela textura da imagem — meio desfocada e não tão nítida — dá a sensação de ser mal-assombrada. No primeiro plano, ao centro, uma mulher muito pálida e vestindo capa preta olha diretamente para o espectador, instaurando um ambiente misterioso.
A capa do primeiro disco do Black Sabbath serviria muito bem para um filme de terror: a figura central pode tanto ser uma bruxa como a figura misteriosa vestindo preto, mencionada na faixa inicial; fato é: era uma amiga da banda e nunca recebeu direitos pela foto (Foto: Black Sabbath)

João Pedro Piza

A Segunda Guerra Mundial, em muitos aspectos, mudou os rumos da humanidade. As atrocidades presentes no front, o medo constante da vigilância proveniente dos membros dos Estados totalitários e o horror disseminado pelas mais modernas técnicas de batalha forjaram no inconsciente dos cidadãos europeus um grande sentimento de desesperança. A Inglaterra, uma das potências mundiais da época e, por isso, grande alvo de Hitler na parte ocidental do continente, foi bombardeada pelos aviões alemães da Luftwaffe em 1940. Sob escombros e com pelo menos 450 mil mortos, os ingleses buscavam reestruturar o país a partir dos anos 1950, após a vitória dos aliados e dos efeitos do Plano Marshall. Mas não era nada fácil.

Nesse contexto, seria pouco coerente as manifestações artísticas do cenário cultural de Birmingham, cidade industrial e protagonista da metalurgia na Inglaterra, rodeada pela miséria, desemprego e crises, apresentarem o mesmo tom de paz, amor e esperança dos hippies — especialmente poetas e músicos norte-americanos. Dessa forma, Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward possuíam uma ótica pessimista e distópica no que tange a maneira de encarar a sociedade e ver o futuro. Naturalmente, trocaram as roupas coloridas e as flores por jaquetas de couro e crucifixos. 

Continue lendo “Sob escombros do pós-guerra, nasceram os escultores do heavy metal: o quarteto desajustado que se tornou o sinistro Black Sabbath”

CALL ME IF YOU GET LOST: Tyler, The Creator assume que é perdendo que se encontra e convida quem ouve para essa viagem

Capa do disco CALL ME IF YOU GET LOST, de Tyler, The Creator. A imagem tem um fundo branco, onde está o que parece um passaporte plastificado. Nele, Tyler usa uma touca azul clara, no estilo chapéu soviético. Ele veste uma camisa da mesma cor, com golas estampadas com oncinhas e camiseta branca por baixo. O passaporte contém os dados e assinatura de Tyler Baudelaire, personagem do novo álbum. O título do projeto, “Call me If You Get Lost”, aparece em azul claro como um carimbo no passaporte.
O novo álbum de Tyler, The Creator já é considerado forte concorrente ao Grammy de Álbum do Ano, sendo, segundo o próprio artista, o seu melhor trabalho, “executado num nível que jamais tinha sido atingido” (Foto: Columbia Records)

Andrezza Marques

O sexto álbum do multiartista Tyler, The Creator, lançado em 25 de junho de 2021, coroa a sua melhor fase, escalada a cada lançamento, tanto em técnica e produção, como na autenticidade da execução. Em CALL ME IF YOU GET LOST, o rapper protagoniza uma odisseia de dor e glória compilada em 16 faixas, diferentes de tudo o que já ouvimos – mais uma vez. “Me chame de Sr. sempre em alguma merda que você nunca viu” e “Encontre outro mano como eu, porque eu não vi nenhum”, ele canta ácido na efervescente CORSO, e prova seu ponto.

Continue lendo “CALL ME IF YOU GET LOST: Tyler, The Creator assume que é perdendo que se encontra e convida quem ouve para essa viagem”

A radicalidade acolhedora de Juçara Marçal em Delta Estácio Blues

Capa do CD Delta Estácio Blues. A cantora Juçara Marçal está no centro da fotografia, sobre um fundo azul. As mãos dela estão dispostas sobre a face de forma que só conseguimos ver um dos olhos, cabelo, parte da boca e orelha.
O segundo disco solo de Juçara Marçal aponta novos caminhos musicais (Foto: Aline Belfort)

Gabriel Leite Ferreira

No princípio era o beat. O primeiro aperitivo que o público teve da nova fase de Juçara Marçal foi em uma live, no dia 7 de abril de 2021. Como parte de um ciclo de transmissões que o Metá Metá fez naquele mês, Juçara veio à frente só, munida de samplers, percussão, piano e voz. Mais uma ruptura em uma carreira repleta de rupturas. Iyalode mbé mbé, a última faixa de Delta Estácio Blues, lançado em 30 de setembro, já marcava presença.

Continue lendo “A radicalidade acolhedora de Juçara Marçal em Delta Estácio Blues”

You Signed Up for This: o caos e a euforia dos vinte e poucos anos

Capa do álbum You Signed Up For This - Maisie, jovem branca, magra e de olhos azuis, está sentada de forma despojada em um dos trens da cidade de Londres. Ela veste uma camisa branca com estampa de unicórnio, uma jaqueta de couro preto, uma calça xadrez branca e vermelha e uma bota de plataforma preta. Ela está usando fones de ouvido azul e uma de suas mãos segura uma mecha de seu cabelo castanho liso que vai até o ombro e cobre a testa com sua franja. Pela janela atrás dela podemos ver as ruas de Londres e uma placa de trânsito com o nome do álbum: You Signed Up For This. A imagem tem um efeito granulado como se tivesse sido tirada por uma câmera antiga.
You Signed For This, álbum de estreia de Maisie Peters, comprova porque seu talento atraiu a atenção de astros como Taylor Swift e Ed Sheeran (Foto: Maisie Peters)

G. H. Oliveira

Muitos produtos da cultura pop retratam o período do Ensino Médio e a evolução dos adolescentes até sua graduação (só em 2021, já tivemos as continuações dos sucessos Eu Nunca…, Elite, Para Todos Os Garotos, A Barraca do Beijo e High School Musical: The Musical: The Series, entre tantos outros). Um dos motivos dessa popularidade está na fácil identificação: a pressão de entrar numa faculdade, arranjar amigos, as primeiras vezes, as mudanças no corpo… Mas, e o depois? O que acontece quando se completa vinte anos?

Continue lendo “You Signed Up for This: o caos e a euforia dos vinte e poucos anos”

Chegou Quem Faltava veio para mostrar que Um Dia a Gente Se Encontra

Capa do álbum Chegou Quem Faltava da banda Charlie Brown Jr. Desenho de uma lula vermelha, em um fundo com tom de vermelho mais escuro. A lula segura três skates e um microfone, cada qual envolvido em um de seus tentáculos. No canto superior direito está escrito em letras maiúsculas “Chegou Quem Faltava”, em amarelo. No canto inferior direito pode-se ler “Charlie Brown Jr.” na cor branca.
Chegou Quem Faltava, show ao vivo gravado em 2011 chega às plataformas em 2021 em comemoração ao dia mundial do rock (Foto: Sony Music Entertainment Brasil)

Raquel Sampaio

“Charlie Brown não é meu emprego, Charlie Brown é minha vida”. São com palavras diretas como essas, nos intervalos entre as músicas do Chegou Quem Faltava, show gravado em 2011 e publicado em dois volumes em 2021, que Chorão coloca para fora toda a paixão e intensidade dedicadas ao maior projeto de sua história, a banda Charlie Brown Jr.. Carregado de muita nostalgia e um astral contagiante, o disco de 29 faixas chega para celebrar um legado e matar as saudades.

Continue lendo “Chegou Quem Faltava veio para mostrar que Um Dia a Gente Se Encontra”

Kings of Leon se vê no espelho em When You See Yourself

Capa do álbum When You See Yourself. Na imagem, duas fotos estão centralizadas em um quadrado branco, e mostram a sombra de Jared Followill, Caleb Followill, Nathan Followill e Matthew Followill. Abaixo das duas fotos está escrito Kings of Leon em fonte de cor preta, e abaixo do nome da banda está escrito When You See Yourself, também em fonte de cor preta.
When You See Yourself é o oitavo disco de Kings of Leon, lançado após cinco anos sem novidades (Foto: RCA Records/Sony Music Entertainment)

Bruno Andrade

Muitos estariam mentindo se não assumissem que gritaram loucamente o refrão de Sex on Fire em alguma ocasião. Mas há tempos que o Kings of Leon se distanciou daquele som envolvente de 2008, e essa distância não ocorre somente pela medida do tempo, ficando evidente em cada novo álbum que se trata de uma escolha. Lançado em março deste ano, When You See Yourself, oitavo disco do grupo, acena para o rock alternativo de seus anos de ouro, mas, diferente dos antecessores, traz o amadurecimento como força motivadora.

Continue lendo “Kings of Leon se vê no espelho em When You See Yourself”